2 | Maria Hill

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N A T A S H A   R O M A N O F F

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Não passava pela minha cabeça cumprir o acordo com Wanda. Ainda restava um mês para as últimas provas e eu tinha basicamente trinta dias para conseguir nem que fosse um beijo dela. Depois disso era questão de tempo até que Wanda me odiasse ou gostasse demais a ponto de desistir do acordo e me deixar na mão com os "estudos".

A primeira parte do roteiro não deu certo porque eu não estudei bem o clichê que Wanda era. Mas desde o nosso combinado cheguei à conclusão de que ela é uma nerd bem nervosinha por sinal.

Ou talvez seja a casca que ela use para camuflar suas inseguranças.

Ainda não me acostumei com o fato de que eu sou a maior clichê. Eu achei que viveria o meu por ter me apaixonado por uma nerd. Quando na verdade Wanda poderia viver o seu também.

Eu não me importo em usar a palavra "paixão" porque pesquisei o significado e cabe bem no que estou sentindo. Dentre as características existe um grande interesse em sexo, sem conversa, onde não existe dormir de conchinha quando ele acaba e ambos são amantes. Não amigos.

Eu poderia transferir minha amizade com benefícios para Wanda se ela aceitasse a proposta, mas pelas poucas palavras que troquei com ela é óbvio que a única coisa que iria ganhar seria um belo tapa na cara.

Ou talvez ela usasse o livro como arma e batesse em mim.

— Mãe, eu preciso da casa de praia para o verão. – Disse quando desci do quarto com a mochila nas costas, pronta para mais um dia de aula.

— Se você conseguir ser aceita por uma boa universidade a casa é toda sua.

Ela falou enquanto estava sentada na mesa atenta ao celular em sua mão. Sequer desviou a atenção para mim. Foi fácil acostumar com isso quando minha única função nessa casa se tornou tirar boas notas.

Quando cheguei à escola fui direto para o refeitório encontrar meus amigos. Pude visualizar Wanda no canto em sua mesa, mas segui para os meus amigos. Ainda não tínhamos resolvido sobre as aulas, mas eu tinha planos de marcar a primeira no horário de intervalo e torcer para ser em minha casa já que lá eu fico sozinha quase sempre.

— Você chegou na hora certa. – Carol exclamou levantando da mesa e vindo em minha direção passando o braço pelo meu ombro e me guiando até a cadeira vazia que tinha na mesa. Nela estavam alguns garotos do futebol e algumas meninas da torcida, incluindo Maria. Era a mesa dos populares da escola. Por quê? Eu não sei, mas por algum motivo as pessoas gostavam de escolher um líder ou um grupo para venerar. Eu estava nele graças a Carol e ao futebol, as meninas por serem gostosas e rebolarem com aquela roupa de cheerleader.

— Nós vamos passar o verão na casa dos tios da Maria. Está tudo liberado, e vai ser irado. – Ao redor os outros comemoraram, mas eu permaneci com a expressão fechada. — Qual é cara, você e a Maria vão poder curtir na casa toda.

Não era segredo para ninguém o que eu e Maria tínhamos, na verdade as pessoas até achavam que namorávamos, mas era só me ver com outra pessoa ou vê-la com outro que passavam a entender. Ou achavam que era alguma traição. Entretanto esse não era o maior dos problemas, e sim que minha casa de praia estava em jogo num acordo e se Wanda fosse uma boa garota eu a levaria comigo.

O maior dos clichês | ʷᵃⁿᵗᵃˢʰᵃ (𝐆!𝐏)Onde histórias criam vida. Descubra agora