CAPÍTULO 1

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ALGUNS ANOS DEPOIS

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ALGUNS ANOS DEPOIS...

Minha cabeça não para de doer e nem mesmo a porra dos analgésicos estão fazendo diferença. Na verdade, parece que fazem a dor aumentar ainda mais. O estresse me toma, a vontade de mandar todos se foderem se intensifica a cada segundo e a insatisfação com as coisas ao meu redor potencializa a cada dia que vivo. Eu sinceramente, não suporto mais a pressão me toma.

Segundo meu amigo, eu preciso deixar de lado a obsessão que me tomou, desde o dia que resgatamos as crianças, há quase três anos. Eu deveria estar feliz pelo que fizemos, já que uma quadrilha inteira foi desmantelada, mais de cem crianças voltaram para suas casas e eu tive a satisfação de arrancar a cabeça daquele desgraçado do Ricky, como havia prometido a mim mesmo que faria.

Isso tudo porque queria descobrir o que realmente havia acontecido com Katrina.

Mas nem ante a minha tortura, ele mudou. Insistiu em dizer que minha pequena suíça estava morta e que o chefe filho da puta dele jamais seria descoberto e pego. Odeio ter que admitir que ele estava certo, pois até hoje, não se tem pista de nenhum dos dois. Suspeitei até que esse tal chefe sequer existia, mas minhas investigações mostraram que havia sim alguém bastante poderoso e que financiava tudo. Apenas não conseguíamos encontrá-lo, pois sabia esconder muito bem seus rastros.

Isso me deixou muito frustrado. Minha irritação e frustração aumentavam momentaneamente. E meu coração dói demais por saber que, pela primeira vez na minha vida, não consegui cumprir com uma promessa feita.

Eu falhei com Katrina!

- Porra!!!

Soco novamente o saco de pancada, da academia do departamento de polícia onde trabalho e passo a maior parte do tempo. O que eu e Félix fizemos, não teve a participação direta do FBI. Na verdade, eles só apareceram no final de tudo, para fazer o resgate das vítimas e prisões, como aconteceu.

Quando meu amigo e eu nos infiltramos na quadrilha, foi sem o consentimento dos nossos superiores. Ele estava afastado do trabalho, devido a uma atitude agressiva que teve, e eu estava me recuperando de um tiro que levei na perna, numa das operações em que estava. Ou seja, diante da lei, estávamos numa operação ilegal. Porém, quem nos denunciaria?

Se não tivéssemos a moral que temos no departamento e fôssemos bem considerados como somos, não teriam ouvido nosso pedido de ajuda. Mas, lá estava um grande exército da polícia americana, com todos os seus agentes, resgatando aquelas vítimas e a nós.

Embora nosso chefe tenha negado ao nosso primeiro pedido, o nosso superior, que confia muito no meu trabalho, o obrigou a nos atender. O que para ele não foi tão ruim afinal. O departamento ganhou fama em várias partes do mundo, já que a notícia saiu em vários canais de comunicação, fomos condecorados e até o puto do delegado se candidatou a prefeito da cidade. E ganhou! Tudo às nossas custas.

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