16. Solitude.

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Silêncio, tal coisa é a única que sou capaz de ouvir neste momento. Sinto certas pressões em determinados lugares de meu corpo qual está deitado a não sei quantas horas dentro desse quarto frio e com cheiro de álcool e luvas. Sinto que meu estômago está um tanto revirado, me faz sentir vontade de vomitar, mas nada sai.

Quem dera se a única coisa que sinto neste momento fosse a ânsia de vômito.

Meus olhos arderam com a pouca claridade que o quarto possuía quando os abri, de primeira os fechei rapidamente, mas logo quis os abrir novamente, e assim eu fiz.

Muitas das vezes eu estava acordado quando vinham até mim, para checar se estou bem ou não - um tanto irônico eu diria -, meus amigos, minha avó, a prima do Park... Mas dentre todas essas, mantive meu silêncio. Meu silêncio é um caos para mim mesmo, quem dirá para os outros. Não só mantive o silêncio como mantive meus olhos fechados, em ocasião alguma ousei abrir, exceto agora.

Não ouço minha voz desde aquela tarde, e sei lá quanto tempo estou aqui, não deve fazer muito. É como que se eu estivesse flutuando, mas sinto que estou morrendo, sinto um imenso vazio apertando meu peito, a imensidão do vazio me chocou certeiramente bem quando tive que escutar todas aquelas palavras embargadas de Jimin, a voz irritada de sua mãe, os homens que haviam ido com ela eram grossos a minha percepção. Mas o que mais doeu, foi aquele adeus choroso, aquele que eu em momento algum esperei ou quis escutar.

Eu senti falta dele, eu sinto falta dele.

Em todas a manhãs, tarde e noites eu esperei escutar sua voz, ou sentir o toque macio de suas mãos quentinhas me fazendo um carinho singelo e cheio de medo, ao menos era assim que senti no dia de sua despedida. Dito isso, a lista de pessoas que odeio aumentou.

Dentre essas que possui em minha lista mental, com certeza a mãe de Park Jimin é uma delas. Me sinto tão... eu não sei como me sinto, sem ele aqui o confuso parece impossível para mim, dentre todo o caos que sempre gostei, agora me parece tão fútil. A ideia de que adoro o caos mas mantenho a calmaria só se faz presente agora.

O que é para acontecer, acontecerá...

Mas, por quê ? Por quê logo eu tive que passar por isso ? Por quê ele foi obrigado a se mandar da qui logo agora ?

Nós éramos... Nós somos perfeitos um para o outro, e estava ocorrendo tudo perfeitamente bem, qual o motivo de depois de ter passado por tanta coisa e chegar no topo, para simplesmente decair a escala zero. Como que se todos os esforços houvessem sido em vão. Porém, eu não me arrependo de nada que seje relevante á ele... Tudo valeu a pena, ele vale a pena.

Talvez por isso, eu vou tentar manter a calma, e esperar acontecer. Se for para acontecer, acontecerá, era assim que ele me dizia sempre que eu era negativo. Espero que não demore, ou quem vai mudar o destino sou eu.

Mas, como será a minha vida de agora para frente... Tudo dói, tudo acaba me frustrando, qualquer coisa já me faz lembrar daquela tarde; precisa ser tão ruim assim ?

A porta se abriu, tomando minha atenção e me tirando totalmente do meu transe inesperado, qual nem se quer percebi estar.

- Bom dia senhor Jeon, fico feliz que tenha finalmente acordado, isso é um avanço e tanto. - O Doutor me disse sorridente tendo uma de suas mãos dentro do jaleco. - Como se sente ?

Eu & o Vagabundo | pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora