Mentes

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A fome o dominou no segundo em que provou sangue derramado. Ele precisava de mais, mais e mais. Seu tanque nunca esteve tão cheio, ele queria estar cheio. Queria que a fome de tantas eras parasse de apertar suas entranhas e fosse finalmente amenizada. Overlord não lhe deu energon o suficiente antes de soltá-lo. Sentir o calor vital em sua glossa deixou-o em frenesi. Morte, sangue e guerra. Era tudo o que o olhar vermelho prometia. Seus dentes imediatamente encontraram as linhas vitais e mastigaram, engolindo-os o mais desesperadamente que conseguia. Era dão doce e tão cativante. Uma recordação da infância e dos momentos ruins e ainda assim, reconfortantes. Os gritos diminuíram conforme mastigava e engolia o energon. Ele olhou para seus servos e não sentiu absolutamente nada. Os protocolos não se importavam de onde estava vindo o energon. Ele queria comer e sobreviver. 

Sobreviver... viver... morrer... existir... sucumbir...

O cadáver em seus braços arfou. O energon diminuiu seu fluxo e Megatron soltou a ferida. O olhos de Ironhide estavam vazios. Enquanto seus componentes lutavam por um pouco de ar, ele convulsionou uma última vez antes de cair frouxo como uma boneca. Megatron se viu em um impasse, desesperado para parar e desesperado para saciar a fome.

Ele sentou-se ereto, o quadro tremendo enquanto ele engasgava. Avisos de componentes estranhos caindo nos tanques. O gosto prevalecia e era viciante. Megatron deixou Ironhide afundar na pilha de corpos. Nenhum dos quais conseguiu saciar sua fome e nem suplicas. Megatron chorou silenciosamente ao perceber onde chegou e o que fez.

Ele encontrou a nave. Matou metade dos tripulantes e se alimentou deles. Ele vasculhou pilhas e pilhas para ver que Flux, Kiloton, Optimus e mais alguns conseguiram escapar de sua loucura.

Ele desliza para fora do amontoado de quadros mortos, decidindo que isso precisava ser terminado.

Overlord o corrompeu além do corpo. Entrou na mente e reprogramou funções. Megatron não conseguia se controlar. Ele queria que qualquer pessoa se aproximasse para amenizar a dor, mas as vozes queriam dilacerar os que se atreviam. Era esse destino? Destruir tudo que vê pela frente até que não sobre nada?

E como um milagre reconhecido por Primus, uma arma pousou em seu capacete.

"Olhe, sei que não quer fazer nada disso, Megatron. Mas se não parar, eu não parar imediatamente, não terei outra escolha a não ser matá-lo"

Megatron olha para cima. R-19 tem uma expressão cautelosa. A firmeza da arma em sua mão é muito duvidosa. As asas do ex-senhor da guerra se erguem em sinal de ameaça. O resquício de consciência no processador repetiu pensamentos em ecos soltos. 

Quando ele chegou aqui?

A notícia do massacre se espalhou por todo universo?

R-19 puxaria o gatilho?

Por um momento, o médico parece vacilar ao ver seus olhos.

"Hey, cara. Esse definitivamente não é você" R-19 firma os dedos em volta do cano da arma. "Consegue me escutar?" 

O campo magnético do cinzento era uma sinfonia confusa. 

Ajuda... não... consigo parar...

Megatron soltou um leve ar de ameaça. Sua grossa camada de armadura elevando-se sobre o outro espécime. R-19 sentiu-se horrivelmente pequeno perto do mecanismo cinza. O cano da arma fumando enquanto tentava buscar estabilidade onde não existia. Megatron avançou. O último vislumbre de óptica vermelha foi um borrão confuso para R-19.

O tiro ecoou na superfície.


continua





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⏰ Última atualização: Aug 01 ⏰

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