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EU TE SUBESTIMEI UM POUCO no início, mesmo que também tenha fugido. Você é mesmo espadachim? — Nami questiona enquanto elas andavam de volta para o Arlong Pirates. A japonesa agradecia demais pelo trabalho da garota, mas sabia que teriam problemas. Afinal, Líder era procurada. 

— Não fugi, apenas te usei de isca porque tinha os dois braços. Como nunca levei um tiro, não está me dando jeito. — Fala enquanto tenta ajeitar seu curativo, mas de curativo não tinha nada. Mas, ao menos, conseguiu estancar o sangue. — Apenas levei facadas.

— Vou fingir que isso é a coisa mais normal do mundo.

— É que, de onde eu vim, o máximo de armas que tínhamos era mesmo espadas e adagas. Se bem que a adaga que eu tenho é preciosa.

— E eu posso saber o porquê? — Nami questiona ao ver a mais baixa segurar a adaga. 

— É roubada. Se eu arranjasse uma melhor, você não sabe os milhões que isto valeria. — Mostrou-lhe o nome que possuía gravado. — Ai de você que a me tente roubar.

— Você deve ter contado ao Arlong o valor dela num intuito de acabar comigo então eu deixo quieto.

— Não, sinceramente, ele que leu o nome. Mas devia ter feito isso! Mas ainda vou a tempo de o avisar. Se tem pessoa que te mata num golpe, neste momento, com os dois braços, é ele.

— Ele nem precisa dos braços. Ele é um tubarão serra, não esqueça. Só o nariz me mata na hora. Mas, bem, pelo menos... Você parece ter se dado bem com ele.

— Eu apenas quero o meu sonho realizado. Arlong poderá me ajudar.

— Posso te dar um conselho? Ele só nos ouvirá quando dinheiro é envolvido, então, acho melhor você começar a juntar.

— Você tirou tudo de mim!

— Eu tenho o meu objetivo, mas por este andar, você não quer ir comigo.

— Prefiro ficar no Arlong Pirates. Já falei. Como eu irei ser a melhor espadachim do mundo presa em Cocoyasi? E ainda, esse dinheiro todo, você vai dar ao Arlong, não vai te sobrar nada. Eu sou pirata, não quero viver ainda pior do que eu vivo, embora eu saiba o que é viver assim e sinto muito por uma cidade inteira passar por isso.

— Quando Arlong parar de nos cobrar, será bem melhor para a cidade. Agora vamos nos despachar para tratar do seu ferimento. Não estou a fim de te ver perder contra o Chuu.

— Então você soube.

— Ouvi pelos corredores e, por favor, dê uma lição nesse chato bocudo. Entre todos eles, incrivelmente, o melhor é o Arlong. E olhe que eu odeio o Arlong. Tirando todo o mal que me fez para desenhar os melhores mapas e usar do meu sonho a favor dele, te garanto que sua proteção é valorizada. Pelo que sei, ele dá valor aos tripulantes.

— Eu compreendo que ele de valor aos tripulantes porque é tudo homem peixe. Já percebi que eles sofrem. Mas agora nós somos humanas. Não confio nele. Ainda mais tenho medo quando eu durmo. Ele já me pegou dormindo no chão e me pegou para o quarto. Quem me garante que ele não me tocou?

— Arlong tem repulsa por humanos. Eu posso te garantir que ele nunca te tocaria. Ainda mais, você deve ter lhe contado.

— Não. Não contei. Você já me fodeu e acha que ele não vai também? Ainda mais sendo homem? Ele não muda muito coisa de um homem humano, sendo da raça que é. Ele é macho na mesma. Não vejo diferenças quanto a esse aspeto.

— Bem, eu só sei que ele valoriza a tripulação. Nunca nada de mal me aconteceu a não ser os sermões severos em que eu ficava calada chorando e ele me dava sermões.

— Bem me parecia que você é uma choramingas.

— Ele matou a minha mãe na minha frente e da minha irmã, me obrigou a ser cartógrafa dele e com certeza acha que não vou conseguir pagar a cidade porque já lá vão oito anos. Mas estou quase. Eu vou conseguir. Assim, eu se fosse a você, eu sairia do Arlong Pirates o mais rápido possível. Eu te ajudo a ir para onde quer que queira. Posso te levar com meu amigo. Ele quer ser Rei dos Piratas.

— Eu não confio em você.

— E vai confiar num homem peixe que só quer saber de dinheiro?

— Não confio em nenhum dos dois.

A conversa se finalizou pois tinham chegado. Arlong comemora ao vê-las tão cedo, tendo o que queria e agradecendo a Nami. Líder apenas encarava a cena, pensando em se afastar ao entrar no edifício, mas Arlong a chama.

Nami entrou no edifício enquanto ela voltou, dando um pequeno sorriso para ela, mas que obviamente Líder ignorou.

— Soube pela Nami que você ajudou ela.

— Ajudei?

— Por isso que está ferida. Levou um tiro.

— Ah, sim. Eu sou procurada, não sei se sabe.

— Eu valho mais quinze milhões que a sua cabeça, não se esqueça.

— Não esqueci. Acho que eles não viram a minha tatuagem.

— Não me importo que vejam.

— Mas eu me importo. Não quero mais problemas. Nami disse para eu tomar cuidado.

— E agora já a ouve?

— Não. Apenas ouvi essa parte porque você vale bastante. Então, para não arranjar problemas para nenhum dos dois. Sei bem para quem vai as culpas e não estou afim.

— As culpas só irão para você se você for a culpada. Agora, vamos trocar do seu ferimento. — Ele se levanta, mostrando a grande diferença entre os dois envolvidos. Arlong tocou gentilmente com seu dedo molhado o local do ferimento da garota, caminhando em seguida na frente dela.

— Acredito que não tenha acertado nenhum ponto vital.

— Foi somente no braço, dificultando-me a batalhar com as espadas, mas eu consigo com uma na mesma. Só nunca levei um tiro, então a dor estava insuportável. Agora está normal, só não consigo mexer bem o braço.

— Pois bem, você terá que melhorar rápido, já me bastou quando ficou doente. Você até que não é ruim no que faz, mas também não pode ficar um dia batalhando e três de cama.

— Não disse que ia. Eu consigo com uma das mãos.

— Eu quero que melhore rápido na mesma, entendeu? 

The fishman's ruse | arlong park Where stories live. Discover now