16H30 - Cozinha do Akaashi

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16H30
Cozinha do Akaashi

— Vamos, Kenma, vai ser divertido — Akaashi insistiu mais uma vez, o telefone equilibrado entre a orelha e o ombro, enquanto ele preparava um brigadeiro.

Nossas definições de diversão são completamente diferentes — Kenma rebateu do outro lado da linha.

Era a terceira vez na semana que Akaashi tentava fazer o amigo sair de casa. Em todas as outras ele tinha conseguido arrumar uma desculpa. Tenho que terminar um projeto da faculdade. Amanhã vai ter uma prova importante e preciso estudar. Está chovendo… Mas hoje era sexta e na previsão do tempo não havia nem sinal de chuvisco (Akaashi tinha checado, óbvio).

— Mas você precisa sair um pouco, tomar um ar fresco…

— Em São Paulo? — Kenma o cortou.

— Tá, péssima escolha de palavras, mas enfim — ele respirou fundo. — As vezes é bom conhecer novos lugares, só pra sair da rotina. E esse barzinho que a gente vai — kenma resmungou a menção de “a gente” — é super tranquilo. Não é movimentado e nem tem música ao vivo.

Você só tá me chamando porque não conseguiu marcar com nenhum dos seus rolos, né? — Akaashi conseguia ver um sorriso malandro no rosto dele.

— Ou eu só queria passar tempo de qualidade com o meu melhor amigo pra fofocar sobre meus rolos.

Houve alguns segundos de silêncio. Akaashi continuava mexendo o brigadeiro na panela, estava quase pronto.

— Kenma suspirou derrotado —, me convenceu.

Kenma nunca admitiria, mas ele não conseguia resistir a uma fofoca, e Akaashi sabia que esse era seu ponto fraco.

— Vou te mandar o endereço — ele desligou o fogão e levou a panela a pia. — Eu pensei em irmos umas cinco e meia, vai ter bem pouco movimento e você ainda toma um pouco de sol.

Tá querendo me matar? Você sabe que sou um vampiro — ele brincou, levantando-se da frente do computador e indo escolher uma roupa já.

— Tá bom então, Drácula, te vejo lá.

Até — desligou.

Akaashi terminou de despejar o brigadeiro em um prato e o cobriu com plástico filme antes de colocá-lo na geladeira.

Depois encheu a panela com água enquanto lambia o que tinha sobrado da colher, ele só deveria ter soprado antes, assim não teria queimado a língua.

— Porra!

O pior encontro do mundo - BokuAkaOnde histórias criam vida. Descubra agora