KSG
(...)
Já se passaram uma semana desde a chegada de Joohyun, e quase não paramos em casa durante esses dias. Irene sempre nunca foi do tipo caseira, e eu me preparava psicologicamente antes da sua vinda para isso, pois sabia que teríamos vários passeios. Fomos a restaurantes, praças, cinema, piqueniques... e pude perceber que sentia a sua falta mais do que imaginava. É incrível como não tem tempo ruim com ela. Sempre com uma boa energia e alto astral, ela consegue me contagiar com seu ânimo.
Hoje estamos preparando uma noite de vinho com massas. Ainda não consumimos álcool juntas, bom, pelo menos não ainda dentro da idade permitida. Estou lavando minhas mãos na pia da cozinha prontamente para começar os preparativos da receita e sinto um vento quente em minha nuca, que me arrepia por inteiro. Olho para trás e Irene está com um biquinho, que logo se desfaz em um sorriso.
— Boo! Oii, comprei os vinhos!
— Yah! Você me assustou.
Ela apenas solta uma risadinha que mais parece de uma criança travessa. Eu realmente sou encantada com o seu jeito. Joohyun se afasta e coloca os dois vinhos na geladeira. Logo, ela se encosta no balcão atrás de nós e me encara como alguém que acabou de descobrir um segredo.
— Seulgi, você fuma?
— O que? Não, odeio cigarro. – Olho para ela um pouco surpresa.
— Não falei de cigarro. Achei sedas e piteiras na sua prateleira.
— Ah. É. – digo pausadamente, olhando para o chão. Consumo maconha há uns 3 anos. Não estava escondendo de Joohyun, mas não achei que seria necessário contar.
— Boba! Isso não é um enquadro! Só que você tem que guardar melhor suas coisas.
Pensei que receberia um sermão como minha mãe fez quando me pegou fumando escondido, mas Irene apenas soltou novamente sua risada travessa. Algo me diz que ela é familiarizada com isso também, ou talvez até consuma.
— Maconha e vinho? – pergunto, meio insegura.
— YAY! – ela dá um pulinho e eu não aguento, soltando minha risada mais sincera.
(...)
BJH
Seulgi tem mãos maravilhosas. A Carbonara feita por ela está simplesmente divina, e melhora ainda mais com o doce toque do vinho. Estamos a alguns minutos degustando e tomando taças, sem falar em alguns baseados que contribuíram para ambas as mentes zonzas e olhos vermelhos. Seulgi estava a me contar uma série de piadas (que ainda são as mesmas do ensino médio) que arrancaram diversas gargalhadas minhas, tantas que sinto meu abdômen dolorido de tanto rir.
Por um minuto, passo a admirar seus traços. Ela tem um rosto tão simétrico, tão delicado mas ao mesmo tempo tão marcante. Seus lábios são únicos, são os mais bonitos que já vi. Seu cabelo, que já se encontra bagunçado, são negros como seus olhos, e caem deslizando em suas bochechas, como uma pintura. Kang Seulgi é muito linda. Tão linda que posso afirmar que sinto atração por ela. Agora, as coisas são diferentes. Somos adultas, temos mais experiências e estamos mais maduras. Eu gostaria de saber se ela me vê como eu a vejo.
Passei um bom tempo fixada em seu rosto que só percebi que foi tempo demais quando a própria me cutuca com um "Alô, terra-chamando-Irene" saindo dos seus lábios. Meu foco está meio difícil de concentrar em algo agora, mas minha mente sintoniza novamente.
— Bateu demais? – ela ri, em um estado não tão diferente do meu.
— É, acho que sim. – digo simulando um tom cansado, rindo em seguida.
Ela entrelaça sua mão na minha, e eu congelo. Não entendo o motivo da sua ação e nem a do meu corpo com seu contato. As coisas estão tão estranhas... eu sinto meu coração palpitar, e acho que ela percebe isto. Olho em seus olhos e aquelas janelas negras me encaram, mesmo que quase fechadas. Sua feição é tão apaixonante. Seulgi é tão apaixonante.
Não sei como nem em qual momento isso aconteceu, mas ali estou eu, com as mãos em sua bochecha e minha boca colada na sua. Nossos lábios juntos. Acabamos de dar um beijo, que não durou mais que 5 segundos. Separo-me do seu rosto no momento que percebo o que estou fazendo e arregalo os olhos, fazendo uma expressão prestes a pedir desculpas, mas que é interrompida pelas mãos de Seulgi agarrando meu rosto e me puxando para um segundo beijo.
Porém, agora foi diferente. Não apenas um selinho, mas posso sentir muito mais dos seus lábios, que se misturavam aos meus com o intenso gosto de vinho suave. Meu sentido cria um pouco mais de coragem e deposito minha mão direita em sua cintura. Os longos dedos de Seulgi desciam do meu rosto para meu ombro, cintura, quadril. Ela pede espaço para língua e concedo. O contato tão quente em minha boca me fez sentir um aperto no estômago. Roço as pernas em resposta. Eu estou terrivelmente excitada. Sabendo disso, afasto seu corpo de forma delicada, como alguém que está lutando contra sua vontade.
— Desculpa, Joohyun, eu...
— Não, Seul. Está tudo bem. Só acho que está... demais.
— Foi ruim?
— Não foi isso que eu falei.
Num ato de consolo, ou talvez apenas uma vontade desesperada de voltar a ter o corpo de Seulgi colado ao meu, me envolvo em seus braços num abraço caloroso. Ela hesita por um segundo mas logo se aconchega em meu colo, escondendo seu rosto no vão do meu pescoço. Ficamos assim, por alguns minutos que mais pareceram horas, até que pude ouvir suspiros da mulher que acabei de beijar. Seulgi adormeceu, ali mesmo nos meus braços.
Capítulo não revisado.
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Tinha que ser você.
عاطفيةO amor simplesmente existe ou é construído? Você controla ou ele controla você? E quanto os sentimentos já não são os mesmos de antes? Essa é a história de Seulgi e Joohyun, que nunca duvidaram do afeto que tinham uma pela outra, mas jamais pensara...