𝐎 Diário e o Ciúmes.

3 2 4
                                    


O Prédio de Olivia, às 22h — Sexta feira, 01 de Julho de 2022.

Os quatro investigadores se consideravam os piores investigadores do mundo ao perceber que não faziam a menor ideia de como invadiriam um apartamento abandonado e teoricamente trancado, em um prédio que, embora fosse humilde, precisava da digital dos moradores para conseguir entrar.

— Porra, como eu me esqueci disso? — Sofia bateu a mão na cara. — A Olivia sempre tinha que descer pra abrir, senão eu ficava para fora.

— E se a gente pulasse o portão principal? — A pergunta absurda foi do Gabriel.

— E a próxima parte do plano seria qual? Escalar janela por janela até chegar no apartamento da garota? — O sotaque forte arranhava a garganta, deixando a pergunta irônica em um tom um tanto engraçado.

O mais novo olhou para a russa, com uma clara expressão de “não é uma má ideia”. Natalie suspirou em decepção e Wei revirou os olhos de uma forma que quase ficou para dentro, limitando as suas palavras e se aproximando ao sensor, parando ao lado da Sofia.

— Tem cercas elétricas, idiota. E você tá achando o quê? Que é o Homem-Aranha pra sair subindo os prédios sem ser notado? — Anya se prestou ao papel de acabar com as esperanças do brasileiro. Ele até pensou em defender a sua ideia, mas algo mais importante lhe chamou a atenção: a digital do Wei liberou o acesso.

Pobre coitado, se soubesse a confusão que isso desencadearia, ficaria quieto fingindo pensar em um plano alternativo junto do restante.

O asiático passou pelo portão como se nada tivesse acontecido e, como se não bastasse, com o reconhecimento facial desbloqueou o outro, dando acesso às escadarias.

— Por que caralhos você tem acesso a tudo e eu não tenho? — Sofia empurrou o braço do amigo, claramente incomodada.

Sem resposta, ele subiu pelas escadarias com os outros três e uma ruiva indignada atrás de si.

— Eu nem sabia que você visitava ela. Tipo, tudo bem, amigos podem se ver ocasionalmente sozinhos em um apartamento, nada suspeito. Mas eu lembro que eu sempre te chamava pra gente ir junto e— porra, Wei, me responde! — Dizia tudo embolado, agarrando o braço dele e o obrigando a parar.

O Gabriel mal disfarçava que estava gostando da intriga ao estar praticamente entre os dois, com a mão direita na cintura e a outra se apoiando no corrimão. Mais um pouco e ele pressionaria o Wei junto, estava doido para saber o que rolava, mesmo que não conhecesse os três amigos.

— Vamos, Wei, responde! — Não se aguentou e, como consequência, Natalie não poupou força ao deixar um belisco na orelha do garoto, murmurando um "larga de ser fofoqueiro" entre dentes.

— Nat, saber do envolvimento deles com a Olivia é de extrema importância. — Anya defendeu, tão curiosa quanto. — Vou até anotar isso.

Sofia, no entanto, encarava o melhor amigo completamente frustrada. Por que ele tinha acesso e ela não? O que eles realmente faziam que levou Olivia a decidir que ele poderia entrar e sair a hora que quisesse sem que isso gerasse um incômodo? Mesmo que os dois também fossem próximos não demonstravam tanta intimidade a esse nível.

— Vocês tinham um caso? Vocês... Vocês estavam...?

— Fodendo? Transado? Ficando? — O rapaz revirou os olhos de forma rude, se estressando com ela e com os dois intrometidos. — E se a gente tivesse? É errado dois adultos solteiros transarem casualmente? Porra, não enche. Não somos adolescentes, Sofia. Não é por sermos amigos que temos que dar satisfação até do ar que estamos respirando. Não fode.

A Morte Codificada.Onde histórias criam vida. Descubra agora