Perspectiva

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"A simpatia é o coração a sorrir no rosto!"

William Blake


— Lembram-se que, o Spencer me pediu para verificar todas as academias de artes marciais e todas as que tinham mulheres como treinadoras de artes marciais? Então, eu fiz isso, olhei minuciosamente todas as quarenta e cinco academias com artes marciais que cabiam dentro do perfil geográfico e pasmem, apenas três tinham mulheres como treinadoras de karatê. É impressão minha ou essa é uma área específica ainda bem machista? — Divagou a TI, ao que não resisti em franzir as sobrancelhas um pouco confusa, tentando entender a linha de raciocínio dela que ia e vinha.

— Garcia! — Hotchner a trouxe novamente para o caso.

— Ok, desculpe, senhor! Como eu dizia, verifiquei e adivinhem, uma das treinadoras é da Espanha e não estava no país durante os assassinatos, seu passaporte comprova isso. A outra faleceu um mês antes do primeiro assassinato, de parada cardíaca. E a terceira, bem, chegou ao país há dois dias vindo do Japão para firmar residência aqui. — Garcia explicou.

— Isso significa que todas têm álibis bem sólidos para os crimes. Ela não deve estar atuando na área, talvez seja uma aluna? Garcia quantas alunas de artes marciais mistas há na região? — Emily perguntou.

— Ah, meu anjo, vai ter que me ajudar diminuir essa lista, porque agora tenho suaves trinta e cinco mil nomes! — Garcia reclamou do outro lado da linha telefônica.

— Mesmo que ainda reduzimos essa lista, como vamos saber qual a conexão do elemento com as vítimas? Como ela as escolheu, é claro, sabemos seu tipo de vítimas favorito. Mas, onde a elemento as encontrou pela primeira vez? Nenhuma das vítimas, faziam artes marciais ou se quer iam a academias! — Dave puxou-nos de volta para a estaca zero, nos trouxe para a realidade dura, do limbo sem respostas ao qual estávamos.

Respirei fundo, me repreendendo por escolher ter vindo encarar tanta dor de cabeça antes de me tornar uma agente oficial. Virei-me um pouco para conferir minhas mensagens e que horas eram, já passava das dez. Isso explicava minha extrema necessidade de ter que tomar outro banho e ir de encontro com a minha cama. Guardei meu celular no bolso novamente, erguendo meu olhar, me deparei com o quadro de provas que tínhamos. Ali estavam dispostos, fotografias dos crimes, mapas com perfis geográficos, linha do tempo dos assassinato, modus operandi e fotos das famílias das vítimas.

Travei no instante em que vi as famílias. Quase consegui ouvir as engrenagens na minha cabeça trabalhando, era como uma imagem de computador na minha mente. Eu estava revendo os documentos de uma das famílias e em algum lugar... havia um documento específico que me era importante. Minha mente podia ver os documentos se movendo na minha frente como imagens de um computador sendo passadas uma por uma, até que. Sim! O filho mais velho da primeira vítima entrou na faculdade com bolsa de atleta, ele lutava artes marciais e até competiu em alguma olimpíada. O filho caçula da vítima número três estudava em uma escola no lado oposto ao de sua casa devido à qualidade do ensino e a excelente dedicação da escola para esportes, o garoto lutava luta greco-romana. O sobrinho da vítima número quatro, estudou na mesma escola em um determinado período cinco anos atrás e lutava judô. A vítima número dois e cinco já estudaram naquela escola e, sim, eram atletas de Karatê.

— É isso! — Murmurei chamando a atenção de Spencer que desviou o olhar do ponto fixo onde estava pensativo e me encarou.

— Garcia, vamos esquecer as academias, pode ser? — Pedi, atraindo os olhares de todos da sala desta vez.

Vermelho Sangue (Spencer Reid)Onde histórias criam vida. Descubra agora