👨‍👩‍👧 - Pais e F i l h o s.

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Milagrosamente, Larissa e Beto estavam se dando bem por causa dos meus apelos — eu não queria ver eles brigando e me deixando nervosa, eu sabia que isso afetava meu bebê em meu ventre e por isso eu não podia deixar que mais brigas ocorressem

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Milagrosamente, Larissa e Beto estavam se dando bem por causa dos meus apelos — eu não queria ver eles brigando e me deixando nervosa, eu sabia que isso afetava meu bebê em meu ventre e por isso eu não podia deixar que mais brigas ocorressem. Até falei com a Larissa sobre os shorts curtos que ela usava em casa, isso deixava eu e Roberto muito desconfortáveis:

— Lari, quando você vai sair e arranjar um namorado de verdade? Esse... Lucas ai, ele não é meio... Puta merda, como digo isso? — Tento pensar a melhor maneira de falar o que eu pensava, mas nenhuma palavra saia da minha boca.

— Meio vagabundo? — Roberto sai de nosso quarto e logo em seguida, Larissa sai do banheiro com uma expressão de raiva.

Larissa ignora o Beto e apenas se senta na cadeira ao meu lado, pega um pão e começa a passar a manteiga nele como se Roberto tivesse dito nada, mas quando o homem fardado se senta na mesa para tomar seu café, Larissa finalmente abre a boca para falar algo:

— Vou apenas ignorar o que você disse, se eu responder vai sobrar pra mim de qualquer jeito — Larissa morde o pão e suspira baixinho. — Lucas não é meu namorado, ele só é um amigo.

— Aquele vagabundo parecia muito íntimo de você quando subi favela pra te buscar — Roberto resmunga.

— Ixi, tá com ciúmes, velhote? Nem meu pai você é!

Roberto Nascimento — p o v.

Se eu fosse pai de Larissa, ela já tinha apanhado tanto que agora estaria num convento vestida de freira enquanto segura um rosário na mão. Eu nunca deixaria um filho meu fazer o que Larissa faz, essa pirralha passava dos limites e eu sempre tinha que passar pano pra ela porquê se não a Rosana passava mal, puta merda ein:

— Ciúmes do que? Ô Piranha do mato! — Eu ri enquanto Larissa fazia beicinho, ela parecia estar indignada por eu ter chamado ela de piranha do mato, mas no fundo ela sabia que era brincadeira.

— Piranha do mato? Vou te mostrar a piranha do mato jajá, velhote!

[...]

Larissa — p o v.

Já fazia um tempo que eu não ia ver o Lucas, por dentro eu estava com medo, mas por fora eu estava alugada que eu não teria que ver a cara daquele canalha. Roberto estava certo, aquele garoto era um vagabundo, manipulador e psicopata. Sim, eu tinha medo dele, medo do que ele era capaz de fazer comigo e como ele podia afetar a vida e o trabalho de Roberto — ele só não fazia isso pois eu dava algo em troca: sexo.

Essa troca começou quando eu conheci ele, eu estava no meu primeiro baile com meus 16 anos quando eu vi traficantes do morro da Babilônia vendendo drogas para o Lucas, eu fiquei chocada e fingi não ver, mas fui logo cometer meu pior erro: caguetar o tráfico pra polícia militar, o Lucas é filho de um Cabo da PM e quem se fudeu foi eu.

"Não vale a pena matar uma mina tão gata como ti."

Foi o que ele disse quando me procurou para tirar satisfação. Eu não fazia o que fazia porque eu queria, eu fazia porquê se não Lucas iria foder com minha vida e com a da minha família.
De repente, uma mensagem chega no meu celular e era o dito cujo: Lucas. Minha garganta fechou instantaneamente, minhas pupilas dilataram e as lágrimas salgadas começaram a descer. Só de ver o nome dele na telinha minúscula do meu celular de botão me fez ter medo, medo do que ele queria.

Eu decidi não responder, ao invés disso eu joguei a coberta acima do meu corpo e me escondi do mundo como se fosse uma criança medrosa. Meu corpo estava dormente, mas mal eu sabia que meu "salvador" estava vindo para me acudir.
Roberto entra no quarto meu quarto completamente estressado, ele havia terminado horas angustiantes de trabalho e recebeu um dia de folga, um mísero dia. Para ele, isso era motivo de alegria, alguns outros membros do BOPE nem um dia de folga tinham:

— Caralho Senhora Larissa, você não acredita na merda que me aconteceu hoje! — Nascimento grita e coloca a mão na cabeça como se ela fosse sair do lugar, isso tirou um sorriso de Larissa que chorava e ria ao mesmo tempo. — Larissa?

— Senhora Larissa... Hah, essa é nova velhote! — a menina soluça enquanto ri e chora, o corpo dela estava quase desfalecendo novamente quando ela sentiu Roberto sentar na cama ao lado do corpo deitado dela. — Dia difícil para todos hoje, ein?

— Foi aquele vagabundo do Lucas não é? — Roberto resmunga e olha para o celular de botão que na tela estava escrito "Mensagem de Lucas". — Eu não sei o que aconteceu, mas se eu puder quebrar a cara deste senhor eu lhe agradecerei muito.

— Sem brigas, senhor Roberto... — a garota devolve na mesma brincadeira e sorri entre lágrimas. — Eu estou com medo, com medo do seu trabalho, com medo do bebê da Rosa e de Lucas. Eu estou com medo de tudo.

Roberto não sabia do que Larissa estava falando, mas ele sabia que tinha que fazer uma coisa: ele teria que ver o filho da puta do Lucas.

𝐀𝐥𝐢𝐛𝐢 - Capitão Nascimento; 🍁Onde histórias criam vida. Descubra agora