Capítulo: 1.

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O Senado estava em ebulição.
Simone Tebet e Soraya Thronicke estavam no auge de  suas campanhas para a presidência. Cada sessão era uma nova oportunidade para se destacarem e, consequentemente, para se atacarem.

Simone, com sua postura confiante e presença marcante, entrou no plenário. Seus olhos rapidamente encontraram os de Soraya, que já estava sentada, folheando seus papéis. Simone caminhou até seu lugar, sem desviar o olhar.

— Senadora Thronicke. Simone cumprimentou com um aceno frio.

— Senadora Tebet.  Soraya respondeu, levantando a cabeça e devolvendo o olhar desafiador.

A sessão começou, e as discussões logo se intensificaram. Era um projeto sobre reforma tributária, um tema espinhoso que exigia muita negociação e habilidade política. Simone e Soraya, como sempre, estavam em lados opostos.

— Essa proposta é inviável e prejudica a classe média. Simone declarou com firmeza, dirigindo-se ao plenário. — Precisamos de uma solução que beneficie todos, não apenas uma parcela da população.

Soraya levantou-se rapidamente, seu olhar fixo em  Simone.
— Com todo o respeito, senadora Tebet, sua visão está deturpada. Esta reforma é essencial para equilibrar nosso sistema fiscal e promover justiça social.

A tensão no ar era palpável. Os senadores ao redor observavam a troca de farpas com interesse.

Simone respirou fundo, mantendo a compostura.
— Promover justiça social não significa sacrificar quem já está sobrecarregado. Precisamos de equilíbrio, não de extremismos.

Soraya, sem se intimidar, aproximou-se da bancada de Simone.
— Equilíbrio? Ou é apenas uma desculpa para manter o status quo?

Os olhos de Simone brilharam de raiva contida.
— Se ao menos você ouvisse com a intenção de entender, Soraya, veria que há mais nuances aqui do que seu discurso inflamado sugere.

A sessão continuou com debates acalorados, mas o confronto entre as duas senadoras foi o ponto alto. Quando finalmente terminou, Simone recolheu seus papéis, preparando-se para sair. Soraya a abordou nos corredores do Senado.

— Simone.
Soraya chamou, seu tom menos hostil. — Podemos conversar?

Simone parou e olhou para Soraya com uma mistura de surpresa e curiosidade.
— Claro. Sobre o quê?

— Sobre a reforma. Acho que podemos encontrar um meio-termo. Soraya sugeriu, seus olhos suavizando.

Simone assentiu, relutante mas intrigada.
— Tudo bem. Vamos discutir isso em meu gabinete.

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No gabinete de Simone, o ambiente era austero e organizado, refletindo a personalidade da dona. Soraya entrou e observou a decoração minimalista, sentindo-se um pouco deslocada. Simone ofereceu uma cadeira e sentou-se atrás de sua mesa, indicando para Soraya que se sentasse.

— Então, Soraya,
Simone começou, ainda com um tom de cautela. — O que exatamente você propõe?

— Eu acredito que podemos ajustar algumas alíquotas e incluir isenções para pequenas empresas. Isso poderia equilibrar melhor a carga tributária sem prejudicar a classe média.
Soraya sugeriu, sua voz firme.

Simone analisou a proposta por um momento, cruzando os braços.
— Isso pode funcionar, mas precisamos garantir que essas isenções não sejam usadas como brechas para sonegação fiscal.

— Concordo,
Soraya respondeu rapidamente.
— Podemos adicionar cláusulas específicas para evitar isso. Mas precisamos ser práticas e ágeis. A eleição está chegando, e qualquer erro pode ser fatal.

Painful Love - Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora