*Ravena narrando*
Neste momento estou em casa, jogando minecraft com minha mãe. É isso mesmo, jogando minecraft com minha mãe. Ela trabalha fazendo plantão no hospital como recepcionista. Hoje ela ficou de meia noite, até uma hora da tarde.
Minha mãe me teve com 15 anos, ela disse que na época, foi "uma puta de uma burrada que cometeu na adolescência", mas que essa "puta de uma burrada" resultou no maior tesouro da vida dela. Ela falou que foi um jogo de verdade ou desafio, e ela tava bêbada, o desafio era: perder a virgindade com o ex da garota mais popular da escola. Ela disse que no começo apesar de tonta, não queria, mas no final ela disse que acabou aceitando quando viu a porra do garoto (meu pai) sem camisa. Depois de aceitar ele puxou ela para um quarto da casa e... vocês já sabem o resto.
Depois de uma semana ela tinha feito o teste e dado positivo, então ela foi até meu pai dar a notícia. Ele no começo aceitou a responsabilidade, mas depois que tinha me visto no colo dela chorando após o parto, ele simplesmente saiu correndo do hospital e nunca voltou. Tem muita gente que faz piada com esse tipo de coisa, mas eu amaria que meu pai não fosse um completo babaca e fosse presente. Sempre quis ter um pai. Voltando a história... minha mãe ficou sem saber oque fazer, minha vó mandou ela embora de casa e ela tava morando de favor na casa de uma "amiga", que mandou ela embora da casa assim que viu que ela levaria a gravidêz para frente, e ela contava que o babaca do meu pai ajudasse ela. Ele estava COMPLETAMENTE ciente da situação da minha mãe e quando ela mais precisou, ele virou as costas.
A única pessoa que ajudou ela, foi a mãe do Charlie, que na época tinha 30 anos e por coincidêcia, ele nasceu no mesmo dia que eu. Ela (minha mãe) trabalhava de menor aprendiz em uma farmácia e disse que tinha feito uma amizade MUITO grande com a mãe dele. Ela foi a ÚNICA que ajudou minha mãe. Ela ofereceu um quarto, uma cama, comida e até minhas roupinhas. Minha mãe teve que largar a escola pra cuidar de mim, ela ia largar o trabalho também, mas a Ligia (mãe do Charlie) não aceitou e ofereceu a babá dela para cuidar de mim, elas duas combinaram que ela pagava metade do salário da babá e minha mãe a outra. Isso foi até eu completar quatro anos e ter como me deixar na creche em tempo integrau.
Depois que o tempo passou, minha mãe foi se reerguendo e conseguiu dinheiro para comprar uma pequena casa, mas que tava perfeita para nós duas. Nessa época eu tinha oito anos. Depois, ela conseguiu fazer EJA e se formar na escola. Ela decidiu fazer um curso de recepcionista hospitalar, oque ajudou bastante quando ela conseguiu trabalhar no primeiro hospital. Depois, ela foi fazendo alguns bicos para complementar e pagar uma casa melhor.
Hoje em dia, ela faz faculdade de enfermagem de graça em uma boa faculdade graças a uma bolsa na qual ela fez a prova e acertou 99%. No final, apesar de tudo, ficou tudo bem.
Por causa disso conheço Charlie. Ele é meu melhor amigo desde que nasci. 13 anos de amizade...
Eu digo amizade, mas queria que fosse algo mais... é complicado. Gosto dele desde dezembro do ano retrasado. Mas sei lá, sou conhecida por ser muito corajosa, mas sou uma covarde quando se trata disso. Além disso, quero me dedicar aos meus estudos e não sei se conseguiria equilibrar. E também, eu não sei se ele também gosta de mim, se eu dissesse e ele não sentisse o mesmo, ia acabar com nossa amizade.
Começo a lembrar o dia que eu comecei a gostar dele. Era uma noite de natal e nós todo ano passávamos o natal com eles, e o pai dele gosta de algumas tradições natalinas americanas, e uma delas era do visco. Para quem não sabe, o visco é uma plantinha, que simboliza alguma coisa nos EUA, só sei que ele é colocado em algumas entradas da casa e quando duas pessoas(um garoto e uma garota) param em baixo dele, os dois tem que se beijar (se for parente é beijo no rosto ou abraço).
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Pior das fases
Teen FictionQue tal saber da vida de uns estudantes de 13 anos? Que tal acompanhar as merdas que eles fazem? Essa fase não é uma fase nada agradável, devemos dizer, mas que tal ver as situações dos outros? Aí sim né? Nessa história você irá acompanhar diversos...