Licensa Poética de Amores Passados

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     Em toda minha vida eu tive três grandes amores, o terceiro amor será irrelevante neste capítulo, afinal, "Amores Passados", ele não passou.
     Ela era pura e completa poesia, uma mistura entre clareza e mistério. O primeiro amor de um poeta sempre será o mais marcante, mesmo após anos os momentos me vem a mente como uma breve nostalgia, que logo passa, mas serve como inspiração para as mais alegres poesias. Infelizmente nem só de inspiração e mistério se mantém um relacionamento. Na verdade eu acho que o mistério foi tanto que não houve sequer um pedido e tudo acabou se perdendo, nos distanciamos até nos esquecermos. Acabou como começou, de forma lenta e deixando seu cheiro. Antes de ir, ela me ensinou que o mundo viraria as costas para mim, e que fodase eu tenho que virar as costas para ele também. E funcionou, deixou tudo mais leve.
     Ele era frenético, vivia demais e eu vivia de menos, de certa forma despertava minha ansiedade, mas de um jeito intrigante. Para um poeta, esse é o amor veloz que chega como um furacão colocando sua vida de cabeça para baixo e logo depois some (mas dessa vez por culpa do poeta). Ele ardia em chamas, e eu só queria uma brasa. Nunca fui intenso, mas ele era, pelo menos eu o via assim, e isso me assustou. Acabei afastando ele enquanto desesperadamente tentava tirar a culpa de mim e pôr nele. Antes de ser afastado, ele me ensinou que o mundo era meu por direito. E realmente funcionou, estou indo atrás do que é meu.

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