Lacídia: Trilhas do Submundo [Livro.I]

I - Ao regresso de Lacídia

"Égleohniu uz ulemuz, uoh kohnuccuoh hoh zaphmarhoh"

--- Lema de Leukihiu

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𝔈𝔪 𝔲𝔪 𝔠𝔢𝔪𝔦𝔱é𝔯𝔦𝔬 parcialmente escuro, com mínima iluminação vinda de uma lua cheia, tinha vários ocorridos que não dariam para processar de antemão. Estava desacordada abraçando uma lápide após uma luta intensa contra as almas naquele submundo, mas logo retornou à consciência. As almas são traiçoeiras nesse local, mas têm uma justificativa social.

Komine se levanta já tentando se situar no que estava fazendo minutos antes e já compreendeu. Com um sobretudo totalmente preto e o resto da vestimenta da mesma forma, serve de estratégia para pegar as almas de surpresa, logo a conhecem como "sombra". Pegou seu revólver e saiu atrás das almas rebeldes sem piedade, é dessa forma o cotidiano de uma missionária. Encontrou uma delas ressoando algum tipo de som, provavelmente de ódio, e ela dá um tiro nela. A ideia não é matar, mas atordoar, é impossível assassinar algo imaterial.

Com outra mão vazia, tira sua luva e ativa a absorção do ser para dentro de seu corpo. Era assim todos os dias, quando alguma criatura do submundo se rebela contra o sistema ou pratica discurso de ódio. Assim se repetiu por quatro ou cinco almas em um intervalo extenso.

Ao redor do cemitério, semelhante a uma floresta densa, escuta movimentos entre os arbustos e, já armada, vai investigar. Mira cautelosamente sobre aquele acúmulo de folhas até expandir o espaço. Dreed estava no outro lado limpando sua espada. Sem hesitar, se encantou pela presença dela, logo por estar em um mesmo submundo.

— Tudo certo, Komine?

— Sabe que você não deveria estar aqui. — Disse ela bem irritada, embora ela aparenta estar a todo momento.

— Só estou cumprindo horas. Já acabei com o outro local. É melhor a gente ir embora, por ora.

— Eu ainda não acabei. Deveria parar de me seguir. — Ela dá meia-volta em direção ao arbusto de antes.

— Komine, foi orientação do Abutre. Espero que isso ajude.

Sem muito esforço, Dreed insere a espada dele bem no meio do tórax de Komine. Ela cospe o sangue pela boca, além de sair do local atingido com muita fluidez. Ela ainda consegue olhar para trás, extremamente brava, mas é em vão. Ele retira a espada nela e ela cai no chão, já falecida. Dreed retorna a limpar a espada com uma nova morte.

Porém, não passa de um mero submundo.

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Komine foi forçada a retornar para a realidade. Extremamente cansada, se levanta da câmara de energia em que estava. Nem percebeu direito que estava com a mão em seu peito. Seu cabelo roxo escuro, quase preto, estava mais seco que o normal, o que não era o ideal. Agora, estamos em Lacídia, propriamente dita.

Ela redobra as energias perdidas enquanto isso, e Dreed já retorna daquele submundo e se encontra com ela novamente. Finge que ele nem está aí.

— Qual é, Komine, era necessário. — Coçando seu cabelo levemente encaracolado, demonstrando estar "arrependido", tenta se aproximar dela buscando contato. Ela o surpreende, sendo mais rápida e pressionando seu maxilar.