Mulher do chefe - Nina Capelly
Hoje...
Ninguém me segura
Eu tô querendo uma aventura
Oh, só pra me fazer mulher
Eu sou mulher do chefe
Mas ele não merece
Com ele é só estresse
É só estresse
Eu vou voltar pra ousadia
Pra casa dá orgia
Aonde tudo acontece
Acontece
Eu era fiel
Mas ele não entendia
Eu provei dá cachorrada
E gostei dá putaria.Marília
O barulho da chuva se fazia presente lá fora. Abri os olhos lentamente e comecei a lembrar da noite de ontem.
Olhei para o lado e Maiara estava dormindo com a respiração tranquila, a cabeça descansando em minha barriga. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto ao ver sua serenidade.
Lentamente, retirei sua cabeça para não acordá-la e me levantei. O frio da manhã se misturava com a sensação de nostalgia que o quarto trazia. Comecei a procurar minhas roupas espalhadas pelo chão. Depois de encontrar todas as peças, me vesti e juntei as de Maiara, dobrei e deixei em cima da escrivaninha.
Peguei meu celular e vi que a hora marcava 6 da manhã. Lá fora, a escuridão da noite ainda persistia, intensificada pelo céu nublado e pela chuva incessante. Senti uma pontada de arrependimento ao pensar em sair sem uma despedida adequada.
Abri a gaveta da escrivaninha e peguei um papel e uma caneta. Respirei fundo e escrevi:
"Maiara, a noite foi incrível. Obrigada por tudo. Espero que possamos nos encontrar novamente. De Marília."
Deixei o bilhete em cima das suas roupas, fui até a porta para poder ir embora. Mas antes de sair, uma ideia impulsiva surgiu. Voltei e peguei a calcinha dela. Sorri ao pensar na reação de Maiara quando descobrisse.
Sai do quarto, passei pela recepção e pedi que deixassem o café da manhã no quarto 23 às 8h. Além disso, solicitei que avisassem a ela que meu motorista iria levá-la para casa.
Fui para a garagem para pegar meu carro e, de uma vez, ir embora. Dei a partida e resolvi passar em uma padaria para tomar café da manhã. O problema é que era domingo e as padarias só abriam às 7h. Resolvi ficar esperando dentro do carro até abrir.
Enquanto aguardava, olhei pela janela, observando a cidade lentamente despertar. A chuva havia diminuído, deixando o asfalto úmido e o ar fresco. Tomei meu café da manhã tranquilamente quando finalmente a padaria abriu.
Meu celular começou a tocar. Olhei na tela: "Amanda (amor)". Revirei os olhos, respirei fundo e atendi.
— Alô? — disse, já esperando pelos gritos.
— Marília, tá ficando louca, sua filha da puta? Onde você tá? Eu fui tomar banho ontem e, quando saí, você já não estava mais aqui! Eu te liguei! Custava atender? Foi comer mais uma puta, sua ridícula! Não sei por que ainda estou com você. Fala onde você tá agora que eu tô indo te buscar. A gente tem muito o que conversar. — A voz dela estava tão alta que eu afastei o celular da orelha.
— Daqui a pouco tô chegando — respondi, tentando poupar meus ouvidos por mais algum tempo.
Desliguei o telefone e suspirei profundamente. O drama contínuo de Amanda estava começando a me desgastar. Dirigi de volta para casa, pensando em como as coisas tinham mudado entre nós.
Havia um tempo em que o amor era mais forte do que as brigas e o ciúme, mas agora parecia que estávamos apenas nos segurando aos pedaços de um relacionamento quebrado.
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Vidas Cruzadas Pela Dor
FanfictionMaiara Carla, uma renomada médica e dona de um dos maiores hospitais, vive sob uma pressão imensa. Sua mãe, uma juíza influente, ameaça proibi-la de ver sua irmã Maraísa se ela não aceitar se casar com um empresário de prestígio. Maiara sabe que a m...