𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟒

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𝐍/𝐀: Não se preocupe. É apenas um jogo amigável de esconde-esconde.

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟒 – 𝐀 𝐩𝐨𝐧𝐭𝐚 𝐝𝐚 𝐋𝐚̂𝐦𝐢𝐧𝐚.

A caminhada para casa foi nada menos que uma caminhada de vergonha.

Tanjiro acordou naquela noite, finalmente capaz de manter a consciência. A pulsação em sua cabeça havia passado e o mundo não estava mais embaçado. Aquilo foi um bom sinal. Mesmo assim, Tanjiro não teve permissão para sair até o amanhecer do dia seguinte e não conseguiu encontrar forças para discutir.

As pessoas que o acolheram eram um belo casal que morava na cidade há mais tempo do que ele. Eles explicaram onde ele estava e o que aconteceu quando chegou correndo à cidade. Tudo isso parecia vagamente familiar, mas Tanjiro ainda não conseguia se lembrar exatamente do que aconteceu. Tudo o que ele lembrava era uma forte sensação de pânico tomando conta de todo o seu corpo.

A caminhada para casa foi longa e tranquila. Mas, ao contrário de Nezuko, não foi um silêncio pacífico. Era assustador – criando constantemente a expectativa de que algo muito pior estava por vir. Se fosse uma situação diferente, Tanjiro teria ficado na cidade para pesquisar as poucas informações que obteve do encontro com os matadores de demônios. Mas ele sabia que sua família estava esperando por ele. Se ele estivesse ausente por mais tempo do que já estava, provavelmente viriam procurá-lo. E isso não terminaria bem para ninguém.

A casa apareceu no que pareceu apenas alguns minutos de caminhada. Tanjiro temia a conversa que se aproximava. Ele teve que encontrar uma maneira de justificar sua decisão de trazer Nezuko junto, o que acabou levando a ela... bem, ele não sabia o que aconteceu com ela. Ele não conseguia se perdoar pelo que aconteceu, então Tanjiro também não acreditava que sua família o faria. No entanto, ele tinha que contar a eles.

⊹ೄྀ܀

Quando ele chegou em casa, o sol iluminou a varanda – filtrando-se para dentro da casa através de rachaduras e fendas na parede. Tanjiro fez uma nota mental para consertar isso em outra hora - caso outra hora lhe fosse concedida.

Tanjiro aprendeu rapidamente após a transformação que sua família tinha muito mais raiva do que antes. Não parecia ter uma causa flagrante, nem uma saída adequada. Foi simplesmente algo que borbulhou profundamente dentro deles, criando as tendências animalescas que ele viu em suas formas demoníacas.

A raiva deles... a ira deles... não era algo que Tanjiro tivesse incorrido diretamente, exceto o ataque de Hanako e Nezuko em seu primeiro despertar. Ele sempre tentou agir com cautela quando se tratava de qualquer coisa que pudesse deixá-los chateados, e até agora a catástrofe havia sido evitada.

Mas agora…. Com esta situação em particular… Tanjiro estava genuinamente com medo do que poderia acontecer.

Tanjiro parou na porta por um longo tempo, a mão pairando em preparação para bater. Ele se perguntou se sua família estava acordada – era cerca de meio-dia e normalmente eles estariam dormindo profundamente. Mas a antecipação preocupada de sua chegada poderia ter feito com que esperassem. Ele não tinha ideia no que estava prestes a se meter.

Com cuidado, Tanjiro bateu algumas vezes na porta.

“Porta”, ele disse. Foi um aviso para quem estava sentado no caminho da porta. A luz do sol entraria momentaneamente e eles precisavam se afastar para não queimarem. Tanjiro escutou por um momento, ouvindo o som silencioso de movimento. Quando o movimento parou, ele abriu a porta e entrou.

Tanjiro fechou a porta atrás de si com pressa, não querendo colocar sua família em perigo mais do que o necessário. A escuridão consumiu a casa com a ausência da luz solar, obscurecendo a visão de Tanjiro. Demorou cerca de um minuto para que seus olhos se acostumassem à escuridão. Mas antes que isso acontecesse, quatro pequenos corpos bateram nele por todos os lados.

𝐓𝐨𝐨 𝐌𝐚𝐧𝐲 𝐁𝐨𝐱𝐞𝐬 - 𝐓𝐫𝐚𝐝𝐮𝐜̧𝐚̃𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora