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SÃO PAULO - domingo, 12 de março 19:45

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SÃO PAULO - domingo, 12 de março
19:45

EU ESTAVA rezando pra que minha mãe atendesse, eu havia conseguido!

Estou em São Paulo há 3 semanas já, procurando uma vaga no jornalismo, uma oportunidade, pulando de entrevista em entrevista em cada clube de São Paulo. Há 1 semana eu havia feito uma na Sociedade Esportiva Palmeiras, meu time. Sou palmeirense deis de que me entendo por gente, assim como meu pai e meu avô eram. Quando recebi a ligação da comissão avisando que eu havia sido aceita e que era pra eu me apresentar no ct amanhã, eu queria gritar pro mundo! Mas como não dava, fiz a minha maior prioridade agora, avisar minha mãe.

— Oi filha! — o som da voz de minha mãe soa do outro lado da linha, me tirando de meus pensamentos.

— eu passei mãe!! A comissão de jornalismo do Palmeiras me deu a vaga, é minha mãe! — grito eufórica ao vê-lá na chamada de vídeo.

Sua boca se abre instantaneamente e seus olhos brilham, ela estava tão feliz e orgulhosa quanto eu.

— parabéns minha princesa! Eu não acredito... isso é surreal de incrível meu amor. Já quero contar pra todos do Rio!

— não é algo incrível? Eu tô' me beliscando deis da hora que desliguei o telefone, parece não ser real... — lágrimas brotam em meus olhos.

— mas é totalmente real meu amor! Eu tô' tão orgulhosa Maya... tenha a absoluta certeza que você merece isso mais que qualquer um. Seu pai está orgulhoso seja lá aonde ele estiver. — consigo ver seus olhos se encherem de água.

— espero... tudo que eu venho fazendo é tentando seguir os conselhos dele. — suspiro pesadamente. — sabe mãe, ainda não falaram o valor do meu salário, mas acredito que dê pra bancar nós duas aqui... não quer vir?

— ai filha, mas a barraca ela...

— mãe, essa barraca não te dá dinheiro mais a um bom tempo. Essa cidade não te dá mais felicidade a um bom tempo... Vem pra São Paulo, a gente se ajeita aqui no meu apartamento até as coisas melhorarem.

— não sei filha... não quero ser um encosto pra você aí.

— mãe, encosto de que? Eu tô morando sozinha, nem ficante tenho, e é só até as coisas se acertarem por completo. Por favor...

— eu vou ver o que faço aqui filhota, amanhã mamãe te liga ta bom? Agora você precisa descansar pra amanhã estar ótima no seu primeiro dia! — ela sorri e eu assinto. — Richard está é lá não é?

— é sim, mas não conversamos deis do final do ensino médio mãe...

— mas você sabe que eu sempre achei ele uma graça! Se rolar alguma coisa você me conta amanha — ela lança uma piscadela e assim que eu ia a repreender, ela desliga na minha cara rindo.

Dona Dandara a mesma peça de sempre...

Richard Rios Montoya, meu crush encubado de ensino médio. Durante os três anos de colegial que ele teve que fazer no Rio por conta de ser da base do Flamengo, a gente até teve uma amizade legal. A gente era da mesma classe, da mesma turma de amigos. Todos achavam que a gente tinha algo, mas nunca rolou um selinho se quer, e também nunca passou de uma quedinha minha. A gente era bem unido, se defendia, e principalmente, se zuava e se irritava muito. Eu amava seu sotaque colombiano.

Tirando o Montoya de meus pensamentos e voltando aos meus afazeres, procuro uma roupa mais formal pra me apresentar amanhã. Acabo escolhendo uma calça branca, uma regata verde e um blaser branco por cima. Deixo minha roupa separada e vou fazer minha higiene pessoal pra poder deitar...

 Deixo minha roupa separada e vou fazer minha higiene pessoal pra poder deitar

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[QUEBRA DE TEMPO]

SÃO PAULO - segunda, 13 de março
07:45

MAYA JÁ HAVIA saído de casa e estava a caminho do CT. Seu horário de entrada era às 08hrs, e como sempre a Torres já se encontrava meio atrasada e rezando pro trânsito de São Paulo colaborar e o Uber não ser muito lento. Sua sorte grande era que seu apartamento era no bairro do lado.

08:55 a loira chegou ao Centro de treinamento, sua entrada foi liberada rapidamente já que seus dados já estavam lá. Vendo aquele monte de carro de luxo já lá, supôs que os jogadores já haviam chegado. Quando adentrou nas grandes portas do ct, um homem foi falar com a mesma.

— Maya Galvão né?

— isso mesmo. — sorri simpática.

— meu nome é Everaldo, sou diretor de Marketing. Vamos andando? Já aproveito e te apresento o pessoal. — ele sugere e então Maya apenas assente e o segue. — vou te apresentar sua sala assim que conhecermos toda a equipe, aí já te mostro tudo que você vai fazer por hoje e nossa agenda da semana.

Assim que ele abriu as portas do grande refeitório, os olhares foram pra dupla que acabará de entrar. Everaldo guia Maya pra ponta da mesa da equipe de marketing e a apresenta.

— eu sou Ana Júlia, prazer. — uma loira mais nova a cumprimenta, mas as outras duas mulheres parecem não ligar muito.

— prazer Ana Júlia! Nossa você parece tão novinha, tem quantos anos? — pergunta curiosa.

— 18 — ela sorri tímida. Após Maya murmurar um "uau", Everaldo a chama mais uma vez, mas essa vez do lado da mesa dos jogadores.

— essa é a nossa nova jornalista, Maya Galvão. — quando a loira chega na ponta da mesa, seus olhos se cruzam com um olhar que a mesma já conhece bem.

— Torres? — Richard a olha confuso.

— é Maya Galvão seu animal, não escutou? — Endrick murmura pro colega do lado, porém pelo silêncio a mesa toda escuta.

— Torres é o sobrenome do meio dela imbecil! — Richard bate na cabeça do mais novo se levantando.

— Oi Montoya. — ela sorri tímida e então ele a abraça forte.

— caralho, quanto tempo! Como você tá? — sua animação é contagiante, claramente Ríos estava feliz em vê-la novamente.

— pera, vocês já se conhecem? — Zé Rafael pergunta curioso da ponta da mesa.

— Maya era uma amiga muito próxima minha no ensino médio quando estudei no Rio. — o do lado da loira explica. — mas eai? Tá bem?

— melhor que nunca agora que consegui vaga aqui. — ela sorri sem jeito.

— imagino o quão isso deve ser importante pra você. — ele murmura só pra ela e sorri simples. Era nítido o orgulho no olhar de ambos. Afinal, os dois tinham conseguido o que tanto sonhavam...

ENDLESS GAME •Richard Rios•Onde histórias criam vida. Descubra agora