Capítulo 4

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    Não sejam leitores fantasmas, eu realmente gosto de ver comentários de vocês. Dá um gás surreal para continuar postando e é uma forma de saber se estão gostando de verdade, beijos! Aproveitem mais uma capítulo. Acredito em vocês, comentem bastante!
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                   - Maria Júlia -

Sério, eu queria mesmo ser herdeira. Termino de passar meu gloss na boca porque se tem uma coisa que eu tenho é lábio grande e ficar ressecado não dá, ontem estava mexendo no Instagram e vi uma postagem da minha querida e amada mãe em uma lancha, e eu aqui economizando até gás para fazer durar e não acabar. A vida é injusta demais!

Sinto minha barriga roncar assim que chego da escola e tiro a farda, hoje mais cedo ouvi tanta piada na rua que eu fiquei horrorizada de tanto que uma mulher pode ser objetificada. Xocotó, como diz a Carolina a casa 5 segundos.

Esquento a comida no microondas torcendo para dá tempo de comer tudo antes de dar a hora de ir para o salão, não vou negar que estou animada, hoje seria meu primeiro dia e eu tô surtando.

- Calma, Maria Júlia, você consegue porque é capaz!- digo para mim mesma enquanto como uma pouca quantidade da comida que tinha sobrado de ontem, preciso fazer uma nota mental de fazer janta hoje.

Tomo um banho rápido e lavo o cabelo, não gosto de sair sem secar mas faltam exatos 10 minutos para eu estar no salão, então faço uma oração antes de sair e peço paciência para aturar um monte de mulher agrupadas em um só lugar.

Corro para sair de casa e começo a descer o morro, a rua está bem movimentada, acho que é por conta do horário e as pessoas estão levando as crianças para escola.

Confesso que o único lugar que tenho medo de passar é em frente a boca, mesmo morando aqui a bastante tempo e sabendo que vão me respeitar, eu ainda sinto um arrepio na espinha toda vez que passo em frente. É triste ver tantas pessoas comprando as drogas e até famílias se acabando por conta disso.

Respiro fundo e abaixo minha cabeça agarrando a bolsa que estava em meu ombro, mas assim que levanto meus olhos ouço uma moto parar em frente a boca. O problema é que eu parei até mesmo de andar, não que eu tenha medo mas era literalmente o dono do PPG.

Era difícil eu ver ele, provavelmente porque só fico dentro de casa e não conheço ninguém. Minha mãe não me permite nem mesmo ter alguma amizade, quem dirá ficar em baile ou na rua. Eu acabei me acostumando com isso.

Na frente dele estava um homem, bom, na verdade não sei a idade dele mas era bem bonito. Olha, não que eu seja uma santa, mas eu tenho olhos e eles se agradaram muito vendo esse garoto.

Ele estava com o cabelo recém cortado e um cordão fino de ouro, assim que o Rodrigues desceu da moto, pude reparar melhor. Ele passou a língua que tinha um piercing pelo lábio e cruzou o braço só comprimento do os garotos que estavam sentados, ah, eu reparei também na pistola que estava no cós da bermuda. Ou seja, território proibido!

Me bati mentalmente por está igual uma idiota parada na calçada reparando em um homem, não que isso já tenha acontecido, mas ele era muito bonito e claro que não repararia em mim. Minha autoestima não me permite em dizer que sou bonita, ou que um homem conseguiria seguir um relacionamento. Definitivamente sou descartável demais para isso.

Balanço minha cabeça lembrando novamente como se anda e olhando o relógio para confirmar meu atraso, parabéns, Maju. Primeiro dia e atrasada por causa de um homem que nunca vai te notar.

Assim que atravesso a rua com medo de passar em frente a boca, a curiosidade de olhar para ele mais uma vez bateu firme e eu como não sou boa de ignorar meu instinto traiçoeiro, levantei meu olhar e vi o mesmo retribuindo. Sério, acho que prendi a respiração sem notar. Porque minha bochecha chegou a pegar fogo de tanto que me repreendi por está olhando para ele.

Sua pele bronzeada refletia um pouco com o sol que estava fazendo, acho que alguns minutos foram o suficiente para notar até mesmo o transversal que ele tinha na orelha, tragos também furado e o piercing na língua. Confesso que foi o homem mais atraente que eu tive o prazer de olhar.

Seu semblante estava sério demais para eu conseguir de fato entender, mas seus olhos eram bem bonitos. Provavelmente muita gente já falou isso para ele, mas realmente era. Repuxo um pouco meu lábio assim que ele literalmente não desviou o olhar, até eu passar e ainda sim, senti minha costa pegar fogo porque tinha certeza que ele ainda estava olhando

Acho que por uns segundos, eu prendi o ar enquanto descia o morro. Só lembrei de respirar direito quando entrei no salão com a bochecha pegando fogo, meu corpo está a quente, muito quente! Como pode só com um olhar de alguém sentir o corpo entrar em colapso? Céus!

- Bom dia, meninas. D-desculpa pelo atraso, prometo que não vai acontecer novamente- Claro que não vai acontecer, a não ser que aquele garoto me olhe daquele jeito de novo, porque é capaz de eu me jogar literalmente nele.

- Mana, fica tranquila já ajeitei a agenda. Só responde o whatsapp e o Instagram, tem muita mensagem. Por favor, hoje não consegui fazer isso. Bom dia, loirinha.

As meninas logo me comprimentaram em seguida a Carolina falou comigo, o notebook já estava ligado e eu comecei a responder as meninas. Eu me considero uma pessoa totalmente atenciosa, então essa parte é tão boa. Comecei a edição que já estava pronta no canva, só adaptei algumas coisas como as meninas pediam para divulgar seus trabalhos.

Dei um sorriso quando postei meu primeiro story e em seguida vi duas meninas entrando no espaço, dou um sorriso simpático comprimentando da forma mais cordial possível.

- Boa tarde, querida. Temos horário marcado para 14:30 para o bronze, eu pago agora ou quando sair? Andreia e Camile- Peço para as mulheres fazerem o pagamento na hora e pergunto a forma de pagamento, assim que boto o qr code na maquininha, já atualizo a agenda.

- Obrigada amor, pode aguardar um pouquinho? Quer café? Se quiser, pode ficar a vontade.

- Eu nunca te vi aqui, é nova na comunidade?- Nego com a cabeça e digo que é meu primeiro dia.

- Na verdade moro aqui desde que me entendo por gente, não costumo sair muito.- Dou um sorriso ladino e vejo a Carolina me olhando, logo estendeu seu polegar com um joinha e limpou uma lágrima invisível como se estisse orgulhosa.

Reviro meus olhos com uma risada baixa e chamo as meninas depois de um tempo para irem até a parte de trás do salão. Confesso que todas as vezes que fechei meus olhos eu literalmente pensava naquela bendita língua com aquele piercing e os olhos, nossa, eu preciso é de uma igreja universal pra tirar esse homem da cabeça.

Parecia até obsessão, as vezese pegava olhando para o lado de fora esperando que ele passasse com aquela moto feia e barulhenta, não que fosse feia mesmo, mas eu não tenho é coragem de subir em uma. Tenho pavor só de pensar.

O decorrer da tarde foi tranquilo, recepcionei muitas meninas, fiz até mais café porque acabou e ainda ouvi que finalemte alguém fazia café direito nesse salão.

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📸 I N S T A G R A M 📸

@majutrindade

  " É que eu nasci para a reciprocidade, qualquer ato que fuja disso me incomoda"

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