prólogo

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Alguma vez na sua vida já se pegou pensando sobre na onde tudo teria começado a dar errado?

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Alguma vez na sua vida já se pegou pensando sobre na onde tudo teria começado a dar errado?

Jungkook já pensou isso varias vezes, não poderia contar nos dedos nas quantas ele encarava fixamente um objeto pensando no quão miserável sua vida estava, ele poderia ter feito tão diferente mas tudo o que conseguiu foi se afundar ainda mais conforme os anos passavam.

Em meio a suspiros e desvaneios, olhou para o objeto na parede que marcava o tempo, estava quase na hora de soltar mais uma de suas composições, era a única coisa que poderia o tirar de um ambiente monótono e entedioso. Quando lia os comentários elogiando sua voz e suas letras, algo acendia dentro de si para continuar vivendo e aquilo era sua motivação de acordar todos os dias.

Quando deu a hora certa o moreno clicou na área de enviar e viu o vídeo ser carregado e disponibilizou também em outras plataformas. Ao todo já somava mais de 22 músicas escritas e produzidas por ele, como tinha feito 2 anos de música sabia um pouco como construir uma boa estrutura sonora e só começou a escrever conforme seu coração mandava. Seu estilo era melancólico, hostil e depreciativo, e não era atoa que muitas pessoas acabavam se identificando, ele lamentava muito por isso mesmo que isso seja um dos motivos de hoje acumular 11 milhões de ouvintes mensais, era triste ver que não apenas ele como muitos jovens e adultos estavam no fundo do poço.

O fundo do poço pode ter diversos significados dependendo da pessoa.

Dinheiro.

Moradia.

Familiares.

Para Jungkook o fundo do poço era não confiar nem em si mesmo, ele foi colocado nesse fundo sem a sua vontade e não conseguia mais se libertar, se tornava sufocante o simples ato de conversar com outras pessoas, ela conseguiu deixar essa marca nele.

Desde que aquela situação ocorreu, Jeon nunca mais conseguiu ter uma vida normal, ele virou um recluso em seu próprio apartamento. Morava em um condomínio consideravelmente grande, fruto da herança de seus avós, tinha cerca de 2 torres e 12 andares cada, não poderia contar em duas mãos quantos apartamentos teriam em cada.

Jeon nunca reparou tanto no lugar em que morava, recentemente uma senhora que morava no apartamento do lado acabou falecendo de velhice e ele foi chamado para prestar condolências, foi a primeira vez que saiu para lugares que não fosse mercados ou clínicas. Ele não era nenhum homem das cavernas mas as vezes passava em sua cabeça o quão estava regredindo conforme o tempo passava, já não sabia iniciar uma conversa simples e quando alguém puxava uma, não saberia continuar.

Foi despertado dos seus pensamentos quando seu celular notificou uma mensagem, sem ânimo ele abriu-a e apenas respondeu com um emoji de joia invertido. Seus "amigos" tentavam o chamar para reuniões de turma e o moreno não poderia ligar menos, negaria se encontrar com eles até o fim de sua vida.

Eles eram traiçoeiros.

Foi tirado de seus pensamentos ao escutar Bam derrubar algo em sua cozinha, ele era um levado que sempre revirava o lixo atrás de restos de comida, como se passasse fome. Assim que viu o dono, o cachorro de pelagem marrom saiu as pressas do cômodo, fazendo o moreno rir.

— Bam, eu já disse que não é pra revirar o lixo, você tem sua ração que eu quase dou a bunda pra conseguir pagar e ainda tem petisco, deixa de ser guloso — Ele ajeitava o lixo, já aproveitando para tirar e colocar um saco novo — Vou descartar o lixo, já volto.

Pegou suas chaves e saiu do apartamento, deixando-o trancado e apressou os passos até o elevador, trombando com alguns vizinhos no caminho. Parou na frente dos botões da caixa metálica, apertando o térreo e esperando ansiosamente a porta fechar, odiava ter que dividir o elevador com outra pessoa porque elas sempre tentavam criar algum tipo de conversa.

Para Jeon todas as conversas tem que ser planejadas, quando ia pegar ônibus sempre treinava sozinho em como ele iria pedir licença para sentar do lado de alguém, era assustador o fato de não saber o que falar em situações sociais.

Mas o garoto nem sempre foi assim, na escola era um dos membros do grêmio e sempre esteve a frente de todas as decisões, foi um dos alunos top 10 da escola e conseguiu vagas em diversas universidades devido a sua excelência. Era um grande hábito seu fazer reuniões mensais em bares com seus amigos de escola, conversavam sobre como estavam suas vidas e as vezes até apresentavam companheiros novos.

Foi em uma dessas apresentações que Jeon nunca mais conseguiu ser o mesmo.

Seu defeito era confiar demais nas pessoas e não conseguir se permitir fracassar nenhuma vez.

Respirou fundo quando viu que um outro homem também tinha entrado no elevador consigo, ele era tinha um cabelo loiro escuro e vestia roupas bastante apagadas, em seus braços tinha um cachorrinho que parecia ser um Yorkshire. O moreno nunca tinha visto ele no prédio antes, mas não é como se ele reparasse muito no mundo fora de seu apartamento.

Achou estranho o rapaz não puxar conversa como todos os outros com quem já havia compartilhado espaço, mas no fundo estava aliviado de ele ser assim.

Quando chegaram ao térreo, Jeon esperou ele sair primeiro antes de seguir seu caminho até as lixeiras, eram separadas por cor então o moreno ficou um bom tempo lá antes de se virar pra voltar. Parou quando captou uma cena diferente se desenrolando a poucos metros de si.

O loiro estava correndo atrás do animal que a pouco tempo segurava.

— Maconha, Vem aqui! — Ele gritava em meio a tropeços.

Maconha?

O moreno de repente ficou interessado, esse louco tinha nomeado o animal de uma erva?

Deu uma risada e seguiu seu caminho até o elevador, mas quando se deu conta tinha tropeçado em alguma coisa peluda e seu rosto foi de cara no chão.

— Puta que pariu! — Ele resmungou com uma careta, o animal agora lambia o seu rosto — Sai daqui seu porrinha.

— Ei! Quem você acha que é pa- Isso é minha cueca? SEU TARADO! — O loiro estapeava seu torço com tapas bastante fortes pra alguém daquele tamanho — Eu sabia que alguém tinha pegado, eu vou te matar!

Jungkook franziu o cenho e segurou os pulsos dele, impedindo-o de continuar batendo.

— Você tá louco!? Essa cueca é minha e por que você tá reparando na minha bunda seu esquisito? Eu sei que eu sou bonito mas isso não significa que você pode me assediar, pouca sombra!! — Gritou contra o outro e se levantou, estranhando receber um vento anormal em suas partes baixas — ESSE DEMÔNIO RASGOU MINHA CALÇA!

Maconha agora latia para o Jeon, o vendo como ameaça para seu dono.

— Era só o que me faltava mesmo, um mini craque e um demônio da tasmânia pra acompanhar — Virou as costas pros dois indivíduos e clicou no botão do seu andar — Não ouse entrar aqui, estranho do caralho! — Colocou suas duas mãos pra trás, cobrindo sua bunda a mostra.

As portas se fecharam e o loiro pegou o animal no colo novamente.

— Até parece que eu ia olhar pra essa bunda murcha... — Resmungou — Minha bunda é bem melhor, não é, maconha? — Cheirou e beijou o cachorrinho.

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Obrigado pela sua leitura! A Fanfic se inicia de maneira leve e conforme vai passando os assuntos vão ficar mais profundos.

Algum palpite sobre o que o Jeon passou e o que ele tem?

Deixe uma estrelinha se você ama o maconha!

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