𝐂apítulo 3.

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A Cabana Velha, às 19h. — 02 de Julho de 2022.

Ecos da Morte.

Novos bilhetes foram colados na parede do quarto branco da Cabana. Uma dentre todas as respostas foi respondida: a senha do celular. O aparelho ficou com Natalie e foi carregado durante toda a madrugada e toda a tarde de sábado. Já havia sido parcialmente vasculhado, principalmente os chats de conversas e cada foto da galeria.

— Vocês já viram o registro telefônico? — Anya sugeriu.

— Sim, e os últimos foram uma semana antes dela sumir e só têm contatos salvos. — Sofia, que olhava tudo, respondeu. — “Mãe”, “Pai”, “Cindy” e “WeiWei”.

— “WeiWei”?

— É, “WeiWei”. — fez um gesto com a cabeça apontando para Li Wei, que escutava tudo calado.

Os post-its das pistas ainda continuavam um mistério, e mais um foi incluído: Quem é o autor da mensagem misteriosa?

— Devíamos contar isso ao velhote? — O asiático perguntou.

Desde que começaram as investigações, ninguém deu informações a Jihoon, até onde sabiam. E ele também não veio atrás, e isso é algo suspeito se considerar a neurose que ele estava dias atrás por conta dessas pesquisas. No entanto, não era apenas Wei que desconfiava disso; Natalie também compartilhava o mesmo pensamento silenciosamente.

Pensamento de que tem alguém fofocando a ele. Não que fosse algo necessariamente errado tendo em vista que estavam sendo pagos e assinaram um contrato para isso, mas o fato de que um ou dois do grupo estarem fazendo isso em segredo levantava a suspeita de que nem todo mundo ali é confiável.

— Se ele vier perguntar, sim, mas vamos excluir a parte do celular, pode ser? — Natalie respondeu, ganhando a concordância dos demais.

De repente, Sofia deu um grito e se levantou do chão, quase deixando o celular ali.

— Consegui acessar os e-mails apagados e olha só isso. — Os demais se aproximaram dela, formando um grupinho atrás, todos curiosos. — A quantidade de e-mails dela para uma pessoa em específico, mas não tem resposta da outra pessoa.

— Mas eu lembro de ter verificado a caixa de e-mails e estava vazia. Como você conseguiu recuperar?

— Não sei, apenas recebi a notificação do aplicativo “Recados recuperados com sucesso”.

Sofia olhou para Gabriel, que a encarava com uma confusão estampada no rosto. Mas a pergunta foi respondida silenciosamente, como se o quinteto conversasse apenas mentalmente com uma troca de olhares.

— Um hacker. — Natalie apontou. — Foi a mesma pessoa de ontem que mandou aquela mensagem. Ele tem todo o controle do celular da Olivia, mas por qual razão?

Antes que a cacheada desse o passo de ir anotar na parede, Anya já estava fazendo isso. Tinha apenas três e-mails liberados. A data de cada um era muito distante uma da outra, e debateram sobre a chance de o “Autor” ter liberado apenas três e-mails que ajudariam eles na investigação, deixando todos os outros ainda em segredo.

Essa foi a conclusão que chegaram. Mas também ficou a pergunta no ar: “Será que a intenção é realmente ajudar ou eles estão sendo arrastados para uma armadilha?”

O primeiro documento estava escrito de forma misteriosa e um tanto poética, levando à confirmação de que realmente era Olivia quem havia escrito; ela adorava essas tramas em meio à poesia.

Assunto: Ecos da Noite

Caro Aliado,

A lua cheia testemunhou nosso triunfo. As sombras que dançaram no silêncio da madrugada sussurram sobre nosso êxito.

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