Lacídia: Trilhas do Submundo [Livro.I]

IV - 0° graus

"Égleohniu uz ulemuz, uoh kohnuccuoh hoh zaphmarhoh"

--- Lema de Leukihiu

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𝔇𝔯𝔢𝔢𝔡 𝔧á 𝔰𝔢 𝔞𝔩𝔦𝔫𝔥𝔞, pronto para dar o contragolpe. Diferente de Komine, está imobilizada sangrando no chão ainda com os fragmentos extensos. O garoto se vê sem muita opção para ajudá-la, mas o necessário nesse instante é confrontar, até então, o inimigo.

— Você é o Kredzi, não é? — Diz Dreed.

— Tudo bem, missionário? Ou devo dizer, Zohmphnu? — Ele ignora a dúvida do estranho.

— O que você quer?

— Deveria saber. Lembra que fui contratado para estar aqui. Estou nada mais do que fazendo o que é preciso.

— Quem te enviou?

— Ora, meu subordinado. Isso não interessa por agora, a questão é só uma: justiça. Por todos aqueles que você matou, exilou e tirou a existência daqueles que me pertence.

— Quê? A culpa não é minha se——

— É sim. Juntamente com o pessoal de Farávia, estamos tão bravos quanto eles. É difícil de imaginar alguém tão novo como nós termos que discutir em um mundo que não existe. Olha só para nós. — Ele abre os braços, semelhante a um crucificado.

— Isso não tem nada a ver. Diga logo aonde quer chegar!

— Dreed... — Com um pouco de força e fôlego, Komine consegue dizer alguma coisa. "Estende" seu braço em direção a Dreed. — Eu vou... informar... não dá mais para mim.

Ele mal a ouve, já que está falando de forma amena. Ele compreendeu que ela poderia morrer a qualquer momento, então talvez suspeitaria que ela irá retornar para o submundo. Ela começa a perder a consciência lentamente, para em seguida, falecer.

— Deixe ele comigo, Komine. Pode dizer ao——

— De que adianta informar ao Abutre? Ele não pode me impedir e nem os outros.

— Outros? Aquela mulher está com você?! — Grita Dreed.

— Hm... Não tenho mais tempo para isso. — Diz com uma voz mais grossa e marca seu olhar mais intimidador.

Kredzi invoca seus cristais de gelo bem pontiagudos, dessa vez, prestes a ir em direção a Dreed. Eles vão rapidamente, mas ele consegue se defender e se esquivar junto com sua espada. Acha uma brecha entre as lanças e corre até o inimigo. Tenta dar um golpe quase certeiro nele, porém consegue defender com sua própria mão, que estranhamente não foi afetada. Kredzi rebate, mas Dreed defende, e fica assim por um bom momento.

Komine perdeu totalmente a consciência. Sua última visão foi esse combate ameaçador entre ambos. Após perder muito sangue, seu coração começou a acelerar bastante, mesmo depois de morta. Os missionários ao falecerem, geralmente, não acontece esse detalhe. Então, com certo temor, isso a deixou em pânico. Porém, por outro lado, como previsto, acordou na realidade.

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Arregalou os olhos e respirou fundo. Levantou seu tronco abruptamente, se apoiando em si na câmara, bastante assustada. Lembrou logo do seu objetivo após essa morte por assassinato por outro mundo: falar para o Abutre. Como ele não queria ser interrompido em sua reunião, e ela sabia disso, ainda acha necessário se comunicar com ele sobre a situação.