capítulo três

23 5 2
                                    

Aviso de gatilho!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aviso de gatilho!

Os dois vizinhos estavam agora sentados no sofá do loiro, mergulhados em um silêncio absurdo e esperando pra ver quem iria falar primeiro. Jeon nesse curto período de tempo notou que o vizinho não gostava de aproximação, quando foram lavar a louça e sem querer se esbarravam o Park respirava fundo.

Preferia não pensar muito sobre o porque ele agia desse jeito, não ia chegar em respostas positivas.

Jimin estava com os braços ao redor do corpo e com a cabeça encostada em um dos apoios do sofá, Jeon fazia o mesmo no lado oposto. Depois de arrumarem toda a bagunça que fizeram na cozinha, o loiro convidou o moreno pra ficar mais algum tempo em seu apartamento e Jeon aceitou de bom grado.

Estava intrigado sobre o passado do menor, até ficou tentado em ver mesmo se era verdade o que ele tinha falado, mas pareceu mais invasivo do que até mesmo estar na casa dele.

— Você não vai falar nada? — Perguntou.

Jimin olhou pra ele meio desanimado, tinha prometido pra Taehyung e para si mesmo que não contaria a ninguém sua verdadeira identidade, agora aqui estava, compartilhando segredos com um vizinho qualquer. Suspirou e encarou a TV, que não exibia nada além de uma grande tela preta.

— Por que eu compartilharia algo com um estranho? Você pode contar a todos que eu moro aqui, eu irei me mudar, não se preocupe — Foi ríspido, não dando brecha pro moreno tatuado.

Jeon até se surpreendeu com o tom que o outro o tratara, mas balançou a cabeça aceitando.

Ajeitou-se no sofá e apoiou seus cotovelos no joelho, sua cabeça pendia em suas punhos e meio envergonhado, tentou passar alguma confiança mínima pro loiro.

— Eu tenho problemas de raiva, sabia? — Soltou.

Jimin o encarou rapidamente, não sabendo bem o que falar, o moreno estava se abrindo com ele?

— É humilhante ter que admitir isso — Fechou os olhos e passou a mão na cara — Eu sou explosivo, tudo mínimo se torna algo máximo, e por causa disso evito contatos com outras pessoas. Eu descobri depois de ir para uma reunião de classe, minha namorada estava me traindo com um cara bem mais rico e que era uma de minhas intrigas no ensino médio, todo mundo começou a rir de mim de maneira absurda e eu não sabia onde enfiar minha cara, estava desnorteado e descontrolado— Mordeu o lábio — Eu espanquei aquele cara até quebrar sua mandíbula e minha mão, minha namorada não fez nada na hora e no outro dia recebi um processo, ela alegou que eu espancava ela — Riu — Eu fazia tudo por aquela filha da puta e no final ela conspirou contra mim, pra me tirar ainda mais dinheiro — Olhando bem pro acontecimento, Jeon nunca foi tão inocente.

Virou pra encarar o vizinho.

— Acho que todo mundo tem problema, não é? Se você fosse acreditar em tudo o que falaram sobre mim, tenho certeza que não estaria nem no mesmo cômodo que eu — Pressionou os lábios — Eu não gosto de você e você não gosta de mim, não nos importamos um com o outro, por que eu estaria interessado em espalhar pra todo mundo que você está aqui?

Jimin ficou em silêncio.

Jungkook entendeu aquilo como um sinal de que era pra ir embora, o loiro não queria ele lá e isso já estava óbvio o bastante. Se levantou e seguiu até a porta do apartamento, mas sentindo uma mão segurar a barra do moletom, se virou.

— Eu fui espancado no meu último relacionamento — Confessou — Ao contrário de sua ex, eu não processei, eu não falei, eu não fiz nada — Seus olhos brilhavam — Eu fugi pra cá.

Jungkook sentiu seu corpo amolecer e abriu a boca, mas nada saia, nenhuma mísera palavra poderia confortar aquele rapaz.

— Ele me enganou... — Soltou a camisa — Ele dizia que eu era único, me dava presentes, me levava para jantares caros, viagens internacionais, me dava privilégios em contratos profissionais, mas eu sempre desconfiei do seu medo de ser visto junto comigo — Arfou — O canalha tinha esposa, ele me fez de amante, quando eu descobri já era tarde demais e quis terminar, eu terminei em um hospital naquele dia.

— Eu não vou continuar sendo um segredo seu, Fernández, se toca! — Jimin jogava todas as suas roupas em uma mala — Você me dizia que eu era único, porra! Sua esposa tá grávida e nem sabe sobre mim!

Fernández se mantinha em pé a poucos passos da cama onde a mala estava jogada, encarando o moreno com seus olhos pretos e opacos, a camisa social em seu corpo estava justa e as mangas arregaçadas. Sua feição não transbordava nem um pouco de culpa, nenhum arrependimento.

— Dulce, vamos conversar. — Foi firme e aproximou-se do amado, mas Jimin pegou uma de suas bolsas caras e tacou em seu rosto — Não faça isso.

— Fernández, não tem conversa, acabou. — O moreno estava afobado — Espero que você enfie todos esses agrados no seu cu, quem você pensa que é pra me enganar? Eu poderia muito bem ter chego onde cheguei sem sua ajuda, você não é nada pra mim.

Foi quando a merda aconteceu.

Fernández sentiu seu sangue ferver ao ouvir aquilo e pegou o menor pelo pescoço, lançando contra a parede mais próxima e apertando sua jugular, o moreno se engasgava atrás de ar. O espanhol estava cego pelo ódio, tudo tinha que estar sobre seu controle, nada poderia dar errado.

— M-Me solta! — Suplicava desesperado.

— Quando você vai entender que não tem voz aqui porra? Eu sou seu dono, tudo que você tem foi mérito meu, que direito você acha que está reivindicando? — Seu tom era baixo e rouco, contra o ouvido do amado — Você só é uma putinha barata de esquina, acha mesmo que conseguiria chegar em contratos tão grande com essa aparência delicada? Eles querem homens de verdade seu porra! Termine comigo que eu conto a todos a puta que você é, se envolvendo com homem casado, não vai pegar bem pra você — Desferiu um soco contra a face do moreno, Jimin desfaleceu no mesmo segundo, seu corpo deslizou pela parede e caiu no chão.

Fernández tinha a respiração ofegante e encarava o corpo com um sorrisinho de canto, se agachou perante a ele e afastou alguns fios que insistiam em cobrir o rosto agora machucado.

— Tudo que eu faço é pelo seu bem, Dulce — Chorou.

— Ele quase quebrou meu pescoço naquele dia, fiquei 1 mês sem poder participar de desfiles por conta do hematoma no meu rosto, eu não pude terminar com ele — Jimin falava isso com uma expressão sem vida — Eu sumi pra ele poder me esquecer, mas ele ainda está atrás de mim, todos os seus contatos são influentes e eu nunca consigo me esconder em um lugar por muito tempo — Quebrou o contato visual — Ano passado ele espalhou tudo isso pros sites de fofoca, mas claro, se fazendo de vítima — Riu — O homem casado e infiel sempre é a vítima, eu que o seduzi, o obriguei a comprar presentes caros, me acompanhar em jantares, tudo foi minha culpa.

Jungkook deixou seus dois braços o guiarem de maneira espontânea, passou pelo corpo pequeno e apertou contra o seu, seus olhos estavam fixos no chão do hall e sua respiração descompassada.

Jimin arregalou os olhos com aquele toque repentino, estava amedrontado.

— Não foi sua culpa — Sussurrou — Eu confio em você.

___________

Obrigado pela sua leitura!

Ta doendo muito escrever essas cenas pesadas envolvendo o verme Fernández, mas é necessário entender tudo o que o Ji passou na mão nele e como ele vai superar isso.

Até o próximo capítulo!

SHARING SECRETS . jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora