❝𝐇𝐄𝐀𝐓❞ | Geto Suguru

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A tatuagem nas costas largas - bem como o cabelo longo e sedoso - era uma característica inconfundível

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A tatuagem nas costas largas - bem como o cabelo longo e sedoso - era uma característica inconfundível. À minha frente, na quadra de basquete, se encontrava o meu mais belo desastre: Geto Suguru.

Nós nunca fomos bons juntos, mas carregávamos problemas parecidos demais para que fosse impossível notar a forma como eu me sentia conectada a ele. A cada gesto, palavra, olhar ou opinião escondida do mundo. Eu achava que o mesmo era nosso, até meu pai decidir que ele não era bom o suficiente para mim. E, no fundo, talvez ele tivesse razão. Com o passar dos anos, eu iria querer mais do que aventura proibida e calor entre os braços de um homem. Eu desejaria paz e calmaria, um marido que fosse também bom pai. Que soubesse o que quer, mas Geto não conhecia nem a si mesmo, e talvez todo o mundo fosse capaz de notar isso, excepto eu.

O problema era que ninguém via a forma como ele me entendia. Como me ouvia, como me protegia de tudo e todos sem mover nem um dedo. Ninguém sabia do cuidado que ele tinha com suas irmãs mais novas e distantes. Ele não conhecia a si mesmo, mas eu espelhava cada partícula dele. Éramos um só; eu era ele, da forma mais caótica e formidável possível.

Meu coração acelerou e pareceu doer quando nossos olhares finalmente se cruzaram. Geto estava suado, ofegante e com o rosto avermelhado devido ao esforço; a partida de basquete finalmente havia terminado. Eu não deveria estar ali, para falar a verdade. Combinei de encontrar meu pai numa cafeteria próxima em cerca de dez minutos, mas precisava vê-lo. Eu sentia tanta saudade que doía. Além disso, nosso "fim" nunca foi definitivo. Era apenas um emaranhado de conflitos internos causado pelas palavras do meu pai, por receio de que a relação não andasse e que absolutamente tudo fosse ilusão minha. Não queria basear uma vida a dois em traumas e ideologias parecidas, tristes e complexas.

Narinas ligeiramente infladas enquanto ele respirava fundo, alguns fios se prendendo à pele húmida, passos largos na minha direção e a camisa estendida no ombro. Isso foi o bastante para que eu levantasse, humedecendo os lábios e mordendo o interior da bochecha para não sorrir quando observei a sombra de diversão nas íris do mais alto. Suguru cheirava ao perfume que eu tão bem conhecia, suor e condicionador de cabelo, um daqueles bem caros e de ótima qualidade, como já era de se imaginar. Ainda respirava audivelmente quando me observou em silêncio mais de perto, o carinho discreto brilhando nos seus olhos.

— Oi.

— Oi. — respondi, sorrindo timidamente quando Gojo, seu melhor amigo, passou nos encarando com um olhar estranho e a camisa em mãos, muito mais molhada em relação à do outro. Ele falava demais e fazia piadas que me deixavam sem graça, mas era uma ótima companhia.

— Você não deveria estar à espera do seu pai naquela cafeteria estúpida no final da rua?

— Ela não é estúpida, você simplesmente não vai com a cara do Toji. — eu disse entre risos, equilibrando a pilha de cadernos e livros no braço antes que ele a carregasse, puxando a alça da minha bolsa para o lugar.

𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | JJK IMAGINESOnde histórias criam vida. Descubra agora