O que é a liberdade?

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Como você se sentiria ao perceber que está preso mentalmente e fisicamente? Como se sentiria ao ver que está há dez anos planejando uma vingança? Será que vingar traria de volta a liberdade que escorreu entre seus dedos?!

Bom, como visto anteriormente...
Park Jimin está internado há cerca de dez anos, não sabe nada referente ao mundo fora dos altos muros do Hospital Psiquiátrico, nada além do que passa em reportagens e revistas. Jimin passava seus dias em uma rotina monótona e repetitiva, onde os minutos pareciam horas e as horas, dias, dias que tornaram-se anos. As paredes brancas e frias do hospital, com seus corredores intermináveis e salas quase sem vida, eram um lembrete constante de sua prisão interior e exterior. Cada passo que ele dava ecoava pelos corredores vazios, um som oco que parecia zombar de sua condição. Os outros pacientes, perdidos em seus próprios mundos, não ofereciam companhia ou consolo. Eram apenas sombras passando, reflexos de suas próprias mentes quebradas e frágeis.
As noites eram as piores, gélidas e sem sentido. O silêncio absoluto, interrompido apenas pelo ocasional som de um paciente em crise ou pelo ranger das portas dos quartos, era sufocante. Podia sentir seu ar faltar. Jimin frequentemente se pegava olhando para o teto, relembrando os eventos que o levaram até ali. Maldito Pitter, familiares, más companhias. As memórias eram nítidas e dolorosas, como feridas que nunca cicatrizavam. Ele se lembrava das mentiras e das promessas não cumpridas de todos. E, acima de tudo, ele se lembrava da raiva e da dor que sentiu quando percebeu que aqueles em quem confiava o haviam abandonado.
A vingança se tornou sua única companheira, um pensamento constante que o mantinha acordado à noite e o impulsionava durante o dia. Ele planejava meticulosamente, cada detalhe sendo cuidadosamente considerado e revisado. Não havia espaço para erros. Sabia que teria apenas uma chance e não poderia desperdiçá-la. A vingança, ele acreditava, era a chave para sua liberdade. Era o único meio de recuperar o que havia perdido, de se sentir completo novamente. No entanto, a dúvida ocasionalmente se infiltrava em sua mente. Será que vingar-se realmente traria de volta a liberdade que ele tanto ansiava? Ou será que apenas o aprisionaria ainda mais, em uma nova forma de cativeiro? Ele se perguntava se, ao se vingar, ele se tornaria tão cruel quanto aqueles que o traíram. Mas esses pensamentos eram rapidamente suprimidos pela intensidade de seu desejo de justiça.

— Pode ser que você saia daqui algumas semanas — Dra Jihyo afirma sorridente — Você vem demonstrando melhoras, Tzuyu me informou das sessões de terapia...está se saindo bem, Ji!

Um sorriso ladino brotou nos lábios do paciente, tudo indica que estou no caminho certo...

Os dias passavam e o que mais lhe interessava eram as pessoas que antes faziam parte de sua vida. Ele se perguntava como elas estavam, o que estavam fazendo, se alguma vez pensavam nele. Coletava informações fragmentadas, juntando peças de um quebra-cabeça que nunca parecia completo.

Sua conexão com o mundo exterior era limitada, mas ele encontrava formas de se manter informado. Os funcionários do hospital, sem saber, forneciam pistas valiosas em suas conversas descuidadas. Jimin ouvia atentamente, absorvendo cada detalhe, cada fragmento de informação que pudesse ser útil em seus planos. Ele se tornou um mestre em escutar sem ser notado, em observar sem ser visto.
A esperança de liberdade e vingança era o que o mantinha vivo, o que dava sentido aos seus dias intermináveis. Ele sabia que, eventualmente, sua oportunidade chegaria. E quando chegasse, ele estaria pronto. Os anos de planejamento e preparação não seriam em vão. Estava determinado a fazer justiça, a recuperar sua vida e a se vingar especificamente de Pitter.

Nos corredores frios e silenciosos do Hospital Psiquiátrico, Jimin se preparava para o inevitável. Cada dia que passava era um passo a mais em direção à sua liberdade. E, no fundo de sua mente, ele sabia que, quando o momento chegasse, ele estaria pronto para reivindicar o que era seu por direito. Contudo, havia uma voz dizendo que talvez existisse alguém mais importante para procurar...Jeon Jungkook.

Prenda-me Se For Capaz  #2 - O Eco do Passado.Onde histórias criam vida. Descubra agora