20: Sophie💌

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CHARLES LECLERC POINT OF VIEW

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CHARLES LECLERC POINT OF VIEW

O dia seguinte à chegada de Sophie começou com um café da manhã tenso. Os olhos de todos estavam sobre mim e Lily, tentando ler as linhas invisíveis de nossa complicada história. Sophie, no entanto, parecia alheia a tudo. Ou talvez estivesse apenas fingindo.

— Então, o que faremos hoje? — Sophie perguntou, sua voz quebrando o silêncio desconfortável.

Kelly, sempre a mediadora, sorriu e respondeu: — Pensei que poderíamos fazer um passeio pela vinícola e depois almoçar na cidade.

Todos assentiram, ansiosos para se distrair. A manhã foi passada explorando a bela vinícola local. No entanto, Sophie começou a mostrar um lado que eu raramente via.

— Este vinho é delicioso, não é, Lily? — Ela perguntou, um sorriso artificial nos lábios.

— Sim, é muito bom. — Lily respondeu, sua voz tensa.

— Oh, você entende de vinhos? Achei que não. — Sophie retrucou, seu tom levemente condescendente.

Lily apenas a olhou, a mandíbula apertada. Tentei intervir. — Sophie, vamos experimentar aquele outro vinho?

— Claro, querido. — Ela respondeu, mas o dano já estava feito.

O almoço na cidade foi igualmente desconfortável. Sentados em um restaurante pitoresco, tentamos aproveitar a comida italiana autêntica, mas a tensão estava sempre presente.

— Você gosta de massas, Lily? — Sophie perguntou, cortando seu ravioli com precisão.

— Sim, gosto bastante. — Lily respondeu, comendo devagar.

— Que bom! Talvez um dia você consiga cozinhar algo assim. — Sophie disse, o tom de voz insuportavelmente doce.

Lily largou o garfo, visivelmente irritada. — Sophie, posso perguntar por que você sente a necessidade de ser tão arrogante?

O grupo inteiro congelou. Eu tentei intervir novamente. — Vamos nos acalmar...

Sophie levantou uma sobrancelha, fingindo inocência. — Eu? Arrogante? Só estou tentando ser amigável.

— Isso não é ser amigável. — Lily retrucou, sua voz firme. — Isso é ser condescendente.

— Talvez você esteja apenas sendo sensível demais. — Sophie respondeu, seu tom cortante.

Lily levantou-se abruptamente. — Eu preciso de um pouco de ar. — Disse, saindo do restaurante.

Kelly olhou para mim, desapontada. Arthur parecia prestes a dizer algo, mas se conteve. Todos estavam desconfortáveis, e eu sabia que precisava fazer algo.

Depois do almoço, voltamos para a villa. Sophie foi tomar um banho, e eu aproveitei a oportunidade para falar com Kelly e Arthur.

— Precisamos fazer algo sobre isso. — Disse, passando a mão pelo cabelo, frustrado.

— Concordo. — Kelly disse, cruzando os braços. — Isso não pode continuar assim. Está arruinando a viagem para todos.

Arthur suspirou. — Charles, talvez seja melhor você falar com Sophie. Ela precisa entender que isso não é aceitável.

Assenti, sabendo que eles estavam certos. Fui até nosso quarto, onde Sophie estava se arrumando.

— Sophie, podemos conversar? — Perguntei, tentando manter a calma.

— Claro, querido. O que foi? — Ela respondeu, sem desviar o olhar do espelho.

— Você precisa parar com esses comentários para Lily. Está tornando tudo insuportável. — Disse, direto.

Ela se virou para mim, surpresa. — Eu? Estou apenas tentando ser amigável. Talvez ela esteja exagerando.

— Não, Sophie. Você está sendo condescendente e cruel. Isso precisa parar. — Insisti, minha voz firme.

— E por que você está defendendo tanto ela? — Ela perguntou, cruzando os braços.

— Porque é a coisa certa a fazer. Não estamos aqui para brigar. — Respondi, tentando apelar para sua razão.

— Bem, talvez se ela não fosse tão sensível... — Sophie começou, mas eu a interrompi.

— Sophie, por favor. Só pare. — Disse, exasperado.

Ela bufou, mas finalmente cedeu. — Tudo bem, Charles. Vou tentar ser mais cuidadosa.

No entanto, a promessa de Sophie foi quebrada rapidamente. Durante o jantar, ela fez um comentário passivo-agressivo sobre o trabalho de Lily, insinuando que ela não estava se esforçando o suficiente em sua carreira. Lily, já no limite, não conseguiu mais se conter.

— Sabe de uma coisa, Sophie? Já basta. Você é insuportável. — Lily disse, levantando-se da mesa.

Sophie riu, um som frio e sem humor. — E você é simplesmente patética, Lily.

Antes que eu pudesse intervir, Lily já estava saindo da sala. Senti um peso esmagador em meu peito. Kelly e Arthur me olharam com decepção e frustração, e eu sabia que a situação estava fora de controle.

Fui atrás de Lily, encontrando-a no jardim, tentando controlar as lágrimas.

— Lily, eu sinto muito... — Comecei, mas ela me interrompeu.

— Não, Charles. Não faça isso. — Ela disse, a voz trêmula. — Eu não aguento mais essa situação. Você deveria ter avisado que ela viria. Nós éramos amigos, e agora... Agora eu não sei mais.

Fiquei em silêncio, incapaz de encontrar palavras para consertar o estrago. A viagem que deveria ter sido uma fuga se transformou em um campo minado de emoções e ressentimentos. A cada momento que passava, sentia que estava perdendo mais um pedaço de mim, e tudo o que eu queria era voltar no tempo e desfazer toda essa bagunça.

E assim, sob o céu estrelado da Toscana, fiquei ao lado de Lily, sentindo a distância entre nós crescer a cada segundo, sabendo que talvez nunca conseguíssemos superar o abismo que se abriu entre nós.

Love Letter -  Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora