10: Esperança?

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A respiração de Hoseok foi cortada, os olhos instintivamente se abriram, as pupilas dilatadas de medo, sua boca se abriu em uma tentativa de gritar, o corpo se debatendo e a visão turfa da água. A primeira respiração cortou seu pulmão, o coração acelerado e os cabelos pingando água.

"Eu pensei em te acordar de forma tradicional, porém tinha um tambor com água que não estava sendo utilizada e ontem os comerciais da TV. Deixaram bem claro, não despedissem água, foi a única forma dela ser utilizada. Sinto muito pelo afogamento, querido" um beijo foi depositado em seu rosto e seu corpo jogado na cama. Hoseok já não tinha forças de lutar.

" Por que não me deixa ir?" As lágrimas acumuladas escaparam quando seus olhos se encontraram com os do artista e, pelos deuses, um arrepio passou pelo corpo de Hoseok porque, se os olhos são janelas da alma, aquele homem tem a alma com uma sede de morte e tortura que grita aos quatro ventos: eu sou louco! 

"Você já ouviu falar em obras de estimação?" O peito de Hoseok acelerou, ótimo. Esse homem realmente não quer dinheiro, ele quer brincar de artista. "São obras que têm um sentimentalismo escondido nelas, por isso não são o quê?" Ele fez um gesto para Hoseok completar a fala e, quando esse não atendeu, as bochechas foram apertadas com uma força que ele sentiu o gosto do sangue aparecer na boca. 

"V-vendidas" A voz falhada e baixa fez o homem sorrir como um louco. 

"Exatamente querido, por isso você é minha obra de estimação" beijou a testa do garoto, que impotente se conteve apenas a virar o rosto. 

"Coma tudo" 

A porta bateu e Hoseok conseguiu respirar corretamente, ele pegou a bandeja e com as mãos trêmulas conseguiu comer o café da manhã, porque no fim ele sabia que morrer de fome seria pior, ele lembrava vagamente da comida empurrada sobre seu rosto no dia anterior, não que ele ainda tivesse noção de quanto tempo estava ali.

"Almoço, princesa, levante" a voz fez Hoseok sentar corretamente sobre a cama, adquirindo uma posição onde não parecesse totalmente indefeso como segundos atrás. O telefone dele tocou, Hoseok deu um leve pulo.

"Seu idiota imprestável, não faz nada direito?" Foi quando os olhos de Hoseok pararam nas botas, era um número maior, então são duas pessoas diferentes? Um grito saiu de sua garganta quando a bandeja de comida foi arremessada ao lado da cama.

"Sinto muito, sem almoço hoje, princesa" as palavras foram ditas com escárnio e logo em seguida a porta bateu.

Hoseok levantou caminhou até a porta e quando ouviu o carro da partida correu até as telas de pintura do quarto e arrancou elas, ignorou a dor que isso causou aos seus dedos e colocou o pedaço de tela por baixo da porta e com os dedos trêmulos bateu várias vezes na porta até o baque da chave cair, puxou a tela devagar quando viu a chave seu peito bateu rapidamente em animação, destravou a porta girou a maçaneta e quando viu a luz do dia seus olhos doeram, ele viu dois caminhos e correu pelo que parecia mais deserto, era uma boa chance de não encontrar o artista.

"Eu vou conseguir" Hoseok disse a si. 

As pernas doíam seus olhos pesados pela droga que foi imposta no seu corpo esses dias, e ele correu pela sua vida, suas unhas doendo pelo sangue e feridas acumuladas, tudo que ele queria era deixar seu corpo ceder e esperar até o momento de sua morte, mas o medo de ser encontrado pelo artista fez com que ele corresse até uma brisa da praia bater em seu rosto, quando viu uma casa nas proximidades seu corpo cedeu, a areia quente queimando seu corpo, e com as últimas forças ele se arrastou até a porta e bateu levemente.

"Senhor Jung? Meu Deus! Uma voz preocupada falou assim que a porta se abriu. 

Quando a voz familiar chegou aos ouvidos de Hoseok, ele sentiu seus olhos fecharem, seu corpo levitar como uma pena e tudo apagou. Ele estava seguro, ele conseguiu finalmente.

Rei das lágrimas (Vhope)Onde histórias criam vida. Descubra agora