Capítulo 07

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_ Meu Deus! É isso mesmo que estou vendo? Como isso é possível meu amigo?- mesmo presenciando tudo aquilo, Eugênio estava incrédulo.

E logo com agilidade, Eugênio busca um kit de primeiro socorros destinados á incidentes com Cios e Rut. Ao abrir o kit,  ele pega máscaras, colocando em si mesmo e distribuindo para a enfermeira e outro médico que o acompanhava, máscaras  essas capazes de bloquear e proteger contra a ação dos feromônios, enquanto atendiam.

_ Eu não sei, foi tudo tão rápido! Eu... eu... preciso ajudar o meu menino, tenho que dar um jeito e parar isso!- Youssef falava enquanto também calçava as luvas.

Vendo o estado do amigo, Eugênio pega Youssef pelos ombros, o virando para que fique de frente para ele, a fim de ter a atenção do colega.

_ Calma Youssef, eu sei o quanto você está preocupado. Más deixa com a gente, eu prometo que cuidemos do Oliver da melhor maneira possível.

Youssef estava relutante em deixar seu filho, mesmo sabendo que estava nas mãos de quem confiava, o pai não queria se separar do garoto.

_ Como médicos, nós dois sabemos que não podemos deixar as emoções nos controlar durante o atendimento. Vou te manter informado de tudo o que a conter, eu prometo. Más o melhor agora, é você ficar com a Ester e nos deixar cuidar do Oliver.

_ Vamos, você precisa colocar os pensamentos em ordem antes de tudo, pois nessas condições você não conseguirá ajudar ninguém.

Após as palavras de Eugênio, Youssef sem falar, afirma com a cabeça e sai do quarto.

...

Youssef vai para a recepção do hospital, onde vê Ester com Yasemin no colo, aguardando ansiosamente por notícias.

Quando ela o vê vindo em sua direção, ela não consegue segurar a emoção e se desmorona em lágrimas já no abraço de seu marido.

_ Por quê? (choro) Por quê está acontecendo isso?!

_ Ele é só uma criança Youssef. (choro) já é tão difícil para as ômegas serem aceitas mesmo sendo mulheres.

_ Imagina ele! O que será do nosso menino?! Irão vê-lo como uma aberração! (choro) não quero que ele passe por isso... Isso é culpa minha! Eu dei a luz a ele assim, eu amaldiçoei o nosso filho.

_ Por favor não diga isso! É o nosso filho, e nós sempre iremos protegê-lo, não é? - diz Youssef enquanto a abraça e beija Ester em sua frente.

Quase uma hora se passa, até que Eugênio retorna pedindo que o casal o acompanhasse até o quarto onde o menino já estava repousando.

Ainda com lágrimas nos olhos, Ester observa minuciosamente o pequeno corpo do garoto, para ter certeza que estava tudo bem.

Oliver tinha uma expressão serena no rosto enquanto dormia profundamente, até parecia que nada havia acontecido, se não fosse pelos acessos venosos e os fios conectados ao seu corpo para monitorar seus sinais vitais.

_ Foi aplicado um sedante, então ele irá dormir por um bom tempo. Também administramos um supressor de cio, más claro, em pequena quantidade devido ao seu peso e principalmente ao seu corpo não estar completamente desenvolvido ainda.

A expressão facial de Youssef era difícil de entender, ele ficava somente olhando fixamente para o menino enquanto cerrava fortemente os punhos. Parecia que sua mente estava distante dali.

_ Eu... deveria ter agido antes, os sinais estavam na minha cara e eu não quis enxergar, eu sou um péssimo pai e um péssimo médico- fala Youssef, enquanto distribuía carícias com a mão pela face do Oliver.

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