CAPÍTULO 48

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Lexa narrando:

Roan: Sente-se não vou te morder filha. (Fala depois de uns minutos que pareciam horas em minha cabeça)

Lexa: Não me chame assim! (Esbravejo de raiva)

Roan: Como quiser. Apenas se sente Lexa.

Puxo a cadeira que está em frente dele e me sento ficando cara a cara com ele.

Lexa: Por que me pediu pra vim? Não tenho nada pra fazer aqui!

Roan: Então por que aceitou vir?

Fico em silêncio, na minha cabeça eu o vejo como se ainda fosse meu tio (Pai) de anos atrás, não esse cara que parece acabado sentado em minha frente. Seu cabelo está muito ralo e sua barba também como se tivesse acabado de ser cortado, consigo perceber suas olheiras e pequenas rugas em baixo dos olhos, apesar ainda de ser muito novo.

Roan: Enfim (fala quando não recebe sua resposta) Quero te contar a verdade.

Lexa: A verdade sobre você ser meu pai? Ou a de que meu avô está vivo? Ou a que você o sequestrou? Ou a que você está tentando me matar? (Solto tudo de uma vez sentindo um peso sair dos meus ombros)

Roan: Eu sabia que você seria inteligente a ponto de seguir todas as minhas pistas. (Fala com um sorriso vitorioso nos lábios)

Lexa: Do que está falando? Que pistas? (Pergunto com um ponto de interrogação na cabeça)

Roan: Você acha que eu seria tão burro de deixar pistas sobre algumas contas minhas? Ou sobre pra onde eu mandava dinheiro? Eu fiz todo o possível pra não te colocar em perigo, tentei evitar ao máximo mas quando ela descobriu que você é minha filha não poupou esforços pra te machucar e eu não podia deixar, então come..

Lexa: Ela quem? (O Interrompo)

Roan: Vou te contar do início. Eu me envolvi com pessoas muito erradas desde que sua mãe me contou que ia se casar com Gustus. (Fala com um tom de amargura) Drogas e álcool, durante um tempo comprei com uma pessoa e depois ela me ofereceu um emprego, importar e exportar drogas, eu não queria mas percebi que eu não tinha nada na vida, eu tinha perdido tudo... (Fala como se estivesse lembrando então ele sorri) Então descobri sobre você. (Seu sorriso some) Mas já era tarde demais pra sair disso, então já estava devendo demais pra Nia. Eu tentei ao máximo ficar perto de você, preferi que você me chamasse apenas de tio, não por que eu não te queria mas sim pra você não se machucar no futuro. Mas acho que nem isso eu consegui. (Por uma fração de segundos percebo seus olhos marejados e então ele abaixa a cabeça) Fiquei ao máximo presente na sua vida e na de Octávia.

Lexa: NÃO FALE O NOME DELA! (Me exalto)

Roan: Eu sei Lexa que eu errei muito naquele dia, e realmente espero que Deus jamais me perdoe. Eu fico revivendo aquela cena todos os dias em minha cabeça apesar do álcool e das drogas no sangue isso não sai de mim, sei que isso jamais vai ser justificado, mas naquele dia eu também entendi que eu perdi o que me restou, o que eu mais amava. (Ele ergue seu rosto pra mim e vejo uma lágrima escorrendo do seu olho) Vocês!

Lexa: JÁ CHEGA!

Falo me levantando, não consigo ficar mais ali, vou rapidamente em direção a porta e o escuto falar.

Roan: Por favor Lexa fique uma última vez!

Lexa: Me de um tempo.

Então saio e Monty me oferece um copo de água e fomos para sua sala em silêncio.
Uma parte de mim quer voltar lá e o socar até sua morte e a outra quer voltar lá e dizer que acredita em seu arrependimento mas que jamais o perdoaria.

Clexa (G!P) - A VIRGEMOnde histórias criam vida. Descubra agora