O fantasma russo

E P I L O G O

“Nada disso deveria ter acontecido, ainda que a tragédia tenha sido imprevisível e inevitável, nosso coração se enche de tristeza pelas vítimas da nevasca”. Diz o presidente sobre a tragédia que ocorreu na última semana. A nevasca que assolou o país fez inúmeras vítimas, principalmente na universidade do Canadá, onde estudantes ficaram presos, lutando pela vida enquanto esperavam o resgate. Os bombeiros afirmam que…

Desligo a televisão, já se passou uma semana desde aquele terrível incidente, uma nevasca que se transformou em desastre total e desespero pela sobrevivência. Eu, Kristoffer Brevik, era um completo canalha até aquele momento. Roubei para sobreviver, furtava coisas na Europa como um maldito pickpocket. Mas minha vida nem sempre foi assim. Cresci em Bergen, Noruega, filho de uma família de classe média, em uma casa confortável com uma dinâmica familiar insuportável.

Cansado da monotonia e das expectativas sufocantes, fugi. Viajei pela Europa até chegar à França, onde mergulhei no mundo do crime e virei um verdadeiro delinquente. Cometi várias transgressões, experimentei a vida intensamente, me apaixonei, desfrutei e também sofri. Até que tudo desandou. O tempo voou desde então, e aqui estou agora, um homem nórdico, no Canadá, estudando gastronomia. Pelo menos era o que eu pensava até me deparar com a frente da minha faculdade coberta por uma nevasca, como se Jack Frost tivesse enlouquecido e decidido congelar o mundo.