ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ᴄɪɴᴄᴏ (5).

1.3K 80 12
                                    

Abella

     Dessa vez não acordei com o Sol torrando a minha cara — eu tinha me lembrado de fechar a cortina antes de dormir —, acordei com Martina trazendo até mim uma bandeja de café da manhã.

     — Bom dia. O senhor Álvaro pediu para que eu trouxesse o café da senhorita — disse, simpática.

     Meu pai havia pedido para trazer meu café? O.k., eu estava começando a gostar dessa contratação. Até dava para ignorar o fato de não terem me avisado que iriam trazer uma cozinheira para nossa casa.

     — Obrigada, Martina. Quer tomar café comigo? — Perguntei, já que na maioria das vezes quando Susana e Javier não estão comigo, faço a primeira refeição do dia sozinha.

     — Eu adoraria fazer companhia, mas preciso começar a limpar a cozinha.

     Olhei para o relógio na mesinha ao lado da minha cama, pois tinha certeza de que ainda era muito cedo. E eu estava certa.

     — Mas são oito horas da manhã de um Domingo.

     — Eu sei, mas não gostaria de desagradar seus pais.

     — Desagradar por tomar café comigo? De jeito nenhum. Leve a bandeja para a cozinha, vamos comer lá.

     — Tudo bem, mas serei breve.

     Martina saiu com o tabuleiro para a cozinha, e eu fui tomar um banho rápido. Para mim, tomar banho antes e depois de dormir era um tipo de terapia. Era como uma garantia de que eu teria uma noite de sono e um dia bom.

     Entrei debaixo do chuveiro na água morna e imediatamente me senti mais desperta. Fiz uma breve reflexão de ontem, e é claro que o fato de que Javier voltaria amanhã tomou conta da minha mente. Tive a brilhante ideia de comprar alguma coisa para recebê-lo de volta depois de três semanas.

     Não demorei muito no banho. Vesti um shorts preto de cintura alta com um cinto preto, um tênis e uma blusa branca. Também borrifei uma boa quantidade do meu perfume favorito. Sairia em busca de algo para dar a Javier quando ele chegasse.

     Fui até a cozinha tomar café com Martina, que havia acabado de colocar chocolate quente em um copo. Ela parecia um amor de pessoa.

     — Mais um copo, por favor.

     — Senhorita, tem certeza de que seus pais não ficarão bravos se me virem dessa maneira?

     — Tenho. Eles não contrataram um robô — falei ao me sentar na mesa.

     Fiz uma oração pelo café da manhã antes de levar o chocolate quente até a boca, que estava uma delícia. Eu tinha certeza de que ela não havia colocado só leite e achocolatado.

     — Nossa, ficou muito cremoso! Que delícia.

     — Gostou? Minha neta ama esse chocolate quente.

     — Sim, o que você colocou?

     — O segredo para ficar cremoso é colocar amido de milho e creme de leite — ela falou ao se sentar com um copo na mão também.

Jogo do Amor - Pablo GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora