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Ser fraca para bebida era uma das minhas piores características. Era tão má que, depois de uma "noite do vinho" que fiz com minha melhor amiga Chomi, acabei transando com o seu irmão gémeo e traindo o meu namorado.
Se era uma justificação plausível? Não, não era. Mas poxa, eu andava carente demais, Masato não conseguia me fazer gozar e broxava a meio do ato. Ele não me elogiava, não era atencioso e apenas me oferecia presentes. Nos dias em que saíamos, tínhamos momentos marcantes e depois que me deixava em casa, se esquecia completamente da minha existência, como se simplesmente guardasse um objeto em uma prateleira.
O pau do Choso foi o único no qual gozei em um intervalo de cinco meses, de forma tão gostosa que saí da sala de jogos com as pernas tremendo de tão bambas. O mau era que nem eu e nem ele estávamos embriagados o suficiente para esquecer aquele momento. A evidência disso era a forma como o mesmo me encarava do outro lado da sala, mesmo com a borda do copo vermelho e descartável entre os lábios, os quais ele depois humedeceu com a língua, atraindo a minha atenção para o piercing no canto esquerdo do inferior.
Aquele olhar, embora cansado e desinteressado, deixou transparecer todo o desejo que o mesmo sentia, por mais que eu estivesse bem próxima do Masato e sentada no seu colo. Ele me tratava como um troféu na maior parte das vezes, e eu sabia que não demoraria até que fosse se enfiar em um canto qualquer com os amigos até se esquecer da minha existência por horas. A sorte era que Chomi sempre me puxava para ficar com ela e seu namorado Dylan - isso quando não estavam transando em algum canto da casa -.
A mansão dos pais deles tinha dois andares e muitos cómodos. Um deles era a sala de jogos na qual eu chifrei o meu namorado enquanto Chomi dormia. Ela bebia e adormecia, enquanto que eu empurrava minha noção para sei lá aonde, e foi exatamente isso que aconteceu quando deixei que Choso me comesse num tapete. Não tivemos nem a decência de, pelo menos, chegar a um sofá ou pufe.
Masato deu alguns tapinhas na minha coxa, me tirando dos devaneios. Eu trazia um vestido curto e apertado em um tom de lilás que parecia lavanda, bem como calçava saltos a combinar com a bolsa pequena que tinha sobre o colo. Os cabelos cacheados e escuros, com algumas mexas de cor caramelizada, se encontravam soltos em ondas definidas e hidratadas, emoldurando o meu rosto que tinha os traços mais delineados pela maquiagem leve. Virei, desviando o olhar de Choso e encarando o japonês alto e magro, que mascava um chiclete casualmente. Devia estar com um sabor horrível, considerando que ele tomava cerveja ao mesmo tempo, despreocupado.
— Vou sair para fumar com o Allan. — avisou, o que me fez sair de cima da sua perna para que pudesse levantar. Eu não suportava o cheiro de cigarro, então permanecia longe sempre que ele saía para fumar. O único problema era que demorava demais sempre que fosse com algum amigo, então acabávamos não tendo tempo para curtir juntos.
— Até logo.
Masato me deu um selinho rápido antes de sair sem nem olhar para trás ou perguntar se ficaria bem. Nossos lábios quase não se tocaram, mas eu estava tão acostumada que, invés de tristeza, senti certa raiva. Por quê ele me tinha como namorada só para me tratar daquele jeito? Como se eu fosse uma qualquer?
