×Meu Delinquente× ||Ran Haitani

•Tadashi•

Abri meus olhos lentamente, enquanto sentia uma dormência pelo meu corpo. Assim que abri totalmente os olhos, tentei me acostumar com a claridade do local desconhecido. Olhei em volta e era um tipo de depósito, não sei.

Percebi que em minha boca havia uma fita. É, se as coisas estavam ruins, agora pioraram. Olhei mais um pouco à minha volta tentando achar um vestígio de que aquilo era um engano ou que eu não estivesse sendo sequestrada. Porém, ao deslizar os olhos pelo local, tudo que eu vi foram caixas, uma porta e a completa escuridão que me apavorava um pouco.

"Isso não pode estar acontecendo.." -pensei.

Abaixei minha cabeça, prestes à chorar de desespero.
Até que um barulho se fez presente no local, ecoando por toda a sala.

-Parece que a garotinha acordou. -um homem entrou na sala.

O homem ficou em minha frente e me observou com um sorriso. Eu não fazia ideia de quem ele era.
Com certeza eu devo estar parecendo uma criança assustada agora.
De repente, o homem riu.

-O que foi? Está com medo? -ele debochou.

Abaixei a cabeça, só querendo fugir dali. Percebi que outros homens vieram, logo se aproximando também.

-Bom, eu sou Tadashi. À partir de agora serei como um "titio" para você. Vai ter de me obedecer, ok? -se agachou, ficando em minha altura.

Tadashi ficou me olhando de um jeito assustador. Ele segurou meu rosto e começou à acariciá-lo, o que me fez sentir nojo. Balancei minha cabeça negativamente sem parar, tentando me afastar daquele toque. A única coisa que me fez parar foi a ardência que senti em meu rosto. Olhei para Tadashi sem acreditar no que ele havia feito.
"Ele me bateu?.." -eu estava desacreditada.

-Vadia teimosa. Vamos ter que te educar muito bem. -Tadashi se levantou.

Fiquei estática, ainda tentando processar o que estava acontecendo.

-Apesar da sua teimosia, eu vou ser bonzinho com você. -Tadashi segurou a fita que prendia minha boca.

Eu olhei para ele tentando adivinhar o que ele iria fazer.
Sem que eu estivesse preparada, Tadashi puxou com tudo a fita da minha boca, causando uma ardência dolorosamente forte que me fez lacrimejar.
Meu rosto virou com tudo por causa daquilo, fazendo com que meu cabelo se 'bagunçasse.

-Oh.. pobrezinha. Sinto muito por isso. -Tadashi tirou meu cabelos que estavam em meu rosto e os acariciou. -Isso deve ter doído, não é? -sorriu cínico para mim.

Eu suspirei, levantando a cabeça e encarando Tadashi que acariciava meu rosto. Com raiva e nojo, virei meu rosto com força, fazendo com que a mão nojenta de Tadashi saísse de meu rosto.
Olhei para ele que fez uma expressão de raiva.

-Vadia teimosa... -Tadashi levou suas mãos ao meu pescoço, o apertando e me fazendo ficar desesperada.

Eu me balançava na cadeira, na tentativa de conseguir ao menos cair com o impulso e fugir de seu aperto.

-Eu já disse à você para ficar quietinha! Quer morrer, vadia?! -gritou, enquanto apertava mais forte.

Eu não conseguia falar, muito menos gritar. A única coisa que eu fazia era me contorcer e chorar.
Tadashi soltou meu pescoço e finalmente eu pude respirar.
Minha respiração estava desregulada e ofegante.

-Você tem que me obedecer, ouviu?! Não vê que estou sendo legal com você? -me encarou, nervoso.

Tadashi se aproximou e segurou meu queixo, enquanto eu ainda tentava respirar normalmente.

-Presta bem atenção. -me encarou. -À partir de hoje, você vai me obedecer e me respeitar. Você ouviu bem? -não respondi.

Tadashi respirou fundo, e antes que eu percebesse, ele apertou meu queixo novamente.

-Não testa minha paciência, garota... Você ouviu ou não? -acenei positivamente. -Bom. -soltou meu rosto com agressividade.

Tadashi se afastou, indo até a porta. Logo ele me olhou.

-Vai ficar sem comer hoje. -disse sério e saiu.

Que ótimo. Já não bastava ser sequestrada e agredida. Agora não vou comer também.

"Mas o que diabos eu vou fazer?" -pensei.

Entediada, comecei à impulsionar meu corpo para frente e para trás, tentando me balançar. De repente, a cadeira foi com tudo para trás e eu caí. O impacto não foi tão forte, por isso não me machuquei.
Fiquei pensando em como eu saíria daquela situação, mas logo eu ouvi a porta ser aberta novamente.

"Ai, não... O Tadashi?!" -pensei.

Mas para a minha surpresa, quem veio até mim foi um homem alto e mascarado, usando roupas escuras. Ele levantou a cadeira.

-Você é inquieta, né? -me olhou.

Eu fiquei em silêncio, apenas olhando para ele.

-Hum.. -se levantou.

-Qual o seu nome? -perguntou.

Eu não respondi, estava desconfiada.

-Olha só: a fita já foi tirada da sua boca e suponho que você não seja muda. Então por que não me responde? -me encarou.

Eu pensei um pouco.

-Eu me chamo Yuka. -falei neutra.

-Yuka, hum.. -me olhou.

Aquele homem me olhou tão profundamente, que eu fiquei assustada. Um homem do lado de fora o chamou, e o mesmo se afastou.

"Eu ein..." -pensei vendo o homem sair do local.

Depois que o homem saiu, eu fiquei sozinha dentro daquele lugar escuro.

"Será que vou ficar aqui por muito tempo?"

...

Sanzu's pov:
Eu estava pensativo, sentado na sala. No ambiente tinha um silêncio bom, quando de repente esse silêncio é quebrado pela porta batendo com tudo na parede. É claro que essa batida me assustou também.
"Mas que merda é essa?" -pensei olhando para o lado.

De repente, vejo Senju entrando com pressa na sala.
-Caralho, Senju. Não me assusta assim! -joguei a cabeça pra trás, suspirando.

-Cacete, Haru! Você é burro?! -ela pôs a mão na cintura com uma feição irritada.

-Do que 'cê 'tá falando? - a olhei.

-A Yuka, Haru. A Yuka foi sequestrada. -falou séria.

-Quê?! -me levantei, sem acreditar.