CAPÍTULO 3 - Minha mãe

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O vento frio da manhã entrava pela janela do meu quarto que eu tinha aberto para espantar o cheiro da fumaça do cigarro que estava entre meus dedos. Fumar era um abito que eu tinha adquirido com o passar dos anos, mas não gostava, mas se tornou um vício que ajudava a me acalmar e era mais fácil conseguir cigarros do que remédio para ansiedade ou se tivesse sorte conseguia achar algum cigarro de maconha com os Salvadores.

Negan era o primeiro a dizer que não gostava do meu vício, uma grande hipocrisia da parte dele porque desde que me lembro mamãe brigava com ele por fumar dentro de casa ou perto de mim com medo de eu pegar essa abito sujo dele, e no final mamãe estava certa.

Com o passar de minutos o cigarro em meus dedos vai ficando pequeno e com medo de queimar a ponta dos meus dedos esmago a ponta acessa dele contra a beirada da janela o apagando e em seguida jogo a bituca de cigarro pela janela.

Era consideravelmente cedo, o sol tinha nascido a meia hora atrás iluminando meu quarto com seus raios alaranjados, deixando meu quarto parecer magico. Estico meus braços sobre minha cabeça esticando meu corpo todo tentando espantar o sono, já que eu tinha acordado cedo iria aproveitar o dia.

Após me vestir com roupas práticas para qualquer que fosse minha tarefa hoje, saído do meu quarto trancando a porta seguindo em direção as escadas para ir ao térreo e procurar algo para comer no refeitório. Mesmo sendo cedo como estava já havia gente caminhando pelos corredores por onde eu passava, muito deles trabalhadores de ponto e salvadores da vigia da noite, que quando eu passo por eles abaixam a cabeça em cumprimento e sinal de respeito afinal eu era a filha do chefe.

Chego no refeitório e vejo uma pequena fila para onde as cozinheiras distribuíam a comida conforme a quantia de pontos que a pessoa tinha. Passo ao lado da fila e paro em frente à mesa com as comidas fazendo a próxima que estava na fila dar um passo para trás. Vejo as garrafas térmicas fechadas com copos ao lado delas e um número anotado em papel, falando a quantia de pontos que precisava, assim como todos os outros alimentos ali.

— É café? — aponto para a garrafa térmica e a mulher do outro lado da mesa balança a cabeça em confirmação — Eu amo café — sorrio feliz enquanto pego uma xicara e a encho.

Depois de encher a xicara pego outra e repito o mesmo processo de enchê-la, pego uma fatia de pão com manteiga e algumas bolachinhas doces. Pego uma das xicaras e me viro para a pessoa que era a primeira da fila e estendo para ela, a mesma pega a xicara com relutância entre suas mãos.

— Aproveite — digo pegando meu café e pão — Espero que goste tanto como eu.

— Muito obrigada Louise — a mulher sorri para mim e toma um gole do café.

Retribui-o o sorriso e ando em direção a porta do refeitório, mas meu sorriso some do rosto no momento que vejo Simon passando pela porta do refeitório vindo ao meu encontro, sabia que o dia tinha começado cedo demais para dizer que estava bom.

— Bom dia princesa — ele diz parando em minha frente, atrapalhando meu caminho.

— Ainda lembra que meu nome é Louise, certo? Ou a velhice está te deixando esquecido? — vejo sua boca se torcer com meu comentário.

— Algum dia irá se arrepender de ter uma boca tão atrevida assim — diz irritado.

— Esperamos que esse dia chegue e eu veja se realmente me arrependo ou não — deixo um sorriso debochado aparecer em meu rosto — Tenha um bom dia cachorro, tenho certeza de que lhe deixaram alguns ossos da carne do jantar de ontem.

Passo por Simon, que agora fervia de raiva, rindo enquanto seguia para o escritório do meu pai ver se estava por lá, já que o mesmo sempre acordava cedo.

Pouco TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora