ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ꜱɪᴇᴛᴇ (7).

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Pablo Gavi

Nunca vi ninguém tão labiríntica como a garota ao meu lado.

- O jogo já está próximo, é depois de amanhã - falei. - Mas se o Barcelona ganhar, terá que deixar de torcer para o Real Madrid.

Óbvio que eu não perderia a oportunidade.

- Fica implorando as pessoas para torcerem ao seu favor?

- Está com medo de perder? - Desafiei.

Era divertido ver a cara que ela fazia todas as vezes.

- Não, eu só não quero apostar nada.

- Se o Madrid ganhar, te levo para falar com os jogadores dele.

- E?

- Como e? Não é o time que você torce?

- Eu... - fez uma pausa. - Quer saber? Então tá, mas terá que me dar mais uma entrada.

- Não se preocupe, vou deixá-la com sua amiga em um lugar vip.

- Estou dizendo que quero levar uma terceira pessoa para assistir e conhecê-los. Estou aceitando ir justamente porque quero levá-la.

Como se nós fôssemos perder e ela fosse conhecê-los mesmo.

- Quem?

- Um amigo.

Um amigo? Eu estava oferecendo os ingressos exclusivamente para ela e a amiga, não para mais ninguém.

- Receio que seja gente demais - desconversei.

- Entendo. Obrigada, então recuso a oportunidade.

Pelo visto, ela era exigente. E que inconveniente! Eu não queria que trouxesse um acompanhante, entretanto, uma vez que não havia outra alternativa, acabei cedendo.

- Então traga ele.

- Não é gente demais?

- Pensando bem, não.

- Depois sou eu quem mudo de ideia rápido...

- Quer conhecer o refeitório? Comer alguma coisa? - Desconversei novamente.

- Você não deveria... por exemplo... treinar?

Simulei uma expressão de reflexão.

- Deveria, mas o Hansi não vai se importar se sairmos por alguns minutos.

- Hansi? - Ela analisou os jogadores.

- Hansi Flick, nosso treinador. É aquele ali com as mãos para trás.

- Não quero prolongar a conversa, mas não se recusa comida, né?

Bem direta.

Jogo do Amor - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora