Painful Love - Simoraya

Capítulo: 3.

Pov: Simone.

Simone jogou o celular no sofá com um suspiro pesado. O vinho que ela havia bebido estava começando a fazer efeito, tornando tudo em sua mente um pouco mais turvo do que o normal. Ela olhou em volta para o apartamento vazio e se sentiu repentinamente solitária.

"Por que não?", ela murmurou para si mesma, pegando o celular novamente. Com um toque hesitante, ela digitou uma mensagem para Soraya.

**Simone:** "Soraya, você pode vir aqui? Preciso conversar."

Soraya respondeu quase imediatamente:

**Soraya:** "Claro, estou a caminho. Está tudo bem?"

Simone se mordiscou o lábio, questionando sua própria sanidade ao chamar Soraya tão tarde da noite. Mas já era tarde demais para voltar atrás. Ela ouviu a campainha tocar alguns minutos depois e foi até a porta, abrindo-a para encontrar Soraya com uma expressão preocupada.

— Soraya, obrigada por vir. Simone disse, sentindo-se subitamente consciente de sua própria desordem emocional.

— Só queria ter certeza de que você está bem. Soraya respondeu suavemente, entrando quando Simone deu espaço. — O que aconteceu?

Simone balançou a cabeça, tentando encontrar as palavras certas.
—Eu... estava me sentindo sozinha, e aí... bebi um pouco mais do que deveria.

Soraya assentiu compreensivamente.
— Isso acontece. Você quer conversar?

Conforme a conversa avançava, Simone percebeu que suas palavras estavam se desenrolando mais livremente do que pretendia. Ela começou a falar sobre seus medos, suas inseguranças, e como o passado a assombrava. Soraya ouvia atentamente, oferecendo palavras de apoio e conforto.

Quando finalmente a conversa chegou ao fim, Simone sentiu um misto de alívio e arrependimento. Ela não estava acostumada a ser tão vulnerável, especialmente não com alguém como Soraya, que representava tudo o que ela havia aprendido a temer nos relacionamentos.

— Sinto muito por te incomodar com tudo isso. Simone murmurou, olhando para baixo.

Soraya pegou suavemente sua mão.
— Não é um incômodo, Simone. Estou aqui porque me importo com você. E... talvez seja hora de você permitir que alguém entre um pouco mais em sua vida.

Simone olhou nos olhos de Soraya, vendo a sinceridade ali. Ela sentiu uma onda de gratidão e, ao mesmo tempo, um frio nó de medo no estômago. Estava abrindo uma porta que havia mantido firmemente fechada por tanto tempo.

—Obrigada, Soraya. Simone disse sinceramente. —Por estar aqui. Por me ouvir.

Soraya sorriu gentilmente.
—Sempre que precisar.

Aquela noite, enquanto Soraya saía e Simone ficava sozinha em seu apartamento, ela se sentiu mais confusa do que nunca. A decisão de chamar Soraya foi impulsiva e, no fundo, ela sabia que isso poderia mudar muita coisa entre elas.

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Aquela noite, depois que Soraya saiu, Simone permaneceu em seu apartamento, perdida em seus próprios pensamentos. A conversa com Soraya trouxera à tona emoções que ela tentara esconder por tanto tempo. O vinho deixou-a mais vulnerável do que esperava, mas também a fez perceber o quanto precisava de alguém para confiar.

Enquanto olhava pela janela, o silêncio do apartamento parecia ensurdecedor. Ela revirava as palavras que tinha dito, se perguntando se tinha revelado demais, se tinha sido fraca ao abrir seu coração para Soraya. Afinal, ela sempre se orgulhara de sua independência e força.

No entanto, algo em Soraya a fazia querer baixar suas defesas. Não era apenas a compaixão em seus olhos ou a gentileza de suas palavras. Era o fato de que Soraya a fazia sentir-se ouvida, compreendida, e, mais importante, aceita.