06 😶‍🌫️

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Maraisa

Acordei no dia seguinte sentindo minha intimidade dolorida.

Me levantei devagar e fui para o banheiro, tomei um longo banho. Vesti uma roupinha que Marilia sempre colocava no closet para mim.

Marília.

Sorri ao pensar nela, ao pensar na noite de ontem, dos seus beijos, dos toques...

Ainda com um sorriso no rosto voltei para a cama, me sentei na beira pensando nela.

Não sei o que pensar, ela está mexendo comigo, de alguma forma que eu não sei explicar. Mas isso não deveria acontecer, ela me sequestrou, atirou no meu pai, está me mantendo presa...mas ainda sim mexe comigo.

Falando nisso, sinto falta de casa, dos meus pais. Queria poder falar com eles, pelo menos uma última vez. Não sei se Marília esta disposta a me soltar algum dia.

Ouvi a porta se abrir e ela entrou. Linda como sempre.

Caminhou até mim, automaticamente eu me levantei ainda sorrindo.

Ela ficou em silêncio, apenas me olhando, como se estudasse minhas expressões e ações.

Ainda hesitante, me aproximei e a abracei. Não sei, só queria sentir o corpo dela, senti essa necessidade de senti-la.

Porém rapidamente ela se afastou.

Marília: O que pensa que esta fazendo?! - perguntou rígida.

Maraísa: É só um abraço...eu pensei, que agora que nós tivemos aquilo ontem, nós...sabe, iriamos ter algo...não sei... - murmurei.

Ela riu. Riu de deboche.

Marília: Acha mesmo que EU iria querer ter algo com VOCÊ? - perguntou ainda rindo.

Maraísa: E-eu achei...

Estava me sentindo mal...humilhada.

Marília: Maraisa entenda: estou com você aqui por vingança. Só não te larguei na rua ainda porque descobri que tenho sexo fácil com você. Então, sem abraços, sem beijinhos, sem nada! Entendeu?!

Assenti com a cabeça segurando algumas lágrimas que se formaram em meus olhos.

Estou com medo de mesmo depois de tudo, eu estar criando sentimentos por ela. Nunca havia experimentado tal coisa como foi ontem, mas eu gostei, gostei muito. Ainda mais porque foi com ela. Marília fez tudo o que fez, mas ela ainda me protegeu aquele dia quando tentei fugir. Ela matou aquele cara, porque ele encostou em mim... Marília me chamou de 'minha mulher'...

É impossivel não sentir algo ainda mais depois disso. Mas não posso me apegar, não mais do que ja estou. Ela é só uma mulher que me quer aqui como um objeto, algo que ela usa e joga fora. Alimenta esperanças e depois as descarta. Me sinto um lixo por isso.

Dias depois...

Estava, obviamente, naquele maldito quarto. Não aguentava mais olhar para aquelas paredes brancas e sem vida. O que melhorava era a janela, que dava para o quintal, bem na frente de uma arvore, entao ver a vista e os passáros ajudava um pouco.

Eu me sentia cansada, não havia dormido muito bem, fiquei pensando nos meus pais de novo, sinto tanta falta deles.

Estou sentada no meio da cama, abraçando minhas pernas e com o queixo nos joelhos, observando a vista da janela. O dia estava tão lindo, ensolarado. Eu provavelmente estaria com minha mãe passeando no parque agora, colhendo flores, nos divertindo, isso se eu não tivesse aqui. Presa.

Ouvi a porta se abrir, mas não me movi, sabia muito bem quem era.

Marília: Carla.

A voz rouca de Marília me chamou.

DOCE VINGANÇA G!POnde histórias criam vida. Descubra agora