Capítulo 2

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                                -Piloto-

- Tá de marola, porra? Cumpre teu plantão na maciota, tua mãe tá falando pra caralho no meu ouvido já.

Afirmo com a cabeça e ajeito a pistola na cintura, coe, coroa tá cheio de ódio já. Tu acha que eu vou debater? Porra nenhuma, vai nessa.

Meu coroa é dono do morro, sempre teve o maior respeito com a rapaziada. Dava moral pra geral, a única certeza que eu tinha é que um dia esse império que ele construiu seria meu. Ano passado chutei o balde com esse bagulho de escola, minha mãe ficou maluca com isso. Falou que se eu queria conhecer o diabo mais cedo ela mesma me dava uma passagem só de ida.

Foi maior desenrolo pra conseguir deixar ela tranquila, e mesmo assim vira e mexe ela xinga meu coroa, xinga geral, pô. Mas essa mulher é o amor da vida dele, papo reto. Já entrou na bala por ele, salvou o cara não sei quantas vezes. Se hoje ele tem as 7 vidas, é porque ela botou peito.

Quando eu tinha 7 anos, um parelha do meu coroa bateu lá na porta mandando minha mãe ir reconhecer o corpo do cara no matagal. Foi numa invasão, os cara pegaram meu pai na trairagem mermo. Lembro até hoje dela mandando ele tomar no cu, tem noção? Mandou o cara tomar no cu, falando que o meu coroa não era maluco de morrer e deixar ela pra cuidar de mim e da minha irmã sozinha

Acabou que nem era meu meu coroa, mas vou te falar, aquele ali também é apaixonadão. Faz de tudo, papo reto. Maior respeito que eu tenho.

- Hoje vou mandar uma tropa pra pista, nos tá 1 mês planejando essa porra. Eu não quero erro, não quero falha!- Meu coroa é conhecido por ter uma gestão que geral inveja, o cara não erra! Não é atoa que tem a lealdade de geral aqui, se ele falar que o bagulho vai dar certo, nós só mete a cara e vai.

- Tem certeza, Mendonça ?

- Se tá com medo nem vai, papo reto. Vai ser o maior roubo que qualquer favela fez, essa porra vai virar capa de matéria. Eu quero só os melhores, vai sair 4 carro bicho.

Dou um sorriso de lado e olho para o pixote que estava com o braço cruzado, papo de 5 milhões. Tá bom pá tu? Já perdemos um dinheiro pra comprar um guarda que vai fazer a segurança do galpão. A meta é matar ninguém, fazer o bagulho na maciota.

- Tá na hora, bora.- Olho o relógio de ouro e já geral já pega os armamentos, tiro a pistola da cintura e coloco na mesa, se antes meu coroa tava tranquilo agora vi logo o semblante mudando da água pro vinho.

Acendi um balão já pra ficar tranquilo e rezei, tá maluco. Se eu voltar vivo, vou até conversar com o anjo de guarda, papo reto.

- Relaxa coroa, mais tarde nos tá aqui de novo

- Tu sabe que é meu, né? Meu filho, porra. Me representa da melhor forma, quero tu devolta, sabe que a dona Marcelle não vive sem tu, né.

Afirmo com a cabeça e pego o Ak, botando a bandoleira. Pixote é meu de raça, papo de amizade de anos o único que eu confio até em baixo d'água. O cara é segurança do meu pai, novinho, pô. Mas a disposição é a mesma, se tiver que morrer pelo morro, esse menor vai até no inferno.

Entro no carro preto e escuto a música, papo reto, bagulho é maior adrenalina. Dou partida e já vamos em direção a avenida Brasil, pra piorar nos tem que ficar esperto com os alemão também. Aqui é foda.

Se tem uma coisa que eu represento é no pinote, maluquice descrever a adrenalina de tu ser bom num bagulho. Não é atoa que meu vulgo é piloto.

Assim que encostei o carro no galpão já tinha um cara fechando, provavelmente já tinha recolhido o dinheiro. Botei a máscara de palhaço e fiz sinal para os menor sair do carro, nessa hora o coração acelera pra caralho mas é isso, se não botar a cara pra fazer os bagulho tu não entra pra história.

Papo de 30 bandido cada um entrando de um lado e rendendo o guarda, que levanta a mão em sinal de rendição e ajoelha.

- Bota pra dentro, porra, amarra aí- Jogo a corda e aponto o Ak pra dentro, só conseguia ver o carro forte, dou um sorriso de lado e começo a andar devagar e bato o bico do fuzil na janela.

- Boa noite, chefe. Desce! Anda porra, levanta mão. - O cara logo arregala o olho e saca a pistola que estava no coldre, aperto o fuzil com mais força e vejo o pixote parar no meu lado

- Tá surdo caralho, o mano mandou descer e levantar a mão. Quer do jeito fácil ou do difícil? Vai filho da puta, desce, perdeu!-  O cara destrava o carro forte e desce, mandando o carona fazer o mesmo.- Bota a arma no chão e chuta pra mim.

Quando os cara dá última forma, é chuta a arma o pixote deu com a ponta do fuzil na cabeça de um que desmaiou logo, o outro se assusta e eu faço o mesmo

- Marcola, cadê a bomba? Anda porra, ele acionou o alarme, nos tem 30 minutos.

Foi como eu falei, nos tem que fazer o bagulho na maciota. Não adianta fazer os bagulho de emocionado, enquanto ele explodia o carro forte, os cara tava fazendo a limpa na parte de dentro, amarrando geral que tava ali.

Nós evita o confronto, mas se brotar, fugir que não vamos. A trocação vai ser da melhor forma, papo reto.

Quando vi o bagulho explodir e o dinheiro eu já dei um sorriso, tá maluco, dinheiro pra caralho. Pixote abraçou meu pescoço e gargalhou.

- Vai tomar no cu, olha a porra desse dinheiro. Coe meu pitbull, vamo ficar rico!- Soltei uma risada e já comecei a colocar o dinheiro na mochila enquanto vinha mais 5 pra ajudar, marcola pegou o que dava e quando olhei no relógio tava faltando 10 minutos só.

- Bora, bora, bora. Dois dedo, última forma porra. Se nós não for agora, fudeu.

Nos começou a fechar as mochilas e eu já puxei os menor pra se adiantar, balanço a cabeça quando geral sai do galpão.

Entro no carro e o pixote já vai para o carona, enquanto entra mais três. Quando acelero o carro pea longe do galpão, escuto a sirene. Balanço a cabeça quando começa a falação dentro do carro, minha cabeça já começa a dar pontada

- Cala boca, porra. Tão falando pra caralho, pega a pistola e se prepara pra trocar com os cara.

- Coe, os cara tão atirando porra- Escuto no radinho e acelero mais, vai tomar no cu. Tudo dando certo e esses cuzão conseguiram se adiantar, vai p caralho!

- Tá com medo de meter bala? Tu é bandido mermo? Parece não, estala a cabeça deles porra.

Respondo e abaixo a janela, o pixote começa a trocar firme com os cara, aí, namoral, comecei a ver tudo lento. Parecia até cena de filme, aqueles que tu fala que é mentira. Doideira com maluquice, o dois dedo consegue acertar o motorista e o carro capota. Essa porra vai dar merda!

- Isso, porra!

Bati no volante e assim que despistei o outro carro fui para perto do morro dos alemão, já tava no plano jogar essa pica pra eles mesmo. Melhor forma, antes neles do que em nós.

Botei o carro mais próximo que consegui e mandei o junin tacar fogo, quando ele terminou, nos já tava com as mochilas na costa e entrando no matagal pra pular a barreira.

- Namoral, nunca mais! Puta que pariu, pode me dar o dinheiro que for, mas eu achei que ia virar camisa de saudade, papo reto.- Soltei uma gargalhada e afirmei com a cabeça, pixote tava suando frio.

Andamos papo de 1 hora sem parar, os radinhos sem sinal, ninguém respondia, já tava quase chutando o balde quando paramos em frente o morro. Agradeci a Deus e já vi os menor que fica de frente da barreira.

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