*Emily narrando*
E mais um ano volto para aquele lugar... o lugar onde eu sofro bulling por conta de ter pais gays. As únicas pessoas que não me zoam por conta disso, são minhas amigas que tenho desde os oito anos, se não fosse por elas eu com certeza não estaria aqui.
Muita gente pode achar besteira alguém tentar suicídio tão nova. "Aí, é falta de Deus", "nossa que menina idiota, por conta de insultinhos bestas ela tentar fazer algo tão forte", "entra num ouvido e sai no outro", NÃO, não é tão fácil assim. Eu venho sofrendo desde meus 5 anos por conta de ações que não foram minhas! Para falar a verdade, eu não queria morrer, eu queria aliviar minha dor. Mas ela era tanta, mais tanta, que eu não conseguia encontrar outra solução... se essas pessoas egoístas soubessem como é escutar todo o tipo de gente falando mal de pessoas que você ama, pensariam diferente. Eu amo meus pais, mas isso é muito complicado...
Esse ano estou indo para o oitavo ano. O tempo passou rápido... ultimamente estou me sentindo uma droga, sem ânimo algum para levantar e encontrar o mesmo garoto que me iludiu ano passado. Isso é uma longa história...
Neste momento estou encarando o teto do meu quarto deitada na minha cama, "pronta" para ir a escola. O alarme dizendo que tenho que ir tocou a dois minutos, e estou pensando seriamente em faltar. Meu quarto é invadido... por Kimberli.
--Oque você tá fazendo aí deitada? Temos que ir, senão vamos nos atrasar! -ela diz assim que entra-
--Oi para você também. -respondo me sentando-
--Eu sei o que está pensando... e NÃO, você não vai faltar no primeiro dia de aula!
--Leu meus pensamentos! Não estou me sentindo bem, então não vou.
Ela faz uma pausa. Então diz:
--Eu sei que você não quer olhar para a cara de ninguém daquele inferno, mas pensa que lá é uma das melhores escolas, com os melhores ensinos, e que vai ser necessário você passar por isso tudo para ter um bom futuro e olhar para trás com orgulho. Se você faltar hoje, apenas vai provar para eles oque eles esperam de você... então VAMOOOS -ela diz me puxando-
--Você e seus discursos emocionais... -digo me levantando e pegando minha mochila no chão-
Saímos do quarto e descemos as escadas.
Quando estou atravessando a cozinha em direção à porta escuto meu pai gritar da sala:
--Até que em fim! Bom primeiro dia de aula para vocês!
--Valeu pai! Bom dia para o senhor também! -digo tentando animar a voz-
--Obrigada tio! -Kimi responde-
Saímos de casa e vamos em direção a escola (à pé)
*Chegando lá*
--OIII!!! Que saudades!
Escuto um gritinho, é da Mavee, ela vem em nossa direção e nos abraça.
--Oi!! Sumida! -Kimi fala-
--Oii! -digo ainda tentando animar a voz-
--Sabem como é. Férias no interior.
Uma garota de cabelos pretos e lisos, passa na nossa frente e nos encara. Essa garota é Sarah Carvalho, do 9° ano... a marmita mais popular da escola. SIMPLESMENTE, uma puta! E pelo visto está com um barrigão... será que é verdade? Me dirijo a Mavee em um sussurro:
--Ei, é verdade que ela tá grávida?
--Dizem por aí que sim... e ainda por cima do namorado da "melhor amiga" -ela diz se aproximando de mim-
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Pior das fases
Ficção AdolescenteQue tal saber da vida de uns estudantes de 13 anos? Que tal acompanhar as merdas que eles fazem? Essa fase não é uma fase nada agradável, devemos dizer, mas que tal ver as situações dos outros? Aí sim né? Nessa história você irá acompanhar diversos...