Capítulo 3

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Pov Wanda

Acordei com dor de cabeça. Observei que havia um abajur ao lado da cama, e então o liguei. Quando sua fraca luz em tom amarelado se espalhou pelo ambiente, notei que em uma poltrona no fim do quarto havia uma sombra feminina. Deveria ser O que umas 5 da manhã?

- É assustador, sabia?- minha voz sonolenta soou.- Acordar com você no escuro de um quarto que nunca vi na vida.

Pude ouvir um copo bater sobre a superfície de uma mesa, aparentemente ela bebia algo.

- Tem medo de mim?- ela questionou e pude ouvir a seriedade e rouquidão em sua voz.

- É... acho que sim.- eu disse sincera.

Natasha me assustava realmente; sua forma gélida e desinteressada de agir me dava medo.

- Tem um comprimido ao lado do abajur, com um copo de água. Beba.- ela me guiou, ainda mesmo que eu não pudesse olhá-la tão bem.

- Para que serve isso?- questionei quanto ao remédio.

- Dor de cabeça, Wanda...- ela disse óbvia.- Não vou envenenar você.

- Você tem vários motivos.

- Confesso que existem milhares de formas divertidas e espetaculares pra se fazer isso. -ela caminhou até mim e pude notar sua expressão séria de sempre.- Se eu fosse matar você, não perderia a oportunidade de tornar essa ação mais legal.

Seu silêncio retornou, e eu sentei-me sobre a cama, observando-a pegar o comprimido e aproximá-lo de mim. Sua voz rouca sussurrou para que eu abrisse a boca e, em questão de segundos, o comprimido estava lá.

- Agora toma a água, e cala a boca.

Fiz o que ela pediu sob seu olhar controlador e intimidante. Natasha me analisou por alguns segundos e, depois que coloquei o copo sobre a superfície, nos encaramos por algum tempo. Observei sua aparência, agora ela vestia um moletom vermelho, e seu rosto não possuía maquiagem. Seus lábios rosados eram hipnotizantes, e o coque frouxo combinava com seu estilo casual.

- Você está se sentindo melhor?- ela perguntou, quebrando o silêncio.

- Um pouco...- murmurei, ainda tentando processar tudo.

- Você está segura aqui, pelo menos por enquanto.

Eu assenti, tentando entender a situação. Ela se virou para sair, e eu a observei por um momento, ainda tentando entender a complexidade daquela mulher que, de algum modo, tinha decidido me proteger.

- Natasha...- Chamei antes que ela saísse do quarto.

Ela parou, virando-se para me encarar.

- Obrigada.- murmurei, sincera.

Ela apenas assentiu, uma sombra de um sorriso aparecendo em seus lábios, antes de sair e fechar a porta atrás de si.

Eu me ajeitei na cama, tentando encontrar uma posição confortável, e deixei o restante da minha exaustão me tomar aos poucos. Naquele momento, percebi que, por mais assustadora que Natasha pudesse ser, ela era minha única esperança de segurança. E talvez, apenas talvez, houvesse mais nela do que aparentava.

(...)

Acordo sentindo alguém me olhando novamente. Vou abrindo os olhos devagar, procurando quem era que estava me observando enquanto eu dormia. A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas, iluminando o quarto com um brilho cálido. Olho para o pé da minha cama e vejo um parzinho de olhos verdes escuros me observando com curiosidade e talvez um pouco de medo. Dou um pequeno sorriso ao vê-lo me encarando.

Entre Armas e RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora