— Caralho…- Praguejei após colocar o primeiro pedaço na boca.- Por que isso tem que ser tão bom?- Coloquei mais na boca, mas quase me engasguei quando escutei meu pai rir.
— Isso tem muito açúcar, por isso é “bom”, faz mal!- Revirei os olhos, ele riu ainda mais.- Come devagar, sei que faz um tempo que não consome açúcar,mas pode passar mal se comer tudo isso depois de jantar.- Ele disse, escorado na porta.
— Nem se eu quisesse comeria tudo isso…- Murmurei com a boca cheia, ele sorriu levemente, e levantou as sobrancelhas.
— Escove os dentes, e depois…- Algo chamou a atenção dele do lado de fora, um barulho alto me assustou, me levantei da cama e fui em direção ao meu pai.- Tudo bem querida, não deve ser nada…- O barulho novamente, seguido de um grito. Meu pai imediatamente entrou no quarto e fechou a porta, foi até a minha janela e observou o movimento, no fundo da casa só havia mato, e árvores. Ele trancou a janela, e depois levantou o meu colchão, estava procurando por algo.
— O que foi aquilo? - Ele me ignorou, e continuou a mexer nas minhas coisas, até que ele abriu a minha gaveta de calcinhas.- Pai, o que está fazendo!?- Ele tateou com a mão a parte de cima da cômoda por dentro da gaveta, e tirou de lá uma arma. Não fiquei surpresa, tem armas escondidas em cada canto dessa casa, minha gaveta de calcinhas deve ser o esconderijo mais normal.
— Eu quero que fique aqui, se esconda no banheiro, tranque a porta assim que eu sair!- Fiquei sozinha no quarto, e agora sozinha, senti o medo me invadir.Eu obedeci o meu pai, fiquei quieta escutando os tiros quebrarem os vidros, os vasos caros, a TV. Foi quando o silêncio reinou que não pude me conter, precisava saber se meus pais estavam bem. Desci cuidadosamente as escadas, e quando avistei meu pai apontando uma arma para o homem que ameaçava minha mãe com uma faca em seu pescoço, parei ali mesmo. Mas o pior, foi quando senti um homem alto e forte passar os braços em volta de mim, engoli em seco quando o cano gelado da glock encostou no meu rosto. Meu pai imediatamente fez desse homem o novo alvo, mas logo abaixou lentamente a arma dele, quando o homem atrás de mim destravou a arma, o som daquilo me causou arrepios.
— Vamos todos nos acalmar, não queremos que a criança se machuque, um movimento e a sua filha vai pra vala!- Um homem de terno passou por nós, se sentando na poltrona de frente para o sofá, com uma expressão calma em seu rosto, movimentos lentos e despreocupados, parecia quase entediado. O homem apontou para o sofá, e meu pai se sentou, minha mãe foi arrastada e jogada no sofá ao lado de meu pai.
— Lily…- O homem de terno apontou uma arma para meu pai, e ele imediatamente se calou.
— Não, quero que fale comigo, com ela você conversa depois…se tiver sorte.- Meu pai travou o maxilar, e me olhou mais uma vez.Eu estava tentando controlar a minha respiração, mas ficava difícil com aquele homem me apertando, ele fez perguntas para os meus pais, várias delas, e eles estavam indo bem, até meu pai zombar do cara e se recusar a dar informações sobre algum lugar. O homem de terno, que ouvi ser chamado de Dom, olhou para o homem que me agarrava, o cara me empurrou, ele me arrastou até o Dom, que fez um sinal para mim batendo com a mão na própria perna, eu não tinha entendido, então olhei para o meu pai, que negou com a cabeça. Encarei o homem à minha frente confusa, e ele sorriu diabolicamente.
— Sente-se aqui, princesa. - Ele disse, e balançou a arma em direção ao meu pai, então me sentei no colo dele, de frente para os meus pais. Ele colocou a mão livre em minha coxa desnuda, e a apertou, beijando meu rosto. Meu pai desviou o olhar da cena, e pela primeira vez minha mãe se pronunciou.
— Promete que não vai machucar ela…- Dom a encarou, e meu pai fez o mesmo.- Prometa, e nós ligamos para ele…- Ela parecia desesperada, e isso encheu o meu coração de angústia.
— Claro, eu não vou fazer nada com ela, o meu problema é com vocês dois.- Ele parecia sincero, mas eu não ousaria o subestimar, o homem ordenou que alguém arranjasse um celular para a minha mãe ligar, e quando um aparelho foi deixado em suas mãos ele vibrou.- Vamos lá!- Ele gritou animado, parecia um maluco bipolar.Eles estavam conversando com alguém no celular, enquanto eu ficava cada vez mais angustiada, meu rosto estava molhado pelas lágrimas, e minhas mãos tremiam violentamente. Meu pai teimoso como é, zombou novamente do homem maluco, e agora estava sendo espancado por três homens no chão da sala, perto da escada. Mantive meus olhos em minha mãe, que não havia derramado uma lágrima sequer, só consegui pensar no quão maravilhosa ela é, e no quanto eu gostaria de ser tão forte assim algum dia. Em algum momento, aquele homem jogou o celular longe, com raiva, e me empurrou do colo dele, imediatamente fui em direção a minha mãe, mas antes que ela pudesse me tocar, Dom me agarrou, e novamente havia uma arma carregada apontada para a minha cabeça.
Eu pensei que fosse morrer, mas de repente, tinha miolos do homem que me agarrava espalhado por toda a sala. O corpo dele caiu imóvel no chão ao meu lado, e eu ainda estava meio surda por causa do barulho alto, levantei minha cabeça, e vi minha mãe com uma arma na mão apontando em minha direção.
Isso não foi uma boa ideia, mamãe.
Tudo aconteceu em segundos, uma bala atravessou a cabeça dela, e meu pai gritou, e logo em seguida, teve o mesmo destino.
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𝐒𝐔𝐑𝐕𝚰𝐕𝚰𝐍𝐆
FanfictionDuncan vizla, um assassino profissional aposentado, se vê de volta ao trabalho, e com uma companhia adorável, quando recebe um pedido de ajuda de seus velhos melhores amigos, que são brutalmente assassinados por homens que estavam à procura de vinga...