Não foi por amor....
Não foi por querer....
Pressão da família....
Foi tudo menos isso que chamam de amor....Foi Por Conveniência - Marilia Mendonça.
Bonito não é, nem chega aos pés
Do conto de fadas que a moça sonhou
Não foi por querer, foi por convencer
De tanto forçar, ele se acostumou, não soltou
Água mole na pedra bateu
De tão dura a pedra cedeu
Ela achou que era amor
Ele achou confortável, ficou
Não foi por amor
Foi aquele domingo de cama vazia
Saudade dos filhos, da mensagem de bom dia
Medo de morrer sozinho, pressão da família
Foi tudo, menos isso que chamam de amor
Não teve pedido, nem data marcada
Nem quer casar comigo, nem beijo na escada
Em nome da solidão e da carência
Não foi por amor, foi por conveniência
...Maiara
Eu chorava, mas não era de felicidade. Queria ir embora e fingir que nada disso estava acontecendo. O peso da decisão que estava prestes a tomar parecia esmagar meu coração.
Eu estava no altar, de frente para Rafael,que me olhava com um sorriso no rosto, alheio à tempestade emocional que se desenrolava dentro de mim. Os convidados, todos bem arrumados, sorriam e cochichavam alegremente. Para eles, era um dia de celebração, um momento de união. Para mim, era uma prisão dourada.
- Rafael Castro, você aceita Maiara Carla como sua legítima esposa? - A voz do celebrante me tirou dos meus pensamentos, trazendo-me de volta à realidade. Rafael apertou minhas mãos, transmitindo confiança e segurança.
- Sim - respondeu ele com firmeza, depositando um beijo em minhas mãos.
O celebrante então se voltou para mim, os olhos de todos fixos em minha direção.
- E você, Maiara Carla, aceita Rafael Castro como seu legítimo esposo?
Olhei para meus pais e minha irmã,todos sorrindo. Eles estavam tão felizes, tão orgulhosos. Os convidados, muitos dos quais mal conhecia, também pareciam radiantes com o casamento, menos eu.
- Sim - respondi, fechando os olhos e respirando fundo, soltando um longo suspiro.
A cerimônia prosseguiu, e logo estávamos dançando nossa primeira dança como marido e mulher. Rafael estava radiante, e eu tentava forçar um sorriso, mas minha mente estava longe. Cada passo que dava ao lado dele parecia me afastar mais da pessoa que eu realmente queria ser.
Eu me assumi bissexual para minha mãe há menos de um mês. Ela não reagiu bem à novidade, e a rejeição dela foi um golpe doloroso. Determinada a "corrigir" o que ela considerava uma anomalia, minha mãe decidiu me casar com Rafael, o filho do sócio da empresa da família. Ele era bem-sucedido, bonito, e, segundo minha mãe, a solução para me fazer voltar a ser uma mulher "normal".
Eu fiquei devastada com a situação. Ter que ouvir minha própria mãe me chamar de anormal foi uma dor imensa. Recusei-me a casar com Rafael, mas minha mãe me ameaçou, dizendo que me proibiria de ver minha irmã e que iria separar nós duas.
Sem outra escolha, e sem apoio do meu pai que ficou do lado dela, estava sozinha.
Era eu por mim mesma.
Durante os preparativos do casamento, minha mãe tomou todas as decisões. Eu não tinha a menor vontade de participar.
Rafael, desde o primeiro dia que nos conhecemos, foi gentil. Tentei ser amiga dele, mas ele interpretou errado, então me afastei.
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Vidas Cruzadas Pela Dor
FanfictionMaiara Carla, uma renomada médica e dona de um dos maiores hospitais, vive sob uma pressão imensa. Sua mãe, uma juíza influente, ameaça proibi-la de ver sua irmã Maraísa se ela não aceitar se casar com um empresário de prestígio. Maiara sabe que a m...