Agora, a maioria estava sentada no chão, pois o outro sofá era apenas de dois lugares, e o maior estava todo rasgado.- E se quem estava aqui dentro fosse a Olivia e ela quisesse que nós descobríssemos algo no celular dela? - Gabriel olhava com os olhos arregalados para o novo aparelho. - Obviamente, quem quer que seja queria que nós tivéssemos conhecimento desse celular. Mas por que nós? - Concluiu.
Muitas perguntas, poucas respostas e muitas notificações de "3 tentativas incorretas, espere 50 segundos e tente novamente."
- Alguém além do Jihoon sabe que estamos trabalhando nisso. - Gabriel refletiu novamente.
A sala estava em completo silêncio. Natalie havia subido novamente com o mesmo intuito que a jornalista russa teve: conhecer o lugar. Wei encarava o celular nas mãos da amiga, como se apenas com a força do pensamento pudesse desbloquear a senha. Sofia fazia tentativas falhas de descobrir a senha e Anya anotava os acontecimentos em seu caderninho.
- Caralho. - Sofia xingou baixinho e largou o celular no colo do Wei, quase chorando de tamanha frustração. - Qual é a porcaria da senha?
- Já tentou o aniversário dela? - Anya iniciava a troca de perguntas e respostas com a ruiva.
- Sim.
- E o aniversário da mãe dela?
- Sim, e o do pai, da irmã e da Lila.
- Quem é Lila?
- O papagaio dela.
- Já tentou escrever "papagaio"?
- É SENHA DE NÚMERO.
- Aaah... e a data que ela chegou em Daeyang?
- Sim. Quando ela chegou em Daeyang, quando ela entrou na base, quando ela sumiu, quando ela se formou na faculdade, quantia do salário bruto dela, o aniversário de todos eles ao contrário e a porcaria desse número. Coloquei tudo que fosse possível.
- E o número ao contrário?
- Anya, vai se foder. - Sofia respondeu por fim, se estressando.
A russa ergueu as sobrancelhas.
- Nossa, você sabe até o aniversário da família. Você é uma espécie de stalker ou é uma obsessão genuína pela melhor amiga? - Wei encarava a menina desacreditado.
- Talvez fosse apenas apaixonada. - Gabriel, que observava, ditou baixo, mas não baixo o suficiente para passar despercebido. - Desculpa, mas parece.
Sofia revirou os olhos, levantando apenas um dedo do meio como resposta. De fato sabia tudo sobre sua melhor amiga, e essas informações são conhecimentos básicos. Sabia até mesmo o ciclo menstrual da outra.
Ficaram nesse impasse de provocações, acabando por, sem querer, criar um laço amigável. Esses momentos aleatórios em meio a situações sérias poderiam ser bons para a cumplicidade entre os cinco; era isso que Natalie pensava enquanto os observava sentada na escada caracol.
- E se a senha for algo mais simples? Algo que ninguém esperaria? - disse Wei, quebrando o clima e voltando ao assunto.
- Tipo o quê? - perguntou Anya, curiosa.
- Algo como 1234 ou 0000 - sugeriu Wei, com um meio sorriso.
- Seria muito óbvio, não acha? - Sofia retrucou, embora sua expressão mostrasse que estava considerando a possibilidade.
- Não custa tentar - disse Gabriel, digitando 1234. Nada aconteceu. Em seguida, tentou 0000. O celular permaneceu bloqueado. - Merda - Gabriel murmurou, jogando a cabeça para trás, frustrado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Morte Codificada.
Bí ẩn / Giật gânNa grande ilha asiática de Daeyang, lar de cinco mil habitantes, situa-se um dos centros científicos mais prestigiados do mundo. Quando Olivia, uma jovem estagiária australiana de 26 anos, desaparece levando consigo todas as pesquisas sobre um vírus...