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LINA

Ouço o barulho da porta abrir mas não me preocupo em tirar a atenção do computador, já sabendo quem está entrando. Desde que Richard me deu carona, quase dois meses atrás, ele nunca mais me deixou em paz.

Viramos ótimos amigos e isso deu abertura para o lado bagunceiro e atrevido dele.

── Não te ensinaram a bater na porta na colombia, Richard? ─ o encaro por cima do ombro.

── Sim, por que? ─ ele me encara confuso e se aproxima rindo.

Dou risada e sinto seu beijo no topo da minha cabeça quando se aproxima, me fazendo sentir o cheiro do seu perfume e apoiar as costas em seu peito. Eu levanto o olhar e encaro o moreno tatuado arqueando a sobrancelha.

── Bora, tô te esperando. ─ ele fala indo pegar meu monopé e minha mochila de trabalho. ─ acho engraçado que você prefere gastar dinheiro com gasolina ao invés de aceitar minha carona todos os dias.

── Eu tenho minha moto, Richard. ─ falo rindo e ele me encara dando de ombros.

── Ela só te dá trabalho, e eu posso te levar no conforto do meu carro e com segurança pro CT. ─ ele resmunga.

Nego com a cabeça e me levanto, saindo do meu apartamento com o moreno após desligar meu computador e pegar minhas chaves e capacete. Quando nós conhecemos, minha moto estava no concerto, mas as vezes eu ainda pego carona com ele, principalmente em dias nublados ou de chuva.

Mas mesmo quando não pego carona com ele, Richard sempre leva minha mochila e monopé, e isso me causa um alívio enorme por não precisar carregar peso.

Assim que chegamos no estacionamento, vou em direção a minha moto após Richard guardar minhas coisas no carro dele e ligo minha moto enquanto o observo rapidamente achando estranho ele estar tão quieto.

── Te vejo no CT. ─ o encaro ao subir na moto e apoio as mãos no moto. ─ você tá bem?

── Sim, só tô cansado, Juan e eu ficamos jogando a noite toda. ─ ele me encara, dando um sorriso fraco.

Nesse meio tempo, uma coisa que eu percebi é que Richard não gosta de conversar quando não se sente bem, e ele também é péssimo mentindo.

── Você sabe que pode conversar comigo, certo? Seja lá o que estiver te incomodando. ─ falo sincera o encarando.

── Eu sei, cariño. Não se preocupa. ─ ele pisca e beija minha bochecha. ─ Tô logo atrás de você. Liga o pisca alerta se precisar.

Cariño.

É uma droga que um apelido possa me transformar em gelatina por dentro, mas desde que Richard pegou mania de me chamar assim, eu preciso me esforçar pra não parece afetada.

── Tá preparada para a sessão de fotos hoje? —ele me encara, se apoiando no carro.

── Um pouco, as fotos precisam sair perfeitas hoje. ─ falo um sorriso de lado.

── Você vai arrasar, Lina. —ele me encara sorrindo. — e eu vou te ajudar saindo lindo nas fotos. — ele pisca rindo.

Aceno com a cabeça rindo e coloco meu capacete, saindo com a moto da minha vaga e buzino para o colombiano ao me afastar, vejo pelo retrovisor Richard me seguindo após sair com o carro também e sorrio, porque tem sido assim desde que peguei minha moto do concerto.

Ele sempre está logo atrás com o carro, me acompanhando.

pode ficar, richard ríosOnde histórias criam vida. Descubra agora