𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟖

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𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟖 – 𝐏𝐨𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐯𝐚̃𝐨 𝐪𝐮𝐞𝐢𝐦𝐚𝐫.

Batendo no chão com a cabeça ainda intacta, os olhos de Tanjiro se abriram. Apesar da dor da queda, ele se sentou e olhou em volta freneticamente. Bem na frente dele, a quase dois passos de seus pés, estava a cabeça do demônio da mão.

“Isso– isso não é possível! Você deveria estar morto! O demônio gritou enquanto Tanjiro rastejava alguns metros para trás. “Você não poderia ter me matado – como você me matou?!”

O demônio estava certo – não havia como Tanjiro ter cortado sua cabeça. Ele estava completamente instável no ar, então não conseguia colocar nenhum poder em sua espada, mesmo que pudesse mirar na cabeça do demônio. Então quem-...?

Em sua visão periférica, uma figura estava à direita, de frente para o corpo do demônio da mão. Tanjiro olhou lentamente, esperando que fosse um dos competidores que vira na clareira antes do julgamento. Para sua surpresa, era alguém com quem ele estava muito mais familiarizado.

Com um quimono rosa esfarrapado e uma katana nas mãos, lá estava Nezuko Kamado, a mesma pessoa que Tanjiro veio procurar. Tanjiro imediatamente sentiu um peso sair de seu peito. Tudo o que o preocupava – se ela estava viva ou não, se ele poderia encontrá-la ou não – tudo se dissipou.

Nezuko segurou com força a katana - uma arma que ela não sabia como usar e provavelmente adquiriu de um dos competidores mortos. Ela tinha uma expressão inquieta e quase aterrorizada enquanto olhava para a cabeça do demônio da mão - isso lembrou Tanjiro de como ele se sentiu quando começou a matar demônios na arena.

“Nezuko,” Tanjiro disse suavemente. “Abaixe a katana. Está tudo bem agora."

Os olhos de Nezuko se voltaram para Tanjiro em um instante. Suas pupilas estavam finas – uma demonstração de sua forma demoníaca. Mas ao ver Tanjiro, eles voltaram ao tamanho normal. A expressão de Nezuko mudou de medo para descrença - seu aperto na katana afrouxou e ela escorregou, caindo no chão.

“Onii-chan…” Ela sussurrou.

Com base na reação de Nezuko, ela não devia saber quem estava salvando. Ela acabou de ver um humano em apuros e entrou em ação. Não só isso, mas ela usou uma arma para a qual obviamente não estava treinada - uma que ela possivelmente temia, como um demônio. Todo esse pensamento trouxe um sorriso caloroso ao rosto de Tranjiro. Como ele poderia ter pensado que Nezuko não ficaria bem sozinha?

"Não não! Não é aqui que eu morro...” O demônio da mão gritou, tirando Nezuko e Tanjiro do momento em que estavam. "Eu tenho que sair... eu tenho que..."

O demônio começou a virar cinzas. A raiva, que antes era tão proeminente, começou a se transformar em lágrimas. Isso lembrou a Tanjiro por que ele se sentia mal pelos demônios que matou, mesmo que eles agissem de maneira horrível.

Eles ainda eram pessoas, no fundo. Pessoas que foram condenadas a um destino que não mereciam – até a morte seria mais misericordiosa do que se tornar um demônio. Talvez essa fosse a verdadeira razão para ser um matador de demônios... libertar almas corrompidas para que pudessem finalmente ficar em paz.

Tanjiro cuidadosamente ficou de joelhos, rastejando até a cabeça do demônio da mão.

“Nezuko, venha aqui.” Tanjiro perguntou, apontando para o chão ao lado dele. Nezuko caminhou lentamente, ajoelhando-se ao lado dele sem fazer perguntas. Os olhos do demônio da mão oscilaram entre os dois, obviamente confusos.

“O que você–” começou a gritar antes de Tanjiro gentilmente colocar a mão na cabeça do demônio. Nezuko espelhou a ação de Tanjiro, colocando a mão do outro lado da cabeça.

𝐓𝐨𝐨 𝐌𝐚𝐧𝐲 𝐁𝐨𝐱𝐞𝐬 - 𝐓𝐫𝐚𝐝𝐮𝐜̧𝐚̃𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora