CONTO // LGBT // CONCLUÍDO
Andrei Pasternak é um jovem que ingressou no exército russo há menos de um ano. Com seus dezoito anos de idade, ele já acumula uma pilha de corpos em seus ombros, uma pilha que tende a aumentar cada vez mais.
Fazer amigo...
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Todo mundo se machuca às vezes Todo mundo se machuca algum dia, ei, ei Mas vai ficar tudo bem
Memories - Maroon 5
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Abro meus olhos sentindo o latejar das minhas costas, a dor queima minhas costas e mal posso respirar enquanto a luz forte do dia claro demais cega meus olhos por um momento, mas os barulhos vindos do lado de fora tornam o lugar onde estou inconfundível.
— Você acordou.
Uma voz feminina diz num tom doce, porém monótono, posso ouvir seus passos se aproximando conforme ela se aproxima. Queria dizer a ela para manter distância, mas meus lábios se recusam a abrir para dizer o que quer que seja, devido ao ressecamento pela falta de uso.
— Como está se sentindo senhor Pasternak? Teve uma lesão grave nas costas é um milagre que ainda esteja vivo — a mulher continua, com sua voz plácida enquanto mexe em coisas que eu não saberia dizer exatamente o que é.
Eu a observo vestida como uma enfermeira de guerra, seus cabelos vermelho cobre descendo por seus ombros como uma cachoeira, sua pele lisa e clara me lembra a aparência de outro alguém, alguém que eu não pude defender.
A mulher me estende um copo com água, mas não tenho forças para levantar minha mão. Ela pensa por um momento e aproxima o objeto da minha boca, inclinando minha cabeça com seus dedos longos de unhas bem feitas, para evitar que eu engasgue.
O gesto me dá raiva, não quero o cuidado, não quero seus dedos frios encostando em minha pele, mas não tenho escolha então aceito de má vontade a água que invade meus lábios com seu gosto frio e me lava a boca que eu estava tão profundamente ressecada, minha garganta arranha quando me forço a engolir, pisco os olhos, sentindo o frio molhado da água descer por minha garganta enquanto tento não engasgar. Apenas uma pergunta passa pela minha cabeça, por quanto tempo estou aqui?
— Vai com calma garotão, você passou muito tempo sem ingerir nada. Não queremos que acabe passando mal — a mulher diz, retirando o copo de perto de mim.
