❝𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒❞ | Nanami Kento

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A perna balançava quando olhei para o relógio fixo na parede pela quinta vez, em um intervalo de uma hora

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A perna balançava quando olhei para o relógio fixo na parede pela quinta vez, em um intervalo de uma hora. Como se tornara habitual, Nanami estava atrasado.

Embora esperasse por ele em casa, era chato ter de aguardar mais do que o esperado após três semanas de pouca conversa e nenhum contato físico. Meu peito doía de angústia sempre que imaginava que pudesse estar com outra mulher, fazendo com que me arrependesse de ter concordado em casar após dois anos de namoro. Talvez fosse cedo demais. Com um suspiro, estiquei a mão esquerda para observar o conjunto de anéis extremamente caros, cravejados de diamantes. Um deles tinha a pedra maior, bem no centro do arco dourado e cintilante, deixando evidente a fartura das contas bancárias de meu marido.

Engoli a seco ao ensaiar, mais uma vez, as primeiras palavras que pretendia proferir assim que ele passasse pela porta principal. Não tinha um lugar tão grande e luxuoso para onde me mudar caso concordássemos em nos separar, e estava acostumada a morar naquele apartamento, tendo apenas de me preocupar em manter a casa limpa e organizada, e os cozinhados frescos. Não eram tarefas de outro mundo para mim; eu adorava ser uma esposa "tradicional"; imaginar como seria me enfiar em um escritório ou cuidar de um negócio novamente me dava dor de cabeça. Amava cuidar de meu marido, ir a aulas de pilates e gastar o dinheiro dele sem preocupações, mas, se pesasse o estado no qual minha mente e espírito se encontravam desde que ele decidiu começar a sumir do nada sem dar notícias ou justificações plausíveis, a balança caía mais para o lado negativo, e eu odiava me sentir frustrada.

Soltei a fivela dos saltos com outro suspiro, bastante pesado daquela vez, tirando os mesmos dos pés antes de alcançar a taça rasa de vinho tinto. Sorvi um gole enquanto desmanchava, com a mão livre, o penteado, soltando o cabelo pranchado e respirando aliviada ao me livrar dos grampos que o mantinham no lugar. Eram nove horas e quinze minutos, a noite havia caído muitas horas atrás, e nada de ele chegar.

— Que se foda... — resmunguei para mim mesma, pousando a taça na mesa de centro com uma força desnecessária antes de andar até o quarto para colocar o pijama. Um vestido de seda curto, preto e decorado com alguma renda da mesma cor, o robe do mesmo material, tão escuro quanto a outra peça, e calcei as pantufas rasas. Deixei o cabelo solto para cuidar dele antes de ir à cama e me foquei em remover a maquiagem após escovar os dentes, repetindo o processo de todas as noites para lavar, limpar e hidratar a pele facial, me dirigindo à sala mais uma vez com o celular em mãos. Nenhuma chamada ou mensagem. Decidi não ligar também e simplesmente me enfiei sob a coberta pequena que costumava manter no meu sofá favorito, trocando de canal para assistir algum filme enquanto me ocupava com o vinho.

Cerca de meia hora depois, ouvi a porta sendo destrancada. Mesmo que não quisesse, me senti ansiosa, com os batimentos cardíacos acelerados ao constatar que Nanami estava de volta. O ruído característico dele lançando seu molho de chaves no aparador próximo à porta, no corredor de entrada, se fez ouvir junto dos passos lentos e ritmados.

𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | JJK IMAGINESOnde histórias criam vida. Descubra agora