𝗧𝗘𝗘𝗡𝗔𝗚𝗘 𝗗𝗥𝗘𝗔𝗠❞ ᴶᵃᵛᵒⁿ ᵂᵃˡᵗᵒⁿ

Capítulo cinco.

𝘔𝘦𝘭𝘪𝘢 𝘉𝘦𝘯𝘯𝘦𝘵𝘵

Tell me, is she prettier than she was on the internet?
Are your conversations cool? Like, are you even interested?
I know what you are, brighter than the stars

Blowing Smoke, Gracie Abrams.

— Eu estou louca para ir embora. — Hazel joga o corpo contra a parede. — O seu pai poderia nos dar uma folga.

O dia já estava quase se encerrando. Meus pés estavam dormentes e minha cabeça latejando de dor, eu precisava ir para casa urgente tomar um remédio.

Estávamos limpando o restaurante para fechar. Hazel levantou todas as cadeiras para varrer e não ter trabalho no dia seguinte, outros funcionários lavaram a louça — graças a Deus, não sei se iria ter forças para isso — e eu fiquei de conferir o caixa.

Eu conseguia sentir o vento gelado bagunçar alguns fios do meu cabelo que se soltaram do rabo de cavalo. Respiro fundo e inalo o cheiro da noite, me traz um imenso sentimento de nostalgia porque me faz lembrar de todas as tardes em que brincava com Hazel e nossos outros amigos do condomínio, antes de eu me mudar para uma casa menor. Eu gosto deste sentimento de a ver crescendo junto comigo, afinal, nós estamos até trabalhando no mesmo lugar agora.

— Você vai perder tempo. Lembre-se, você está sendo paga, Hazel. — Fecho uma das portas de entrada. — Você já terminou?

— Aham. — Tira o avental. — Eu estou morta, e pensar que vou ter que voltar para casa andando. — Ela bufa.

— Pelo menos amanhã você não terá que vir. — Ligo uma das luzes para Dylan, um dos funcionários da cozinha, não derrubar nada quando sair. Subo em minha bicicleta e me despeço de Hazel.

Vou pedalando até a Russel's, uma pequena loja de conveniência que fica perto da minha casa. Normalmente paro lá para comprar doces quando estou indo para a aula ou voltando do restaurante, como hoje.

Entro na loja e vou para a sessão de doces, peguei alguns pacotes de Sour Patch, Nerds, Chips Ahoy e uma Pepsi para colocar na cesta. Fui até o caixa e paguei pelos produtos.

— Melia? — Ouço a voz de Adrian, mas não olho para ele.

— Oi, Adrian. — Dou-lhe um sorriso. Ele ainda está usando seu uniforme do time de basquete. — Você não estava na festa da Margot, estava?

Eu não tinha reparado que ele era tão alto e me fazia parecer baixa demais. Adrian Lee tem um metro e noventa e cinco e um corpo perfeitamente atlético que combinava com sua posição de Armador no time de basquete — além de sua posse de capitão do time —. Ele era tão sério sobre seu esporte.

— Não. — Passa a mão pelo cabelo. — É temporada de basquete e estamos nos playoffs. Mas... espera, você estava?

— Fui com as meninas.

— Ah, sim. — Desvia o olhar. — Então... agora você frequenta festas? — Sinto uma pitada de ciúmes na sua voz.

— Não é nada demais. — Falo, rindo. — Foi bem divertido, na verdade. A Liz me ajuda a sair da rotina.

— Fico feliz por você, eu acho. — Põe as mãos nos bolsos e encolhe os ombros. — Ansiosa para o baile?

— Muito! — Fico eufórica. — Você já tem acompanhante?

Parece que minha pergunta quebra todo o clima. Ele fecha a cara e diz, meio envergonhado: