5 | Olhares

152 30 15
                                    


N A T A S H A  R O M A N O F F

❄️ ▪︎ 🌻

.

.


— Por que você tem o numero dela? – Perguntei ao Bucky que estava ao meu lado na sala. Era o primeiro período e era a única aula que apenas Bucky dividia a sala comigo. As outras sempre tinham Maria ou Carol junto.

Por falar em Carol, no domingo ela me chamou para uma pequena social que aconteceu em sua casa. Seus pais eram mais liberais que os meus e por isso as festas eram sempre lá. Eu não conhecia a maioria das pessoas porque poucos eram da nossa escola. Carol tem mais amigos do que eu, isso porque ela frequenta diversos lugares e acaba fazendo sempre novos amigos. Já eu conheço muitas pessoas e tenho poucos amigos. Os de sempre, Carolina, Bucky, e Maria.

Eu acabei ficando com uma garota e foi a pior coisa que fiz, pois ela grudou em mim o resto da festa e eu não pude sequer ficar com outras pessoas. Óbvio que virei piada o resto da noite, pela garota ter agido como minha namorada e eu não conseguia dispensá-la de forma alguma. Principalmente porque Carol se divertindo da situação sempre a chamava para perto de nós.

— Fizemos um projeto de artes juntos e ela me deu o numero dela. – Se explicou enquanto retirava seu material da mochila.

— Ela te deu o numero dela? – Perguntei franzindo o cenho.

Era estranho porque mesmo sendo um projeto, imagino que se eu fosse a dupla ela iria querer meu numero e só ligaria confidencial para que eu não pudesse a incomodar depois. Bucky não era muito diferente de mim, embora ele ainda fosse o menos babaca do grupo. Comecei a imaginar que o problema com Wanda poderia ser extremamente pessoal, e isso me fez imaginar que talvez ela fosse louca, porque eu nem olhava para ela desde que ela entrou.

Esse poderia ser o problema. Eu não olhava para ela da forma que ela queria e isso fez com que ela me odiasse profundamente.

— Deu. – Reafirmou. — Mas só conversamos sobre o projeto, não sinta ciúmes. – Ele piscou pra mim e deu alguns tapas em meu ombro enquanto tinha um sorriso debochado em seu rosto.

— Quando ela souber o que você está fazendo vai te odiar mais ainda.

Eu contei sobre ela estar me ajudando, е о motivo pelo qual eu pedi a ajuda. Bucky acha que não é uma boa ideia, porque ele já fez algo parecido uma vez e no final além dele não conseguir ficar com a garota, ele acabou gostando dela.

Mas isso não seria um problema, faltava menos de um mês, a prova de biologia estaria se aproximando e depois que eu ficasse com Wanda, nosso trato acabaria. Não seria como Bucky que ficou meses tentando conquistar alguém fingindo gostar.

— Ela não vai descobrir. – Garanti.

Ao fim do terceiro período fui para o refeitório procurar Wanda. Nos três primeiros períodos não tinha nenhum com ela, ainda não tinha a visto na escola e não fazia ideia de onde ela estava. Mesmo sabendo o seu horário.

Dei sorte de encontrá-la no refeitório com algumas pessoas na mesa. Ela estava comendo em um recipiente diferente das bandejas ridículas da escola, o que me fez ver que ela levava o lanche de casa. Às vezes a comida do refeitório é tão horrível que até os cachorros rejeitam. Eu sei disso porque já ofereci a um deles e sequer cheiraram.

Sabia que seria difícil tirá-la de lá e levá-la para a biblioteca, mesmo sendo para estudar. Mas ainda assim me aproximei e quando cheguei próximo, as pessoas na mesa pararam de conversar e ergueram o olhar pra mim. As expressões eram confusas, mas a de Wanda era de irritação como sempre. Sorri amigavelmente para as pessoas que permaneceram me olhando e fui até a cadeira que Wanda estava sentada.

O maior dos clichês | ʷᵃⁿᵗᵃˢʰᵃ (𝐆!𝐏)Onde histórias criam vida. Descubra agora