Cinco anos antes
Quando a campainha do apartamento que moro com a minha família toca, eu corro gritando para abri-la, pois já sei quem é.
- Deixa que eu atendo, é a Manu.
Manuela é a minha melhor amiga. Nos conhecemos desde pequenas, ela é uma loira linda de cabelos ondulados e olhos castanho escuro, tem a minha altura que é 1,65m e temos também o mesmo corpo, não muito magras e não somos cheinhas. Gostamos dos nossos corpos, o melhor de tudo é que temos o mesmo tamanho, ou seja, podemos usar a roupa uma da outra, pois cabe perfeitamente. Eu tenho o cabelo no meio das costas e é entre o liso e o ondulado, castanho escuro e olhos cor da mesma cor.
Abro a porta sorrindo.
- Oi amiga.
- Oi Nathi.
Nos abraçamos e entramos em casa. Enquanto vou em direção ao meu quarto, a Manu vai falar com todos. Primeiro a minha irmã mais nova, a Camila, que tem dez anos, depois o meu irmão mais velho, o Gabriel, que tem vinte e dois anos, está cursando Direito. Por último, os meus pais, a minha mãe Mércia e o meu pai Dalton. Hoje estamos todos juntos, pois é domingo, típico de nos encontrarmos. Está fazendo o maior calor, o que é normal na cidade do Rio de Janeiro. Depois de falar com todos, ela me segue e entramos no meu quarto.
Depois de nos sentarmos na minha cama, eu digo:
- Vamos checar nosso e-mail para ver se já nos mandaram a resposta?
- Ai, eu estou tão ansiosa. Será que conseguimos entrar?
- Precisamos ter conseguido entrar Manu. Vai, vamos abrir.
Assim que entro na caixa de entrada, vejo um e-mail da Universidade da Columbia, e nesse momento meu coração começa a pulsar muito forte. Clico e, quando começo a ler, lágrimas descem pelo meu rosto sem parar. Não acredito, eu consegui. Depois de tanto estudar, tanto batalhar para isso, eu consegui entrar. Começo a gritar, e quando olho para a Manu, ela também está gritando. Falamos ao mesmo tempo:
- Nós conseguimos, nós conseguimos.
Meus irmão e meus pais entram correndo, perguntando o que nós conseguimos, e eu digo:
- Eu e a Manu conseguimos entrar na Universidade da Columbia. VAMOS PARA NOVA IORQUE!!!!
Depois de abraçar todo mundo, corro para a minha melhor amiga e a abraço muito forte, falando o quanto a amo e pulamos na cama, igual a quando tínhamos cinco anos, fingindo ser nosso pula-pula. A campainha começa a tocar, mas eu não ligo, minha mãe sai do quarto para atender. Meu pai vem em minha direção e diz:
- Filha, estou tão orgulhoso de você. Só tem uma coisa que me deixa muito triste.
Eu olho para ele e pergunto:
- O que, papai?
- Minha princesinha vai ficar muito longe de mim. Vou sentir muitas saudades.
Olho para ele com muito carinho e falo:
- Ah pai, eu também vou sentir muita falta de você. Mas sempre que der nós vamos nos ver.
Nos abraçamos e quando olho para a porta, a pessoa que eu não esperava ver, está olhando para mim.
- Oi Pedro.
- Oi Nathi.
E eu penso, o que ele está fazendo ali? Que saco, esse garoto não se toca que não vamos voltar a namorar? Pedro foi o meu primeiro namorado, começamos a namorar quando eu tinha quinze anos, e foi com ele que eu perdi a minha virgindade. Eu fui a primeira com que ele transou também, nos separamos tem apenas dois meses, e por incrível que pareça, eu já não sinto nada por ele. No começo do nosso namoro, nos afastamos de todos os nossos amigos, criamos uma bolha onde só existia nós dois. Ninguém mais importava, só o nosso amor. Eu sentia falta dos meus amigos, mas eu pensava que se eu tinha o Pedro, não precisava de mais nada. Como eu estava errada. Eu sempre chorei muito por causa dele, o pedido de namoro que ele me fez não foi agradável, e parecia que, depois de um tempo, só eu me esforçava para fazer o relacionamento dar certo. Comecei a perceber que eu fazia tudo o que ele queria, e ele não me retribuía tanto assim. Então, e esforcei cada dia para parar de gostar dele, e fui voltando a falar com meus amigos, voltei a ir para os lugares que gostava, festas e tudo o que queria. Quando voltei a falar com alguns garotos, ele ficou possesso e terminou comigo. Depois veio me pedir desculpas, pensando que eu ia aceitar como sempre, mas dessa vez me mantive firme e não voltei com ele. Minha mãe ficou ao lado dele, e foi nesse momento que eu perdi um pouco do meu chão. Ela sempre esteve ao meu lado, tanto nas escolhas boas que eu fazia, como nas ruins. Mas depois que eu a informei que eu e o Pedro tínhamos terminado, ela se afastou um pouco de mim, não me deixava sair, me pedia sempre para voltar com ele, falava o quanto ele sofria. E eu perguntava a ela se ela lembrava das inúmeras vezes em que fui dormir chorando por ele, se isso não importava. Ela apenas ficava ao lado dele. Então, eu deixei de discutir sobre isso, e fui levando.
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Surpresas da vida
De TodoNathasha Young acabou de completar 18 anos e está se mudando para New York junto com a sua melhor amiga Manuela Marques. Com o sonho de se tornar uma editora, Natasha não espera que, em apenas uma noite, sua vida mude completamente. Será que ela vai...