Luzes amareladas

30 5 72
                                    

Duncan ficou um pouco receoso com ideia de abraçar Courteney, já que não queria parecer inconveniente. Mas sentiu que era necessário fazer esse gesto pois O'Connor não parava de derramar lágrimas em seu ombro que estava coberto com sua camiseta preta.

A morena sentiu o calor das mãos de Duncan em seu braço e esse ato fez com que ela se sentisse um pouco mais calma, mas ainda doía muito.

Courteney não conseguiu explicar nada para Duncan, na verdade, estava com vergonha de mais para conseguir contar ao punk o que havia acontecido. Duncan percebeu que a morena não estava em um bom momento para contar nada, sendo assim, evitou fazer mais perguntas.

McDowell não sabia bem o que aconteceu e estava confuso, mas ficou preocupado se a morena tinha algum lugar para ficar, sendo assim, teve que perguntar só mais uma coisa.

— Você continua na república? — Duncan perguntou, era muito estranho a morena estar na rua sozinha nesse horário, ainda mais de pijamas. Acreditava que era uma pergunta pertinente a se fazer.

Courteney levantou sua cabeça do ombro do punk e negou, sem dizer nada. Duncan permaneceu com suas mãos nos braços da morena.

— Eu tenho um quarto sobrando lá no apartamento. Quer dormir lá? Só essa noite, para você não ficar sozinha. — Duncan indagou um pouco inseguro com a resposta da morena.

McDowell tinha um quarto que nunca foi usado em seu apartamento. Tinha um simples colchão e um armário, que serviriam bem para Courteney naquele momento.

Percebeu que a morena não tinha consigo nenhuma mala ou alguma mochila com roupas, apenas o pijama em seu corpo. Aquilo o deixou ainda mais confuso, mas não questionou, deixaria isso para outro momento.

— Pode ser. — Courteney respondeu, ainda com um tom de voz estremecido. Lembrou que essa era a segunda vez que Duncan lhe oferecia estadia no apartamento e ficou grata mais uma vez.

— Certo. Meu apartamento fica na área residencial do campus, e eu costumo pegar o ônibus, tudo bem?

— Sim.
Duncan retirou suas mãos dos braços de Courteney e juntos foram até a parada de ônibus que não ficava longe de onde eles se encontravam.

O punk percebeu que muitos olhavam para a morena, provavelmente porque ela estava sem sapatos e com um pijama; ele observou que alguns riam apontando para O'Connor e isso o deixou relativamente irritado. Impressionante como alguns indivíduos julgam sem ao menos conhecer quem as pessoas realmente são ou a história que carregam, Duncan conhecia bem esse lado dos seres humanos e não gostava nem um pouco.

Quando chegaram na parada, McDowell retirou o casaco que guardara em sua mochila e colocou sobre os ombros de Courteney que ainda estava com o rosto bem tristonho, mas havia parado de chorar.

O punk colocou o casaco que ficara grande no corpo de Courteney para que escondesse um pouco do pijama que a morena usava, apenas para evitar mais olhares ignorantes.

Courteney sentiu o calor do casaco de Duncan e pôde sentir também o toque tranquilo de McDowell, sendo assim, a morena direcionou seu olhar para o rosto do punk e, sem conseguir segurar, voltou a chorar.

— E-Eu fiz algo de errado? — McDowell perguntou, assustado. Será que Courteney se sentiu ofendida com o que Duncan fez? Ele ficou levemente desesperado.

— Não, é que... — O'Connor enxugou um pouco das lágrimas que molharam seu rosto. — Eu não merecia sua gentileza.

— Não?

— Não.

— Mas por que?

— Porque eu fui uma idiota com você. — Os olhos castanhos escuros da morena voltaram a marejar. — Eu não mereço nada do que você está fazendo por mim.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 17 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Naquele Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora